Domingo, 5 de Junho de 2011
Aqui vai o segundo capítulo.. que é também o penúltimo. Volto a sublinhar que esta história é meio de doidos e que não acredito que a estou a publicar xD
A falta de comentários ao primeiro capítulo quer dizer que não gostaram? É que ainda não sou bruxa, para lá caminho, mas não sou, e não consigo adivinhar opiniões,mas gostava mesmo muito de as ouvir :P
Loads of kisses to all of you, my dears!
Don't Stop!
Chapter Two
Estava deitado na cama do Georg, com a cabeça enterrada numa das muitas almofadas que ele tinha por ali. Ele estava sentado ao meu lado, com as costas encostadas na parede. Estávamos diante uma televisão apagada, nada acontecera ainda para além de nos termos embebedado. Tínhamos bebido todas as bebidas alcoólicas que estavam dentro do pequeno mini-bar, e este jazia perto de nós vazio, com a porta aberta e a sua fraca luz a ofuscar-nos.
Eu estava cheio de tonturas, tinha-me deitado para as acalmar. Sentia o meu corpo anormalmente pesado e os meus reflexos muito diminuídos… mas mesmo assim eu ainda não me sentia com coragem de premir a tecla «play» do leitor de DVD. Aquilo continuava a parecer-me uma loucura.
“Queres agora?” Perguntou-me o Georg com a sua voz visivelmente a arrastar. Olhei para ele e encontrei-o com os olhos fechados e madeixas de cabelo loiro a cobrir-lhe a cara. Nem quis acreditar que ele ainda insistia para vermos o tal filme.
“Mas tu ainda… queres ver aquilo?” Perguntei-lhe lentamente, sentindo uma tontura mais forte. Fui obrigado a cerrar os olhos com força para que ela passasse.
“É claro que quero.” Ele estava novamente com o sorriso parvo, e afastou por fim o cabelo da cara, abrindo os olhos ao mesmo tempo, como se pedisse para ficar um pouco sóbrio.
“Georg… Isto é uma estupidez.” Suspirei tentando concentrar-me nas palavras. Eu já estava tão bêbado.
Continuava deitado naquela cama sem mexer um músculo, e a situação continuava a não fazer sentido nenhum para mim… Para meu desgosto, eu continuava com aquele mesmo formigueiro, aquela arritmia constante, aquela «fome».
“Queres beber mais?” Perguntou-me ele, levantando-se finalmente, e esforçando-se para se manter direito. Apenas um dos seus olhos verdes me fitava, ele costumava fazer isto quando tinha visão dupla.
Não lhe respondi. Por um lado sim, queria beber mais um pouco, talvez aí fosse eu próprio a carregar no «play». A única coisa que eu sabia é que não podia continuar assim. Ou desmaiava de tanto beber, ou fazia a coisa mais parecida com sexo que se pudesse arranjar, e isso implicava beber mais. Ambas as opções envolviam mais álcool, quando já não havia nenhum no quarto… só Coca-Cola e água.
Vi o Georg cambalear para o armário, achando que ele iria telefonar para a recepção e pedir mais bebidas. Surpreendi-me quando ele começou a vasculhar no interior de uma das suas malas de viagem. Não precisei de colocar a questão, ele já me estava a explicar:
“Arranjaram-me isto à uns dias, quando demos aquele concerto na República Checa… Estava a guardá-lo para uma ocasião especial.” Assim que disse isto, retirou uma garrafa, que poderia ser de um whisky qualquer, não fosse o liquido no seu interior num tom verde fluorescente.
“Georg… mas isso é…” Gaguejei, desta vez não devido à sonolência trazida pela bebedeira, mas de choque. Senti-me ficar subitamente sóbrio quando vi aquele líquido brilhar para mim. Eu já tinha apanhado boas bebedeiras com aquilo, apesar de ser ilegal em quase todos os países da Europa. Senti-me estranhamente aliviado. Tinha a certeza que aquele liquido ia resolver o meu problema desta noite, de uma forma ou de outra.
“É absinto, sim… Queres?” Perguntou-me ele provocadoramente. Ele sabia que eu queria. Sabia perfeitamente que se havia alguma coisa que eu gostava mesmo para além de levar uma gaja boa para a cama, fazê-lo depois de ter bebido um bom copo de absinto.
“Essa coisa dá alucinações fenomenais…” Ri-me ironicamente enquanto me sentava na cama, ao lado do sítio onde o Georg havia estado até há instantes. Ele sentou-se novamente e ficámos lado a lado, com a garrafa de absinto entre nós.
Ele continuava a olhar para mim com aqueles olhos verdes provocadores, “E não é isso que queremos?... Imaginar as gajas em cima de nós?” Depois começou a fazer gestos no ar, como se estivesse mesmo alguém em cima dele, e ele a estivesse a apalpar da cabeça aos pés.
“Ok, já percebi a ideia…” Consenti rindo, ao mesmo tempo que lhe dava um murro no ombro para que parasse. A verdade é que só de imaginar uma mulher em cima de mim comecei a sentir novamente o formigueiro no baixo-ventre. Porra, estou mesmo em falta...
Sem mais demoras ele pegou na garrafa e abriu-a, oferecendo-a a mim, “Queres fazer as honras?”
“E copos, pá?” Perguntei-lhe chocadíssimo com a garrafa na mão. Ele não estava à espera que eu fosse beber absinto directamente da garrafa, pois não? Aquilo era demasiado forte.
“Queres ficar bêbado a sério ou quê, Tom Kaulitz?” Revoltou-se ele, cerrando os olhos de impaciência. Sabia bem que ele estava ansioso por tomar um gole daquele líquido milagroso.
Encolhi os ombros murmurando com um sorriso, “Isto hoje é mesmo para a desgraça…” e depois senti aquele frio que queimava a encher-me a boca.
Ainda não tinha dado o primeiro gole e já parecia que todo o ar me havia sido sugado dos pulmões, mas continuei a beber sem parar. Dei cinco goles seguidos, e quando retirei o gargalo da garrafa dos meus lábios, parecia que ia asfixiar.
Fechei os olhos ao mesmo tempo que inspirava rapidamente, sentia aquele fogo descer até ao meu estômago queimando tudo no seu caminho. Quando abri os olhos vi imagens difusas e a mais pequena luz parecia um farol aceso diante de mim. Ouvi uma gargalhada do Georg bem longe, longe demais. Deixei de sentir o meu corpo e a minha mente esvaziou-se… Ah, como eu amo o absinto.
Lentamente fui recuperando a minha visão, ainda que só parcialmente. Fui capaz de sorrir, aliás, tive uma vontade enorme de me rir sem saber porquê. Depois do Georg se ter servido, tirei-lhe a garrafa da mão e bebi mais cinco goles. Perdi noção do tempo e do espaço, mas não me preocupava muito. Sentia-me bem, leve, dormente, sereno, e estranhamente calmo… Não me queria mexer e não me iria mexer.
Vi um vulto que estava sentado ao meu lado levantar-se, ouvi uma voz, apesar de não perceber o que era, e depois o vulto dirigiu-se a uma caixa negra que estava diante de nós. Segundos depois vi luzes coloridas sair dessa caixa e vi pequenos vultos mexerem-se animadamente no seu interior… que coisa curiosa.
O vulto grande tornou a sentar-se a meu lado e voltei a ouvir aquela voz. Não sei que me disse, nem o que pretendia, mas respondi-lhe na minha nova língua: ri-me como um louco.
Voltei a fixar os curiosos pequenos vultos que se agitavam por entre as luzes coloridas na tal caixa. A minha visão foi tornando-se um pouco mais definida e eu consegui perceber o que eram: mulheres… mulheres nuas…
A «fome» regressou, mas muito mais forte. Comecei a sentir suores frios enquanto observava os corpos delas mover-se em cima do corpo de um homem qualquer.
“Que tortura…” Ouvi a voz murmurar ao meu lado, e lembrei-me que não estava sozinho naquela cama. Quando olhei apenas vi o brilho de uma cabeleira loira, e sem saber o que estava a fazer, enterrei as minhas mãos naqueles cabelos e beijei os lábios daquela pessoa.
Algo não estava bem, mesmo nada bem, mas eu não me importava… queria matar aquela «fome» e ponto final.
A pessoa passou para cima de mim, retribuindo o beijo com uma vontade selvagem, quase me arrancando o piercing quando me mordeu o lábio inferior. Quando as nossas bocas se separaram, procurei algo… sim, uma garrafa.
Voltei a beber longos goles enquanto o líquido verde escorria à minha frente. Ficou tudo difuso novamente, e o meu estômago voltou a arder… nem me importei quando o vulto me arrancou a garrafa das mãos, bebendo longos goles também.
Os nossos lábios voltaram a encontrar-se, enquanto as nossas mãos percorriam os nossos corpos. Eu precisava de ter aquela pessoa… Estava a saber tão bem agora que aquele vulto me beijava o pescoço, parecia que levava a minha fome com ela.
A redução dos efeitos do absinto permitiram-me ver quem estava ali a beijar-me, e agora com a mão a deslizar para dentro das minhas calças.
“Georg…?” Murmurei sem mexer os lábios. Os meus olhos estavam a ver o que se estava a passar, apesar de o meu cérebro não ser capaz de o processar. Não estava chocado, nem surpreso… estava dormente e sem reacção, graças ao absinto.
“O que é que estás a fazer?” Perguntei-lhe, pegando nos seus cabelos e levantando-lhe a cabeça para que ele olhasse para mim.
Ele parou o que estava a fazer quando os seus olhos verdes fitaram os meus, ele não trazia qualquer expressão no seu rosto. “Não faço a menor ideia…”
A fome voltou corroendo-me por dentro, Porque é que parou?! Eu quero mais, eu preciso de muito mais!
“Não pares…” Implorei, e logo ele retomou o que estava a fazer, e eu tornei a sentir aquele alívio desejado e aquela satisfação plena.
Lembro-me que ainda peguei na garrafa novamente, bebendo goles abruptos de absinto, sem me preocupar com o que iria acontecer a seguir… e querendo sempre mais.
.end of second chapter.
música: Declarações pós-eleitorais...
sinto-me: Cansadinha -.-
Quinta-feira, 2 de Junho de 2011
Tcharam! Apresento-vos a Don't Stop! Uma Fanfic Tom/Georg meio parva, mas cómica ainda assim (I hope!). Espero francamente que gostem, porque se não, eu arrumo este blog de uma vez e dedico-me à pesca xD É uma Fic curta, apenas três capítulos (grandes), a história não é nada de especial, é mesmo feita para rir, e meio ao estilo de American Pie.
Só falta dizer que quem fez o cabeçalho foi uma menina que, como eu, regressou à pouco tempo aos blogs. Há uns tempos era conhecida por Inês Spark, agora é só spark ^^ E a ela agreço o cabeçalho, e o muito apoio que me deu antes, e que me está a dar agora!(Só não te dedico isto, Inês, porque te quero dedicar uma coisa melhorzinha xD)
Fico à espera de opiniões...
Loads of Kisses to all of you! :D
Don't Stop!
Chapter One
Isto era inacreditável, como é que não haviam groupies? Tudo bem que estamos uma vila alemã bastante pequena e conservadora, que parece que parou no tempo… Mas por favor, não me digam que não há uma única groupie por perto! Eu morro se não for para a cama com alguém hoje!
“É bem feita, Tom. Para ver se te acalmas um bocado!” Começou o Bill a resmungar, mas eu sinceramente não estava com vontade de o ouvir, “Ultimamente tens exagerado… Tem sido mesmo demais!”
“Tu não te cansas?” Protestei enquanto lutava para encontrar a chave magnética nos vários bolsos das minhas calças, à porta do meu quarto de hotel. “Até parece que não demos um concerto hoje, porra. Cala-te!”
O Bill cruzou os braços revoltado e pronto para me começar a dar sermões novamente. Ele já tinha a porta do seu quarto aberta à imenso tempo, porque é que não entrava e me deixava em paz!?
“Estás muito agressivo, tu.” Recomeçou ele a recriminar-me, mas foi de imediato interrompido pelo Georg, que tinha acabado de sair do elevador e tinha-se juntado a nós no corredor, seguido de perto pelo Gustav.
“O Tom está é com falta de sexo, Bill,” Riu-se o Georg, encaminhando-se para a porta do quarto dele que ficava mesmo em frente ao meu. “Vê-se mesmo que não percebes nada do assunto.”
O Gustav aproveitou este momento para se rir, e tanto o Bill como o Georg se juntaram a ele um momento a seguir. Eu limitei-me a fulminá-los com um olhar assassino. “Isso, vá! Riam-se da minha desgraça…”
“Olha que não é só desgraça tua,” Afirmou o Gustav ainda rindo, já espreitando de dentro do seu quarto para o corredor, “Ali o Georg está no mesmo estado que tu!”
“Ai, sim?” Perguntei ironicamente, finalmente passando a chave magnética na fechadura da minha porta. Estava farto daquela conversa. Tinha na minha mente o plano de me embebedar para adormecer o mais rapidamente possível, e esquecer aquela «fome» que me estava a consumir.
“Pois, mas eu não sou como tu, Tom.” Desculpou-se o Georg com um sorriso perverso na cara, “Eu ainda espero divertir-me hoje.”
E depois com um gesto discreto mostrou algo que estava a esconder dentro do casaco, piscando-me o olho de forma cúmplice. Não precisei de ver aquilo como deve ser para perceber que se tratava de um DVD de um filme pornográfico.
Consegui ver que o Bill e o Gustav estavam absolutamente chocados a olhar para o Georg. Talvez não estivessem à espera que ele planeasse um programa para desfrutar sozinho. Eu próprio tive de me rir, “E vais fazer tudo… sozinho?”
“Mais vale só do que mal acompanhado,” Respondeu-me ele colocando a sua mão vaga na anca, em sinal de protesto. Depois adicionou, apontando para o DVD que estava por baixo do casaco, “E além disso, conto com a ajuda das «Coelhinhas Quentes Parte Cinco» para me ajudarem.”
“Oh meu deus, eu não quero ouvir mais nada!” Quase berrou o Bill no meio do corredor do hotel, “Vou dormir, boa noite!” E sem dizer nem mais uma palavra fechou a porta do quarto dele com um estrondo.
O Gustav ainda se estava a rir quando disse, “Bem… diverte-te, Georg! Boa noite, Tom. Fui!” E fechou também a porta do quarto dele, deixando-me a mim sozinho com o Georg no corredor.
Ele continuava a rir-se para mim com aquele olhar provocador de «Eu vou ter uma noite porreira, e tu não!».
“Eu não me importo de partilhar…” Ofereceu-me ele casualmente, retirando finalmente o DVD de dentro do casaco. A capa era horrível, cor-de-rosa choque com o título idiota a amarelo, e tinha ainda uma imagem de uma loira podre de boa. Só que a ver senti um formigueiro percorrer-me o corpo… Eu precisava daquilo.
“Queres, Tom?” Perguntou o Georg novamente de uma maneira muito casual, apontando para o interior do quarto dele.
Ver um filme pornográfico com um dos meus melhores amigos não era propriamente algo que eu fizesse todos os dias. Tinha deixado de ver pornografia desde que comecei a levar miúdas para a cama, e nunca mais tinha «tratado do assunto» sozinho desde que me tinha tornado famoso… Isto era estranho, muito estúpido, mas por uma razão que eu não sabia explicar precisava mesmo de o fazer.
“Não acredito que estou a fazer isto…” Murmurei fechando novamente a porta do meu quarto e dirigindo-me para o do Georg, que continuava com aquele sorriso perverso estampado na cara.
Entrei sem sequer pedir licença, a única coisa que murmurei foi, “Só espero que tenhas álcool suficiente.”
.end of chapter one.
sinto-me: Yey, FICS! :D
música: The Who - My Generation
Domingo, 22 de Maio de 2011
Este é um post que eu já deveria ter escrito há muito mais tempo e desculpem-me se não o fiz. Até tenho vergonha de aparecer aqui agora! Estou oficialmente a anunciar que está fanfic está em pausa, ( Oh really!? No shit! -.- ) até dias melhores. Espero chegar a concluir esta história um dia destes. Talvez me dê uma pancada de garra e inspiração (E DE TEMPO LIVRE), e pimbas!, em menos de nada escrevo o que falta.
Até lá, continuará nesta pausa terrível.
Voltei aos blogs, mas estarei mais activa no meu blog pessoal,
link -> http://dreamersworld.blogs.sapo.pt/
Espero que seja um...
...Até já!
Loads of kisses to all of you,
E obrigada por continuarem a vir aqui, mesmo quando eu não o fiz
Loads of kisses to all of you <3
sinto-me: Dores de costas... -.-
música: Tv on the backgroung
Sábado, 28 de Fevereiro de 2009
Olá meus amores!
Estava dificil, mas finalmente consegui terminar este capitulo para o vir postar ^^ Eu sei que demorei demasiado tempo, e vocês merecem a minhas mais sinceras desculpas! Andei ocupada com o meu novo blog de Fics de HP, para quem ainda não o conhece, sintam-se à voltade para dar lá um saltinho ^^ Podem aceder também através do link ali ao lado, na lista de links x)
Mas não vou demorar com mais conversas,
Aqui vai o capitulo!
ENJOY!
* * *
Chapter Twenty
[ TOM ]
Entreabri os olhos devagar, deixando a luz do sol que entrava abundantemente pela janela cegar-me. Eu não queria acordar, preferia voltar a adormecer… preferia não ter de suportar mais um dia naquele inferno. Sim, inferno! Achava que ia encontrar o paraíso na terra, mas graças ao Bill, Maili é um pesadelo para mim.
Tentava não recordar-me daquilo que o meu irmão me tinha tão minuciosamente descrito na noite anterior… A dança espectacular, o canto divinal, a conversa inacabável e o beijo inesquecível. Eu dava tudo para tirar da minha cabeça a voz do meu irmão a descrever os seus sentimentos por Lilïa! “Não é justo… ela devia ser minha.”
A minha garganta começou a apertar e os meus olhos a arder… Que líquido quente era este a escorrer-me habilmente pelo rosto? Lágrimas!?
“Oh, não. Não senhor!…” Gaguejei enquanto me sentava desajeitadamente na cama. Eu não chorava à anos! Tinha prometido a mim mesmo que não o voltaria a fazer… e no entanto, sem me aperceber, estava a quebrar a minha promessa.
Esforcei-me por retomar a racionalidade, ignorar que o meu coração bombeava sangue com mais velocidade do que era suposto e que os meus pulmões pareciam não querer obedecer-me. A minha cabeça latejava, mas isso era por ter bebido demais na noite anterior… Só havia uma maneira de curar essa dor e ignorar o que eu sentia no meu coração apertado, e isso envolvia mais bebida.
A dor de cabeça era demasiada para eu manter os olhos abertos, por isso deixei que eles se fechassem novamente, enquanto eu tacteava a minha mesa-de-cabeceira procurando o meu telemóvel. Só depois de percorrer pela segunda vez a mobília com a minha mão é que me lembrei que Bill o tinha levado para o seu quarto e provavelmente não o tinha devolvido… Eu teria de descobrir que horas eram de outra maneira.
Arrastei-me para fora da cama, e saí do meu quarto ainda em boxeurs. Não tinha forças para nada, nem para vestir uma camisola. Não me surpreendi por não ter encontrado o meu irmão na sala de estar do apartamento, para dizer a verdade achei que ele tivesse saído bem cedo para se encontrar com Lilïa na praia.
Espreitei para dentro do quarto do meu irmão, e então é que o vi, deitado na sua cama, ainda adormecido. Não o quis acordar, preferia que ele dormisse, pelo menos assim não me descrevia o quão doces eram os lábios de Lilïa.
Caminhei devagar e silenciosamente com os meus pés descalços na direcção da cama do Bill, para poder recuperar o meu telemóvel… e para minha infelicidade, quando já estava a sair do quarto, um pedaço de madeira do chão rangeu e isso foi o suficiente para o despertar.
“Hãm? Lilïa!? O quê?” Ouvi o meu irmão gaguejar ao acordar sobressaltado. Porra, até a acordar tinha de dizer o nome dela? Quando os olhos castanhos de Bill foram capazes de me focar ele pareceu muito mais aliviado, “Ah Tom, és tu…”
“Sim, eu ainda não mudei de sexo, nem de nacionalidade.” Resmunguei ironicamente, incapaz de lhe dar uma resposta mais decente.
“Desculpa, estava a ter um pesadelo.” Ele parecia ainda estar a recuperar o fôlego ao sentar-se na cama. Com um gesto convidou-me para que eu me sentasse a seu lado, mas eu não reagi e continuei em pé, diante de sua mesa-de-cabeceira.
“Um pesadelo, hum?” Foi a única coisa que consegui dizer. Não conseguia olhar para o meu irmão sem me lembrar do que ele me tinha contado na noite anterior… do beijo que ele e Lilïa tinham trocado, e isso estava a deixar-me doido.
“Sim. Desculpa-me se te assustei.” Assustar!? Por amor de deus… O meu aspecto miserável não se devia a um susto que eu tivesse apanhado, mas ao facto de ter de estar ali, a fingir que não me importo que o meu irmão namore com a única rapariga por quem eu alguma vez senti algo.
“Que horas são?” Perguntou-me Bill e só então eu me apercebi que estava à demasiado tempo calado, a fitar uma tábua do chão que estava ligeiramente solta, aquela que me tinha denunciado.
“Já passa das quatro da tarde.” Confirmei inexpressivamente ao verificar o visor do meu telemóvel.
“Oh! Desculpa maninho, desculpa!” Pediu-me o Bill, saltando da sua cama rapidamente e atirando-se nos meus braços. Mas o que é que lhe deu? “Eu disse-te que íamos passar o dia juntos, e depois acabo por adormecer!”
Oh não… Eu tinha-me esquecido disso. Eu estava a tentar a todo o custo fugir do Bill, e agora ia ter de passar o dia inteiro com ele? “Não te preocupes, Bill, podemos estar juntos outro dia… Não precisa de ser hoje.” Eu não consigo olhar-te nos olhos hoje…
“Nem pensar! Eu vou já levantar-me, arranjar-me e nós vamos os dois passear juntos, sem mais ninguém!” Ele largou os meus braços de uma vez e começou a apanhar a sua roupa que estava espalhada pelo chão do quarto. Estava de facto radiante com a ideia de passar o dia comigo, e entusiasmado ao ponto de eu achar que ia ser difícil demovê-lo.
“Bill, a sério, não precisas.” Implorei, desta vez sinceramente, lutando para pôr um sorriso no meu rosto mas a não conseguir fazê-lo.
Foi com um nó na garganta, uma dor lancinante no peito e o meu coração a sangrar que acrescentei, “Vai ter com a Lilïa, eu fico bem sozinho.”
“Ela hoje não pode estar comigo, combinámos para amanha.” Respondeu o meu irmão com naturalidade, sem se aperceber que eu estava a morrer por dentro, “Por isso, meu maninho querido, sou todo teu!”
“Uau, que bom...” Suspirei desinteressado. Não queria nada passar o dia inteiro com o meu irmão. Ele já se estava a vestir à minha frente, sem qualquer tipo de pudor, e eu aproveitei para me dirigir à porta.
“Vai-te vestir também.” Recomendou-me o Bill, rindo-se não percebi bem do quê, “Vamos à praia!”
“Que remédio...” Resmunguei, e eu tenho a certeza que o meu irmão não me ouviu porque continuou, agora a cantarolar alegremente enquanto se vestia. Estas férias estavam a ser fantásticas para ele, não haja dúvidas… e para estarem a ser fantásticas para ele, estavam a ser um inferno para mim.
Arrastei-me de volta para o meu quarto, sentindo-me ainda mais miserável do que quando tinha acordado, e nem tinha sido assim à tanto tempo atrás. O meu corpo parecia não me pertencer, o meu ritmo respiratório estava desordenado com o meu ritmo cardíaco, e a minha mente enchia-se de imagens dolorosas que eu não queria sequer imaginar…
Eu sabia que amar nos tornava fracos, nos tornava vulneráveis… mas não tinha ideia do quão miseráveis ficamos. Finalmente pude constatar que sempre tivera razão, amar faz-nos mal… é uma doença. Eu só tinha de arranjar uma forma de me curar.
* * *
Continua...
Eu sei que este capitulo foi pequinino e que não compensa o tempo que estiveram à espera, mas eu prometo que o próximo, para além de ser maior, vai ser rico em emoções fortes! xD E vai também ser narrado pelo Tom ^^ Vou tentar postar o proximo capitulo entre amanhã e segunda-feira...
Antes de me despedir, não podia deixar de agradecer os comentários fantásticos que me deixaram! Sabem que vos Adoro a Todos ^^ Vocês dão-me motivação para continuar x) Muito obrigada!
Loads of Kisses to All of You!
música: Os meus Atchins! x'D
sinto-me: Ataque de espirros --'
Domingo, 15 de Fevereiro de 2009
Olá meus amores! :D
Estou super atrasada com a escrita do capitulo vinte, mas não vos queria deixar sem Fic este fim de semana x) Tenho tido vários azares este fim de semana... Ontem à noite tive um encontro imediato com uma barata esfomeada num restaurante japonês --' E hoje a tentar fazer o almoço queimei quatro dedos... ambos os polegares e os indicadores. Não foi bonito de se ver aqui a Dreamer a gritar sozinha em casa com os quatro dedos debaixo de água. --'
Hoje devia ter estudado... mas não consegui concretizar essa tarefa muito bem. Estou com a cabeça noutro lado, que nem sei bem que lado é. Sinto-me meio perdida.
Antes da fic queria deixar um aviso: Entre amanhã e Sexta-Feira vai ser muito dificil vir aqui aos blogs porque vou participar numa Workshop de Arquitectura... Portanto, para além de ser dificil postar, também me vai ser dificil comentar os vossos blogs. No proximo Sabado e proximo Domingo vou actualizar-me, não se preocupem.
Espero que me compreendam, amores!
Agora, sem mais conversa,
ENJOY! x)
* * *
Chapter Nineteen
O telefone continuava a chamar e não havia meio de o Gustav atender. Eu já não sabia o que fazer para acalmar o ritmo frenético do meu coração. As minhas mãos transpiravam e todo o meu corpo tremia… “Não, não pode ser”, Tentei convencer-me a mim mesmo, “Não deve haver ameaça de morte nenhuma, o Tom deve ter ouvido mal…”
“Hallo?” Ouvi uma voz grave responder ao meu ouvido, e eu quase caí da cama abaixo. O Gustav tinha finalmente atendido.
“Estou? Estou, Gustav?!” Chamei tentando ouvi-lo melhor, mas a chamada parecia estar com algumas interferências. Afinal eu estava no meu do Oceano Pacifico e ele no centro da Europa.
“Ah, és tu!” Exaltou ele ao reconhecer a minha voz. Ele parecia estar a rir-se. Como poderia ele estar a rir numa situação destas!? “Como tens passado, Bill?”
“Estou preocupado, ora essa!” Respondi-lhe de imediato sem sequer pensar. O meu coração parecia estar prestes a sair-me pela boca, mas eu consegui-me controlar o suficiente para continuar a falar, “Quando cheguei ao apartamento o Tom disse-me que tinha falado contigo sobre ameaças de morte! Estou assustadíssimo! O que é que aconteceu?”
Ouvi um gargalhada do outro lado do telefone e só tive vontade de começar a pontapear tudo à minha frente. Mas hoje estavam todos a gozar comigo?
“Eh, acalma-te, Billie…” Pediu-me o Gustav, não tardando a explicar-me, “Isso são problemas com o Jost. O Tom deve ter-se explicado mal, deve ter-te feito parecer que a situação é mais grave do que ela realmente é. O coitado não me parecia estar muito sóbrio ao telefone...”
“Pois, não estava mesmo…” Disse, respirando um pouco mais calmo. Se fosse algo de muito grave o Gustav reagiria de uma forma completamente diferente. Pelo menos agora tinha certeza que eu e a Lilïa não havíamos sido expostos, “O anormal do meu irmão pregou-me um susto de morte! Mas que raio se passa, afinal?”
“Bem, o Jost não está muito feliz.” Ouvi a voz do Gustav tornar-se verdadeiramente marcada por preocupação, “O Georg está a dar demasiado nas vistas em Las Vegas. Acho que anda a passear em público com a rapariga que conhecemos lá, a Alicia.”
“Sim, e então Gustav? Isso é um problema?” Perguntei confuso. O Jost nunca se intrometeu nas nossas relações… e aliás, aquilo que o Georg devia estar a fazer em Vegas com a Alicia, era exactamente aquilo que eu estava a fazer com a Lilïa aqui, com a diferença de ele corria mais riscos de ser visto e reconhecido do que eu.
“O problema, Billie, é que parece que ele se anda a enrolar com ela em público.” Agora, para além de preocupação, a voz do Gustav estava cheia de reprovação, “Já saíram fotografias deles os dois a beijarem-se em revistas, as fãs mais fanáticas estão a passar-se… O Jost tem recebido na nossa caixa de e-mail centenas de ameaças de morte dirigidas à pobre Alicia!”
“Oh meu deus, que loucura…” Gaguejei com o meu coração a retomar o ritmo louco de antes. Afinal o meu maior medo tinha-se concretizado, um jovem amor estava a ser ameaçado e quem sabe até destruído por uma imprudência estampada em capas de revistas… Eu e Lilïa estávamos seguros de tal ofenda, mas Georg e Alicia já não tiveram a mesma sorte.
“Pois, agora imagina o Jost, stressado como ele é. Já pediu ao Georg para voltar para a Alemanha, mas ele não quis.” A voz do Gustav chegava a mim distante e distorcida, não por um erro telefónico, mas por eu estar a ter dificuldade em concentrar-me. “Então, em vez disso, o nosso querido produtor mandou para Vegas uma equipa inteira de seguranças para os proteger caso alguma dessas ameaças se venha a revelar verdadeira.”
Eu não conseguia parar de pensar que poderia ser eu no lugar do Georg, e Lilïa no lugar da pobre Alicia, “Gustav, tu já chegaste a falar com Georg?” Perguntei, esforçando-me por recuperar a lucidez.
“Sim, claro que falei… O que ele diz é que está apaixonado, Bill. Que ele e a Alicia estão a namorar e que esse namoro se mantinha quer ele estivesse em Vegas ou na Alemanha.” Oh, como eu compreendia o Georg. Eu podia regressar à Alemanha neste momento que o que sinto por Lilïa jamais se alteraria.
Tentei assumir a situação, interiorizá-la, e pensar numa forma para remediar o escândalo que se havia gerado. Tentei colocar-me no lugar do Georg, imaginar que o que existe entre mim e Lilïa era a mesma relação sólida que existe entre Georg e Alicia… e depois tentei pensar numa forma de tornar esse meu relcionamento público, pensar na forma como diria aos nossos fãs que eu havia encontrado o amor da minha vida.
Depois apercebi-me que não poderia ser nada feito muito bruscamente, isso só desencadearia reacções extremistas como aquelas que estavam a ser vistas agora com as ameaças de morte… Eu e Lilïa não poderíamos ser vistos em público juntos, muito menos aos beijos! Nada poderia ser assumido no inicio, teríamos de ser pacientes, levar o nosso tempo para preservar a privacidade e a segurança daquelas que aquelas que amamos.
Uma raiva começou a crescer dentro de mim. Como é que o Georg podia ter sido tão imprudente? Como é que ele não tinha pensado nas consequências das suas acções?
“Nós não podemos fazer as coisas assim!…” Comecei a falar em voz alta, partilhando a minha opinião com o Gustav. Sem me aperceber, eu estava a falar no plural, “Nós não podemos assumir namoros de um dia para o outro, aparecer em sítios públicos com raparigas, ser fotografados aos beijos… Não podemos!”
“E o que pensas que eu lhe disse!?” Ripostou Gustav no mesmo tom. Ele partilhava a mesma opinião que eu, “O Georg já não ouve ninguém, Bill. Mas o pior é que eu acho que ele está mesmo apaixonado...”
“Eu tenho de falar com ele… O Georg tem de ser chamado à razão.” Talvez eu conseguisse fazer isso. Se eu lhe contasse aquilo que existe entre mim e Lilïa e ele percebesse que estamos os dois na mesma situação, talvez aí o Georg me desse ouvidos.
“Espero sinceramente que consigas fazer isso.”Suspirou a voz preocupada do Gustav do outro lado do telefone.
“Vou tentar pelo menos.” Garanti-lhe enquanto a minha garganta apertava de angústia. Eu tinha de mudar o assunto de alguma forma para nos aliviar o ânimo. Recorri ao assunto mais básico, “Tens-te divertido na neve?”
“Sim, muito! Os meus pais e a minha irmã estão a adorar, também… Passamos os dias na neve. Está a ser muito relaxante…” A voz do Gustav começou a soar muito mais alegre. Percebi que ele estava satisfeito por mudar de assunto. “E as vossas férias como estão a correr? O Tom já se meteu com muitas raparigas? Ele que não dê barraca nenhuma, não precisamos de nada disso agora com os problemas que o Georg já tem.”
“Não te preocupes com isso,” Descansei-o dando graças a deus por Maili ser tão pouco movimentada, “Que eu tenha contado foram só quatro ou cinco raparigas, e nenhuma fez nenhum drama. Aqui em Maili estamos «protegidos» das atenções públicas, não é uma praia muito frequentada.”
“Sim, os paparazzi andam doidos à vossa procura! Ainda ninguém sabe onde vocês estão.” Riu-se o Gustav e eu fui inundado por uma corrente de alívio.
“Ainda bem!” Admiti sem pensar duas vezes no que estava a dizer, “Se nos encontrassem seria um pesadelo…”
“Um pesadelo… Porquê!?” Oh não, eu já tinha falado demais. Como me mantive calado, sem saber o que responder, ainda dei mais razões ao Gustav para ele ficar desconfiado, “O que é que se passa, Bill!?”
“Nada Gustav, não se passa nada.” Tentei dissuadi-lo, consciente que ele continuaria a insistir.
“Bill, eu conheço esse tom. Estás a mentir.” Esse é o mal de nos conhecermos tão bem entre os quatro. Mesmo que queiramos, já não conseguimos esconder nada uns dos outros.
“Não te preocupes, Gustav. Vai tudo correr bem…” Disse-lhe, esforçando-me por o convencer e acalmar antes que ele começasse a dramatizar. Se o Gustav soubesse do que há entre mim e Lilïa iria passar-se, principalmente por estarmos a correr os mesmos riscos de Georg e Alicia.
“Não me digas que o Tom deu alguma barraca!?” Eu podia dizer que sim e o assunto morria por aí. Já era comum as acompanhantes do Tom dramatizarem depois do meu irmão lhe dar com os pés… Mas eu não consegui mentir.
“Não, o problema não é o Tom…”
“Então… Tu!?” Detesto a forma como o Gustav consegue tirar conclusões acertadas de tudo. Não demorou muito para que eu começasse a ouvir a sua voz zangada, “Oh não, Bill! Tu também não, por favor! Já nos basta o Georg!”
“Mas isto é sério, Gustav. O que eu sinto é verdadeiro.” Tentei confessar-lhe já que não havia outra saída. Ele tinha de compreender que eu já não conseguia passar sem Lilïa.
“O Georg também diz isso.” Ripostou-me ele de forma brusca, como se o argumento de Georg fosse uma mentira… como se o meu também o fosse!
“E se calhar ele diz a verdade!” Respondi-lhe já quase gritando. O Gustav tinha de compreender a minha situação, e a do Georg também.
“As férias estão a fazer-vos mal…” Observou ele, rindo-se ironicamente dos nossos sentimentos.
“Pelo contrário…!” Garanti, sentindo-me ofendido, “ Eu nunca me senti tão bem. Tão… livre!”
Do outro lado do telefone os gritos começaram. E o Gustav so grita quando está mesmo, mesmo muito enervado, “Por amor de deus! Bill, se não queres que essa tua rapariga receba ameaças de morte também, não dês nas vistas… Tem muito cuidado, imploro-te! Depois quem ouve do Jost sou eu, o único idiota de nós os quatro que atende o telemóvel quando ele nos liga durante as férias!”
“Está bem, eu prometo que tenho cuidado…” Agora estava mais descansado. Sabia que o Gustav podia não compreender completamente aquilo que eu sentia, mas ele continuava preocupado comigo e respeitava a minha escolha de não ignorar este amor.
“Portem-se bem, Kaulitz! Os dois, hãn!!”Refilou ele, já em tom de brincadeira.
“Sim senhor!” Ri-me, entrando também na sua brincadeira, e iniciando as despedidas. “Diverte-te por aí, Gustav.”
“Adeus, fiquem os dois bem…” Despediu-se ele, agora mais sério.
Eu já estava prestes a premir a tecla vermelha do telemóvel quando ouço o Gustav a chamar-me, e coloco novamente o auscultador junto do ouvido.
“Quero que saibas Billie, que fico mesmo muito feliz por teres encontrado alguém tão importante. Estou a torcer para que corra tudo bem entre vocês os dois.”
A voz dele soou tão sincera que eu fiquei sem palavras. Afinal parecia que ele compreendia os meus sentimentos… e, apesar de extremamente preocupado, estava a torcer pela minha felicidade!
Eu fiquei verdadeiramente emocionado, pelo que, antes de desligar a chamada, fui incapaz de dizer mais do que um sentido: “Obrigado.”
Agora eu estava sozinho, deixado só no meu quarto com os meus recentes medos e inseguranças. Talvez o que aconteceu ao Georg e à Alicia fosse um aviso para mim, para eu ter cuidado no futuro quando estivesse com Lilïa…
… Mas não foi só isso que ficou a pairar na minha mente quando finalmente me enrolei nos meus lençóis à espera de adormecer. Nós, eu e Lilïa, havíamo-nos beijado… Beijado, só isso. Nem sequer tínhamos falado sobre o beijo, nem sobre o seu significado. Eu sabia que aquele beijo tinha tido bastante significado para os dois, aliás, eu senti que Lilïa partilhava dos mesmos sentimentos que eu… No entanto a questão que se coloca é «Que relação existe entre nós?» e «Até onde é que estamos dispostos a ir para a preservar?”.
Georg e Alicia têm uma relação forte, eles já são inseparáveis… Mas será que eu e Lilïa também o somos? Quando eu regressar à Alemanha, o que vai ser de nós?
* * *
Continua...
Espero que tenham gostado deste capitulo enorme xD Vou tentar continuar a escrever o capitulo vinte que será mais um narrado pelo Tom x) Queria agradecer muitissimo pelos comentários que deixaram no capitulo anterior... São mesmo muito importantes para mim!
Um Obrigado do tamanho do mundo para vocês ^^
Adoro-vos x)
Loads of Kisses to All of You!
sinto-me: Where is my mind?
música: Au Revoir Simone - Sad Song
Quinta-feira, 12 de Fevereiro de 2009
Olá meus amores x)
Eu acho que nunca postei a estas horas xD Mas hoje teve de ser. Ontem estive quase uma hora a tentar postar este capitulo, mas o sapo estava-se a armar em parvo e não deixou. Eu bem que lhe bati, mas ele não me ligou nenhuma à mesma. Como logo à noite não vou estar em casa, não vou poder postar... Decidi deixar aqui o capitulo agora :D
Não podia ficar mais feliz por ver que os comentários estão a regressar :D Muito obrigada pelas vossas opiniões, cada uma faz toda a diferença, todas são importantíssimas ^^ Queria aproveitar para dedicar este capitulo a algumas leitoras bastante fiéis que não mencionei no outro post... Algumas são novas leitoras, mas outras acompanhavam os meus blogs antes de eu ter desaparecido, e continuam a acompanhar agora! Muito obrigada, são muito importantes para mim ^^
Liliana
Sofia Oliveira
Andressa
Melancia
Antes do capitulo queria dizer que a Fic vai entrar agora numa nova fase… Será mais dramática e menos «cor-de-rosa», mas acho que vão compreender isso no final do capitulo xD Mas sem mais demoras!
A Fic,
ENJOY! x’D
* * *
Chapter Eighteen
Quando atravessei a porta de vido do hotel ainda não conseguia acreditar no que tinha acontecido… Eu e Lilïa havíamo-nos beijado! Ainda conseguia sentir o seu sabor nos meus lábios… Ainda conseguia sentir o seu calor nos meus braços! Oh, Lilïa…!
Eu ia saltitando num passo apressado enquanto atravessava o hall do hotel até aos elevadores, sem conseguir controlar a minha explosão de felicidade ou o sorriso gigantesco que tinha nos lábios. Apetecia-me cantar, apetecia-me dançar, saltar, gritar aos quatro ventos o sentimento que pulsava forte no meu peito! Mas como estava a ser observado pelos funcionários do hotel tive de me controlar ao máximo.
Assim que a porta do elevador abriu no meu andar, e eu me vi sozinho no corredor, fiz tudo aquilo que tinha contido em mim. Larguei-me a correr, saltando e dançando ao mesmo tempo como se estivesse num palco em plena actuação. Quando me apercebi, estava a cantarolar o instrumental da música «Ich Brech Aus» e não me impedi de continuar, cantando-a em plenos pulmões enquanto entrava no apartamento que estava a dividir com o meu irmão.
“Ich geb Dir an mir Schuld,
Had das alles nie gewollt!
Du lässt mir leider keine Wahl,
Das ist jetzt das letzte Mal! Das letzte Mal!”
Não pensei sequer na possibilidade de encontrar o Tom acompanhado, isso não fazia parte das minhas preocupações. Aliás, a minha lista de preocupações estava em branco neste momento, eu não sentia preocupação alguma, apenas alegria e vontade extrema de a exprimir.
“Ich fühl mich,
claustrophobisch eng!
Mach platz,
bevor ich mir 'n Ausweg spreng!
Du hälst, mich nicht auf!
Ich brech aus!!”
Fui dançando animadamente enquanto procurava o meu irmão pelo apartamento, queria contar-lhe tudo o que me tinha acontecido… queria contar-lhe tudo sobre Lilïa. Felizmente não tive de procurar muito, encontrei o Tom deitado no sofá com uma das suas guitarras nos braços. Parecia estar a tocar uma das nossas músicas, mas estava a tocar com ritmo tão lento que eu nem a consegui reconhecer… e não estava acompanhado.
Admirei-me por não encontrar o Tom com uma companhia feminina, já não era normal para ele passar as noites sozinho. Não achei que isso fosse um mau sinal, talvez, finalmente, o meu irmão esteja a ir no caminho certo.
“Hey Tommy!” Cumprimentei alegremente, saltando para cima de um outro sofá e fazendo dele o meu trampolim. “Hoje estás sozinho?”
“Não, meu anormal,” Respondeu-me o Tom num resmungar brusco e mal-humorado, enquanto acariciava a silhueta da guitarra, “Não vez que estou com a minha menina?”
Okay, eu conhecia aquele tom de voz arrastado. Parei de pular no sofá no mesmo momento, e analisei os seus olhos castanhos raiados de sangue, “Tom… Tu estás bêbado?”
“Sim estou, porquê?” Respondeu-me ele naturalmente, sem olhar para mim, dedilhando dois ou três acordes atrapalhados.
“Oh, mano… Para que é que fizeste isso?” Perguntei-lhe tristemente. Detestava quando ele bebia, mas ainda mais quando bebia assim, sozinho e sem razão aparente… isso queria dizer que algo de muito errado se passava.
“Como a maioria… Bebi para esquecer.” Resmungou ele, como se estivesse a falar sozinho.
“Esquecer o quê?” Insisti para que ele desabafasse comigo, mas a resposta que obtive foi um seguimento de grunhidos incompreensíveis.
“Esquecer o quê, Tom? Não te percebi…” Repeti ansioso.
“NADA!” A reacção dele foi muito brusca. O Tom levantou-se do seu sofá e saiu a gritar da sala e enfiou-se no seu quarto, “EU NÃO DISSE NADA!”
Eu tive de o seguir, e decidi mudar a minha abordagem. Era melhor ir com calma, “Bolas, está aqui uma pessoa toda feliz, e tu só sabes responder mal!” Disse-lhe rindo.
Ele respondeu-me friamente, de repente parecia sóbrio, “Nem todos podem ser tão felizes como tu, Bill.”
“Credo mano, que horror… Não fales assim.” Ele tinha-me dado arrepios ao dizer aquilo. Foi como que um mau pressagio se abatesse sobre mim. Foquei-me naquilo que me fazia feliz para afastar aquele mau estar. “Queres ou não ouvir como correu o meu encontro com a Lilïa?”
“Tanto faz…” Respondeu-me o meu irmão, encolhendo os ombros enquanto se despia para se deitar.
Apesar de saber que ele podia não estar a ouvir-me com a sua total atenção, eu contei-lhe tudo, sem poupar nenhum pormenor. Falei-lhe da surpresa que Lilïa havia reservado para mim, descrevi-lhe as danças, as músicas, os kahikos… Falei-lhe de cada membro da família Wai-ola: O simpático Noa, a atenciosa Maïle, o acelerado Makoa e Kimo, aquele que eu ainda não tinha conhecido.
Depois contei-lhe de cada tópico que eu e Lïlia falámos, contei-lhe dos bizarros automóveis da sua família, da viagem de regresso ao Hotel… E como é óbvio não podia descorar o nosso maravilhoso beijo. Desabafei com o Tom tudo o que senti ao beijar os lábios aveludados de Lilïa e tudo o que estava a sentir agora… esta onda de sentimentos na qual eu me afogava voluntariamente.
Quando terminei o meu irmão já estava deitado na sua cama, quase incapaz de manter os seus olhos abertos. A única resposta que obtive dele foi um apático, “Uau… Boa, Bill. Fico feliz por ti, mano...”
Agora que olhava bem para Tom, achei que eu estivesse a comportar-me um pouco como Makoa… Tinha falado até a garganta me doer e tinha levado o meu irmão à exaustão… Ou assim eu justificava a falta de entusiasmo por parte dele.
Levantei-me com um sorriso nos lábios, achando estar a deixar o meu irmão adormecido no seus lençóis. No entanto quando lhe virei costas ouvi-o murmurar, “A propósito Bill, o Gustav ligou.”
“Ai sim?!” Exaltei de felicidade, não tínhamos noticias dele nem do Georg desde que tínhamos aterrado no aeroporto de Honululu, “Quando é que ele ligou?”
“Mesmo depois de saíres.” Suspirou o meu irmão, deitando-se de barriga para baixo e enterrando a sua cabeça na almofada.
“O que é que o Gustav disse?” Insisti. Por um lado queria mesmo muito ter notícias dele, por outro estava a tentar fazer com que o meu irmão ficasse sóbrio de uma vez por todas. “Estão a correr bem as férias dele na neve?”
A voz do Tom chegou a mim abafada pela almofada. “Não sei… não me lembro do que é que ele disse.”
“Tom!” Impliquei quase histericamente. Ele não se podia ter esquecido assim do conteúdo de um telefonema.
“Acho que tinha alguma coisa a ver com ameaças de morte…” Respondeu-me o Tom da mesma maneira, e eu senti o meu coração a parar.
“O quê!?” Gaguejei exasperadamente, como se tivesse levado um murro no estômago. Parecia que o ar me havia sido sugado dos pulmões, eu não conseguia respirar. “Ameaças de morte!?”
“Sim, e ele pediu para ligares quando chegasses.” O meu irmão estava tão calmo que eu não conseguia acreditar que ele estivesse a falar a sério… Mas pensado melhor, ele estava tão bêbado que uma ameaça de morte lhe podia parecer menos assustadora que um mosquito.
“Oh meu deus! Vou já ligar para ele…” Consegui gaguejar antes de correr para agarrar o telemóvel do Tom, que estava na sua mesa-de-cabeceira, e começar a marcar o número do telemóvel do Gustav. Eu estava num estado de nervos angustiante, os meus dedos tremiam tanto que me enganei quatro vezes antes de marcar o número correcto.
“Eu vou dormir, Bill… Vai falar ao telemóvel para o teu quarto!” Ordenou-me o Tom enquanto me atirava com uma das suas almofadas. O estado de calma dele só me enervava mais.
“Tu não estás preocupado!?” Gritei-lhe zangado, com vontade de lhe bater até que ele ficasse sóbrio.
“Estou a ficar com uma valente ressaca, isso sim.” Resmungou-me ele novamente, atirando uma segunda almofada na minha direcção, “SÁI! JÁ DISSE!”
Eu preferi não argumentar mais, quando está bêbado o Tom é mesmo um caso perdido. Saí então do quarto dele, batendo com a porta violentamente atrás de mim e fui fechar-me no meu próprio quarto.
Premi a tecla verde depois de me sentar na minha cama. Não conseguia estar em pé, os nervos eram demasiados e estavam a dar-me tonturas… Senti um aperto forte na garganta enquanto ouvi o telemóvel começar chamar… Aqueles segundos antes do Gustav atender estavam a parecer-me horas! Os pensamentos voavam velozes na minha mente.
Quem seria o alvo das ameaças de morte? Seria um de nós, da banda? Ou seria um amigo nosso… um familiar?
O que mais me assustava ainda era a possibilidade de eu ter sido visto com Lilïa durante esta noite… Se eu tivesse sido reconhecido em alguma altura, certamente que os paparazzi não tardariam a aparecer! E uma fotografia minha e da Lilïa a beijarmo-nos era, definitivamente, um excelente argumento para uma ameaça de morte por parte de alguma fã fanática e desesperada…
* * *
Continua…
Dramatismo… perceberam agora porquê? xD
Preciso mesmo muito de opiniões sinceras, portanto estejam à vontade, Comentem ^^
Loads of Kisses to All of You!
ps.1 [ Eu já não passo sem pê-ésses xD ] Tentei mudar a música para algo a condizer com esta nova fase, mas ando desde ontem à procura e não encontro nenhuma que encaixe como eu quero --' Durante a minha busca encontrei esta que estão a ouvir, eu gosto bastante dela, mas acho que não encaixa bem aqui… Vou tentar procurar outra --' Alguém tem ideias?
ps.2 Pus mais fotos dos quatro meninos ali ao lado, gostam? x) Brevemente acho que ainda vou acrescentar mais quatro xD
música: O meu vizinho a cortar relva --'
sinto-me: Acabada de acordar... +.+
Segunda-feira, 9 de Fevereiro de 2009
Olá meus amores x)
Depois de estar uns dias de greve, graças aos fantasminhas que têm andado por cá sem comentar, regresso com mais um capitulo da Fic! [ que por acaso é um capitulo bastante importante ^^ ] Fica desde já o aviso aos fantasminhas: Eu só vos peço uma opinião simples, basta uma frase, desde que seja sincera... Já disse várias vezes: Eu dependo muito de saber as vossas opiniões para conseguir continuar! ^^
Este capitulo é dedicado a todos os que comentaram o anterior, porque tiveram de esperar mais uns dias dos que era suposto para o ler. Desculpem-me! E culpem os fantasminhas! x'D Foi graças a alguns comentários que decidi transformar este capitulo naquilo que ele é, muito obrigada pela inspiração. Vocês são-me muito! ^^
Eloise
MiladY
Biah_th
Peter Inviction
elly-ana
Prongs ^-^
Lila
Pink_Si_Dark
MaryKaulitz^^
DramaQUEEN™
Ana Kaulitz
Tri TH
Sweet Girl
E agora...
ENJOY! ^^
* * *
Chapter Seventeen
“O teu carro… É amarelo!” Gaguejei enquanto soltava uma gargalhada assim que entrámos na garagem. Eu já tinha aprendido que, com Lilïa a meu lado, eu podia esperar de tudo… mas nada me tinha preparado para um carro amarelo!
“Sim é amarelo, porquê? Não gostas!?” Perguntou-me ela, metade preocupada e outra metade ofendida também.
“Não! Eu… Adoro, por acaso!” Garanti-lhe, rindo enquanto passava as mãos pelo frio e amarelo capot do Honda Civic de 1978. “Só não estava à espera...”
Aquele sorriso maravilhoso regressou ao rosto de Lilïa e os seus olhos jade brilharam com intensidade. Percebi que ela gostava mesmo muito daquele carro.
Enquanto ela procurava o que eu achei ser a chave do carro, dei uma vista de olhos na ampla garagem e encontrei mais duas viaturas ali estacionadas: um jeep e uma pick up.
Lilïa reparou em mim e não tardou a explicar, “Aquele é o Jeep Wrangler do meu irmão mais velho Kimo, chegaste a conhecê-lo?” Como fiz um olhar confuso ela aprofundou a explicação com um sorriso, “Era ele que estava a tocar Ipu Heke com o meu pai… E aquela é a velha carrinha pick up da família, o meu pai recusa-se a desfazer-se dela.”
Olhei novamente para o conjunto bizarro de viaturas. O jeep vermelho estava coberto de lama e tinha três pranchas de surf amarradas a ele. A pick up estava mais ferrugenta do que qualquer outro carro com que eu alguma vez me cruzei na vida… em verdade, acho que nunca tinha visto nada tão ferrugento.
O pequeno e amarelo Honda Civic de 1978 era bastante normal quando comparado com os outros dois. “Dos três, acho que prefiro o teu…”
“Eu também!” Riu-se Lilïa, chamando-me depois para que eu me juntasse a ela. “Já tenho a chave. Entra!”
Tomei de livre vontade o lugar do pendura, enquanto Lilïa se sentou ao volante. Era uma sensação estranha estar num carro com ela, não sei bem porquê. Talvez por estar habituado a passear com ela na praia, não imaginava que ela tinha um carro, muito menos que conduzia.
Vi-a demorar mais do que era suposto a sentar-se. Primeiro não percebi a razão, mas depois reparei que ela estava a descalçar as suas sandálias… Esperem, a descalçar-se!?
“Lilïa? Tu estás… a descalçar-te?” Perguntei confuso. Seria isto algum costume havaiano também, ou era somente a sua família que o fazia?
“Não consigo conduzir calçada. Peco a sensibilidade toda nos pés…” Explicou-me ela com a maior simplicidade. Ao ver que eu continuava assustado e confuso ela acrescentou, rindo: “Não te preocupes, sou a única na família a fazer isso. Não é nenhuma tradição da ilha, sou eu que sou doida.”
Acabámos os dois a rir do caricato da situação. Depressa as nossas gargalhadas foram abafadas pelo ronco ensurdecedor do Honda Civic, quando a Lilïa rodou a chave na ignição.
Observei-a com agrado enquanto ela engatava a primeira mudança e arrancava com o carro. Mas ainda não tínhamos sequer saído da garagem quando eu me lembrei, dando um salto no banco:
“Não me despedi dos teus pais!”Parecia-me falta de educação não me despedir de alguém que me tinha recebido tão bem e com tanta simpatia.
“Eles já devem estar a dormir, não levam a mal.” Descansou-me a Lilïa, carregando a fundo no acelerador enquanto deixávamos a casa dela para trás.
Os vidros do carro estavam abertos, pelo que chegava até nós uma brisa agradável. Essa mesma brisa ia agitando os cabelos de Lilïa, fazendo-os dançar docemente. Depressa fiquei hipnotizado por essa dança e pela intensidade do brilho dos seus olhos… Eu não conseguia deixar de a admirar.
Fui apanhado em flagrante quando Lilïa tirou os olhos da estrada por um momento.
“Porque é que estás a olhar assim para mim?”Inquiriu-me ela, rindo-se e olhando agora mais para mim do que para a estrada.
“Por nada, nada…!” Justifiquei-me atrapalhado, sentindo-me corar. Ia permanecer calado, mas decidi dar-lhe uma resposta mais sincera, “Não estava à espera que conduzisses…”
“Porque não? Tu não conduzes?” Realmente, tanto eu como ela tínhamos vinte anos, era normal que conduzíssemos.
Fiquei subitamente envergonhado quando me apercebi da resposta que teria de lhe dar. “Erm… Eu e o meu irmão tentámos tirar a carta de condução ao mesmo tempo. Ele passou no exame e eu não…”
“O que aconteceu?” A sua pergunta não era feita com gozo, mas com simples curiosidade e talvez uma ponta de preocupação.
“Preferia não falar sobre isso…” Achei que essa resposta fosse suficiente para ela não insistir mais, mas para mal dos meus pecados não foi. Ela continuava a olhar para mim, com aqueles olhos cor de jade… eu vi que a pergunta continuava no ar.
“Okay, se queres mesmo saber…” É agora que ela vai achar que eu sou um falhado! “…Entrei em pânico e atropelei um pombo.”
“Bill!!”Ela gritou o meu nome e encolheu-se no banco. Como é óbvio o carro deu uma guinada, mas a Lilïa recompôs-se e corrigiu o problema com facilidade.
Depois olhou para mim com um semblante grave e perguntou-me incrédula, “Como é que atropelaste um pombo!?”
“Não sei!”Quase gritei também, com vontade de me esconder no buraco mais próximo, “Estavam a passar imensos à minha frente. Foi uma sorte ter atropelado só um!”
“Assassino de pombos!”Acusou-me, com um beicinho fofinho.
Não demorou para estarmos os dois a rir novamente. Sentia-me tão bem e tão à vontade estando assim com a Lilïa… Não sei se era só impressão minha, mas ela parecia sentir-se tão bem como eu.
Mais cedo do que eu tinha desejado, os risos cessaram. Tínhamos chegado à porta do hotel onde eu estava hospedado.
“Estás entregue, rockstar.” Brincou ela, ao estacionar o carro bem perto da entrada. O rugir do motor deixou de se ouvir, restou-nos um silêncio estranhamente constrangedor.
Eu não sabia o que dizer para além de um atrapalhado, “Obrigado pela boleia.”
Aquele foi oficialmente o momento mais estranho que eu e a Lilïa vivemos. Ambos estávamos encolhidos no nosso banco a olhar um para o outro expectantes, sem ter certeza de como agir…
Esta era normalmente aquela parte dos filmes em que o casal dá o seu primeiro beijo… Mas que merda de pensamento! Eu não sabia o que ela sentia por mim, muito menos se ela queria que eu a beijasse!... O que era suposto eu fazer?
Arrisquei a minha sorte, calando o meu nervosismo, e depositei-lhe um beijo carinhoso no seu rosto. As suas faces ficaram rosadas e um sorriso tímido nasceu nos seus lábios no mesmo momento…
O meu coração disparou. Sentia-me cada vez mais tentado a arriscar provar os seus lábios, mas algo me dizia que ainda não era a altura certa. Eu teria de ser paciente e calar aquela ansiedade… tinha de esperar que ela me desse um sinal.
“Vemo-nos amanhã?” Perguntei rapidamente, querendo esquecer o sentimento que me pulsava no peito.
“Só se for à noite…” Informou-me a Lilïa, subitamente tímida, “Amanhã é Sábado. Durante o dia o restaurante vai estar cheio de turistas e pessoas locais. Só poderei estar contigo depois de dançar à noite.”
Num primeiro momento pareceu-me o plano perfeito, mas depois lembrei-me da promessa que tinha feito ao meu irmão, e senti uma tristeza estranha apoderar-se de mim. “Oh, eu combinei sair com o meu irmão amanhã à noite. Temos estado um pouco afastados e eu queria passar tempo de qualidade com ele... Ele tem andado estranho, precisa de mim.”
“Não tem problema.” Confortou-me Lilïa, cobrindo as minhas mãos com as suas num gesto cúmplice. “Passa pelo restaurante no Domingo, então… sabes onde me encontrar.”
“Fica prometido, Lilïa.” Garanti-lhe, acariciando suavemente os seus dedos adoravelmente finos.
O meu coração disparou quando uma das duas pequenas mãos subiu para o meu rosto numa carícia. Os seus olhos cor de jade estavam fixos nos meus, brilhando como duas pedras preciosas, “Gostei muito de passar esta noite contigo, Bill.”
“De certeza que eu gostei mais.”Arrisquei dizer com um sorriso, levando a minha própria mão a remover do rosto de Lilïa uma madeixa do seu cabelo negro, e a permanecer lá depois, numa demorada carícia. Vi-a fechar os seus olhos por um breve momento, saboreando o meu toque frio na sua face quente.
Seria este o sinal que eu esperava?
Não sei explicar o que aconteceu a seguir, nem como aconteceu… Só sei que não aguentei nem mais um segundo, e tive de encurtar a distância entre nós, conduzindo suavemente o rosto de Lilïa na direcção do meu.
A sua respiração estava acelerada, tal como a minha, mas não ela me repeliu, apenas cerrou os seus olhos, entregando-se ao beijo que estava para vir.
Quando os nossos lábios finalmente se tocaram, fizeram-no de uma forma tão terna e tão cheia de sentimento que um arrepio de puro prazer percorreu a minha coluna. O seu sabor era uma mistura salgada e doce que depressa me viciou, eu sabia que ia querer repetir aquele beijo muito mais vezes. Apesar do espaço reduzido a que estávamos sujeitos, consegui abraçá-la e ela a mim. Os nossos corações ficaram tão perto que eu quase que os conseguia sentir pulsar em sintonia…
… Mas tão depressa como este beijo se desenrolou, ele se quebrou. Poderia ter durado uma eternidade, ainda assim nos pareceria ter sido demasiado curto.
Tanto ela como eu nos encolhemos novamente nos nossos lugares timidamente, ambos com as faces rosadas, incertos do que fazer a seguir.
Como eu não queria arruinar aquele sagrado momento com palavras estúpidas e atrapalhadas, escolhi sair do carro, afastando os nossos corpos, mas sem ser capaz de afastar os meus olhos dos seus.
“Até à vista, rockstar.” Despediu-se ela de mim, com o mesmo sorriso tímido, enquanto rodava a chave da ignição novamente e arrancava logo de seguida, enchendo a atmosfera à nossa volta com aquele velho ronco do motor.
“Adeus, hawaiian girl.”Murmurei-lhe de volta, sem saber se ela me tinha ouvido ou não.
* * *
Continua...
Como devem calcular, adorei escrever este capitulo! Foi provavelmente aquele que me deu mais gozo escrever até ao momento x) Espero que gostem tanto dele como eu, porque ele é definitivamente o meu favorito até agora.. ^^
Já sabem, quero saber opiniões sinceras! :D
Loads of Kisses to All of You!
ps.1 Como houve gente com curiosidade, preparei duas montagens para saberem a localização da já tão falada Maili Beach, e dentro de Maile, onde ficam o Hotel onde os Kaulitz estão hospedados, e a Casa que também é Restaurante da familia da Lilïa. Aqui está a primeira, onde fica Maili, e Aqui a segunda, onde se passa a maior parte da acção, e se vêem o Hotel e a Casa.
ps.2 Não podia deixar de vos mostrar ao automóveis apresentados neste capitulo. Aqui está uma imagem do carro da Lilïa, Aqui do jeep do Kimo, e Aqui da pick-up do Noa. Espero que gostem ^^
ps.3 [ Ena, tantos pê-ésses xD ] Se são fantasminhas e estão a ler isto, toca a comentar! x'D
sinto-me: Tenho a perna dormente --'
música: Do You Want a Piece of Meat!? x'D
Sexta-feira, 6 de Fevereiro de 2009
Olá meus amores! :D
Desculpem a demora do capitulo, mas estive com bastantes problemas... E agora, felizmente, parece que já tudo a acalmar. Chamem-me louca, mas decidi encurtar as minhas férias. Está-me a fazer mal ficar tanto tempo sem fazer nada... Inscrevi-me numa Workshop de Arquitectura e decidi fazer melhoria da minha nota da disciplina de Resistência dos Materiais. [ eu sei que sou louca --' ] Entretanto consegui avançar um pouco esta Fic e também aquela de twincest de que eu vos tinha falado ^^
Mas menos conversa e mais Fic,
ENJOY! xD
* * *
Chapter Sixteen
“Aposto como não tens nada disto na Europa!” Exclamou Makoa, enquanto me dava cotoveladas e se ria.
O espectáculo de dança tinha terminado há poucos momentos, e ainda ecoava à nossa volta o som dos aplausos. Lilïa, assim como as restantes dançarinas, haviam-se retirado depois de um largo agradecimento e ela ainda não tinha regressado para perto de mim, como tinha prometido que faria.
Para o outro lado do balcão já havia regressado Maïle, que estava novamente atarefada a satisfazer a mais pedidos dos clientes. Enquanto isso eu estava entregue ao sempre entusiasmado Makoa, que continuava a dar-me cotoveladas para que eu lhe respondesse. “É uma das coisas bonitas de cá, sabes? Eu não sou muito dado a tradições. Sou o primeiro da família a ter um computador e a saber usá-lo, e fui o primeiro a comprar um telemóvel, acreditas? Mas tenho de admitir, a nossa tradição é linda!”
“Sim, sim… Tenho de concordar contigo. É absolutamente fascinante.” Ri-me enquanto o interrompia. Parecia que Makoa não conseguia ficar calado, não que isso me incomodasse, eu ficava era preocupado por não saber como é que ele conseguia respirar sem nunca se calar.
“É mesmo…” Continuou ele, como se eu não tivesse falado, “Sabes? Desde o ataque a Pearl Harbor que os meus bisavós saíram de Honululu para construir aqui esta casa… Acreditas? Esta mesma casa! Foram dos primeiros a vir viver para Maili! Quando cá chegaram regressaram às origens e voltaram a ligar-se à tradição antiga… Achavam que o mundo estava a evoluir no sentido errado, e que os avanços tecnológicos só serviam para alimentar mais guerras. Disparates, se me perguntas a mim! Mas é por eles se terem ligado tanto às tradições que criaram este restaurante, e já na altura deles havia estas amostras das danças… Tudo para relembrar os havaianos dos seus costumes!”
O acelerado Makoa estava a fornecer-me demasiada informação ao mesmo tempo. Eu estava disposto a tentar acompanhar porque me fascinava conhecer a história da sua família… Mas era cada vez mais difícil compreender o seu discurso atrapalhado.
“Estou a ver que o meu irmão mais novo te encurralou…” Disse-me uma voz feminina atrás de nós. A voz que eu mais queria ouvir....
“Lilïa, já aqui estás!” Festejei o seu regresso com um sorriso. De repente, já não me sentia tão ameaçado pelo simpático, mas desgastante Makoa. Ela estava novamente belíssima, com o mesmo vestido cor de pérola que havia usado antes do espectáculo e com o cabelo apanhado da mesma forma, com a delicada flor branca.
“Quando é que me ias dizer que o Bill, era «O Bill» dos Tokio Hotel?” Perguntou o rapaz ultrajado à sua irmã, como se eu não estivesse ali mesmo à sua frente.
A resposta de Lilïa foi o mais sincera que poderia ser, “Erm... Eu achei que isso não era importante.”
O queixo de Makoa caiu, “Não era importante!?” Quando continuou, o rapaz já estava a gritar, “Eu sou fã dele à anos e tu achas que não é importante!?”
Para minha surpresa, Lilïa manteve-se bastante calma e ainda se riu com a reacção do irmão, “Ora! Eu sabia lá…”
Apesar de ele ter continuado a refilar Lilïa, pela segunda vez naquela noite, pegou na minha mão. Mas desta vez riu-se ao meu ouvido, antes de me guiar numa corrida através das mesas, “Anda Bill, vamos fugir do Makoa!”
“Ei, esperem aí!” Gritou o rapaz, tentando seguir-nos, mas foi travado pelo seu pai. Ao que parecia, precisava de ajudar nas tarefas do restaurante.
Lá porque já não tínhamos ninguém a correr no nosso encalço, não parámos de correr. Estava a saber bem, correr enquanto nos riamos das nossas próprias figuras, e sempre de mãos dadas. Só parámos mesmo quando chegámos ao areal.
Aí sentamo-nos na areia, lado a lado, e ainda rindo... e com as nossas mãos ainda entrelaçadas. Só quando o nosso riso esmoreceu é que a mão dela, fina e delicada, largou a minha suavemente. Durante um primeiro momento em que nos mantivemos silenciosos, desejei continuar a segurar a mão dela… mas ainda bem que ela me fez pensar noutra coisa, iniciando uma conversa:
“Desculpa ter-te deixado com o Makoa, eu não sabia que ele te conhecia…” Disse-me ela, sorrindo para mim novamente, “O meu irmão chateou-te muito?”
“Não!!” Menti, soltando uma gargalhada. Ele tinha-me chateado um pouco mas eu não tinha levado aquilo a mal. “Ele só… fala muito depressa.”
“Eu sei, às vezes é insuportável.” Riu-se ela comigo. E durante outro delicioso momento, os nossos olhos ficaram presos. Esperei que ela estivesse a sentir o que eu estava a sentir… Aquele formigueiro no corpo, aquelas borboletas no estômago…
“Gostaste da surpresa?” Perguntou-me ela, encurtando a distância entre nós e posicionando-se de frente para mim. Estávamos tão próximos agora que eu conseguia sentir o seu cheiro misturado com a maresia. O seu tom dourado brilhava na luz do luar e eu não podia estar mais hipnotisado.
“Foste… Foi uma surpresa maravilhosa!” Gaguejei atrapalhado, quase dizendo aquilo que o meu coração sentia verdadeiramente. Tenho de aprender a controlar-me…
Sem nos apercebermos ou nos esforçarmos por isso, começámos uma animada conversa. Os temas iam sucedendo-se naturalmente, não era preciso forçá-los.
Descobri que eu e a Lilïa temos opiniões diferentes em praticamente tudo, mas foi isso que me fascinou naquela conversa, a sua diferença, a sua maneira de ver as coisas, os seus gostos… Curiosamente, apesar de sermos tão diferentes e termos origens tão divergentes, nunca entrámos em discussão, muito pelo contrário. Ambos queríamos compreender ao máximo o outro, perceber o seu ponto de vista.
Era tão fácil falar com ela e tão interessante ao mesmo tempo. Senti que nos tornávamos mais cúmplices e que compreendíamos mais um do outro a cada momento que passava.
Para dizer a verdade, não sei quanto tempo ficámos ali. Sei que o barulho no restaurante atrás de nós já tinha sido silenciado, e a única coisa que ouvíamos à nossa volta era o som da rebentação.
Foi quando os bocejos de Lilïa se começaram a verificar com mais frequência que eu decidi perguntar, apesar de querer ficar ali indeterminadamente, “Não está a ficar tarde para ti? Se calhar é melhor eu ir andando…”
Durante um momento Lilïa hesitou na sua resposta. Percebi que ela queria dizer que não, que podíamos ficar juntos mais um pouco. Mas depois um bocejo interrompeu-a e ela teve de ser sincera. “Não leves a mal, Bill, mas eu estou muito cansada. Foi um dia de loucos e eu já só consigo ver a minha cama à frente.”
“Eu compreendo, não te preocupes.” Garanti-lhe com um sorriso. Ela deve ter-se levantado muito mais cedo do que eu e passou o dia inteiro a trabalhar, devia mesmo estar a ficar com muito sono.
Levantámo-nos os dois ao mesmo tempo, e eu comecei as indesejadas despedidas, “Vou andando então…”
“Vais onde, tonto?” Riu-se Lilïa para mim, enquanto punha as suas mãos nas ancas, “Eu levo-te ao hotel!”
“Não precisas de ir a pé este caminho todo, tu mesma disseste que estás cansada.” Recusei de imediato a sua oferta. Claro que queria estar com ela o máximo de tempo possível, mas também queria ser um cavalheiro.
“Eu não vou levar-te a pé, Bill…” Riu-se ela, enquanto me encaminhava areal acima, na direcção do restaurante, “Vou levar-te ao hotel de carro. No meu carro.”
“Tu conduzes!?” Balbuciei incrédulo. Lilïa surpreendia-me a cada momento que passava. Que mais me reservaria ela?
“É claro que conduzo! Um Honda Civic de 1978, para ser mais precisa… O meu pequeno amor.” Confirmou ela, soltando uma pequena gargalhada melodiosa à medida que passávamos ao lado do restaurante, agora vazio, e nos íamos aproximando do que parecia uma garagem construída na mesma madeira negra que a casa.
Durante um breve momento Lilïa parou para olhar para mim, já que eu continuava de queixo caído, com a mesma expressão surpreendida no meu rosto.
Aí ela avaliou o meu olhar com um sorriso, e acautelou-me, “Não olhes assim para mim, Bill Kaulitz. Há muita coisa em mim que tu ainda não conheces!”
* * *
Continua...
Espero do fundo do coração que tenham gostado ^^
Antes de me despedir queria, claro, agradecer a todos os que comentaram! Sem dúvida que ajudaram a trazer inspiração aqui para os meus lados e me deram vontade de escrever ^^ Sem vocês fica sempre tudo muito mais dificil, por isso não deixem de COMENTAR x)
Loads of Kisses to All of You!
ps. Como houve bastante gente a perguntar, eu esclareço: Não fui eu que inventei os nomes das personagens... São nomes verdadeiros e de origem havaiana. Em relação às danças, aos kahikos e aos instrumentos, tive de fazer uma pesquisa rápida sobre o assunto, claro, mas também são o mais proximo da realidade que eu consegui recriar ^^ A praia de Maili, a casa da Lilïa e o Hotel em que os Kaulitz estão hospedados também existem na realidade, se tiverem curiosidade posso postar um printscreen do GoogleEarth para vos mostar x)
música: Jason Mraz - You and I Both (acoustic)
sinto-me: Aliviada.
Segunda-feira, 2 de Fevereiro de 2009
Olá meus amores :D
Cá estou eu, com o corpo completamente amaçado depois do concerto de Kaiser Chiefs. Talvez amanhã faça um post dedicado ao concerto, hoje estava demasiado cançada xD Posso adiantar que eu e Rick acabámos por encontrar dois amigos nossos, o Johnny e o Menphis, não faziamos ideia que eles iam ao concerto --' Acabámos por nos divertir os quatro à brava... mas eu depois relacto isso melhor ^^
Entretanto, como prometido, terminei o Capitulo Quinze... e cheguei à conslusão que ele está demasiado grande e que dava para dividir em dois. Mas como não postei durante o fim de semana, compenso-vos hoje com este capítulo de tamanho duplo ^^
Espero que não me matem pelo tamanho do capitulo,
ENJOY! x'D
* * *
Chapter Fifteen
Ainda estava a tentar recompor-me, depois de Lilïa me ter deixado sozinho. Eu tinha-me sentado ao balcão, próximo da mãe de Lilïa, enquanto ela estava atarefada a descascar frutas e fazer batidos. Eu esforçava-me para calar a timidez e arriscar uma conversa com Maïle, mas ela parecia-me demasiado ocupada. Durante a minha indecisão, recebi um encontrão de um rapaz moreno que não devia ter mais do que quinze anos. “Mãe, os italianos da mesa seis querem um Irish Coffee.”
Sem parar de descascar o ananás do qual se estava agora a ocupar, Maïle lançou um olhar divertido ao filho e respondeu-lhe, “Vai dizer-lhes que aqui só temos bebidas, batidos ou licores de frutas… E se eles queriam um Irish Coffee, que fossem ao Starbucks!”
O rapaz parecia incrédulo, e também não era para menos. Eu próprio não percebi se ela estava a falar a sério ou a brincar.
“Mãae…?!” Implorou o rapaz, sem saber o que fazer. Pelo que me pareceu, não era a primeira vez que tinham aquela conversa.
“Vai lá dizer-lhes…” Riu-se Maïle, descascando agora uma manga bastante madura. O rapaz ainda não se tinha afastado quando a mãe começou a desabafar comigo, “Estes turistas têm uma lata!… Vêem a um restaurante havaiano pedir um café irlandês! Já viste isto, Bill?”
Eu senti-me subitamente envergonhado e sem saber o que responder. Quando é que este ataque de timidez ia passar? Só fui capaz de murmurar através de risos nervosos, “Pois… Realmente. Que lata…”
O rapaz que já estava a caminho da mesa dos italianos, parou abruptamente e olhou para mim, com os seus olhos cor de jade arregalados. A incredibilidade e o espanto estavam gravados no seu rosto.
“Ei, espera lá!…” Indagou ele, aproximando-se de mim cautelosamente, “Tu és o Bill Kaulitz!”
Pelos vistos havia um membro na família que sabia quem eu era realmente. Fui tão apanhado de surpresa que a única coisa que consegui gaguejar foi, “Pois sou. Erm… Olá!”
O rapaz começou aos saltos à minha frente, estava de facto felicíssimo por me ver. Quando começou a falar, fê-lo tão depressa que eu tive dificuldade em acompanhar o seu inglês, “Eu chamo-me Makoa! Sou um fã numero um teu, do Tom, do Georg, do Gustav! Pá, eu adoro os Tokio Hotel! Nem acredito que te estou a conhecer! Li num blog que vocês tinham tirado férias, mas não sabia que tu tinhas vindo para o Havai! O Tom também veio contigo? Sei que o Georg foi visto em Las Vegas… Mas e o Gustav?”
Makoa continuou a disparar questões atrás de questões, sem nunca parar para me deixar responder. Achei que o melhor era interrompê-lo e fazer-lhe a pergunta mais simples de todas para ele abrandar o interrogatório, “Tu és o irmão mais novo da Lilïa, não és?”
“Sou pois!” O rapaz riu-se num salto, ainda mais feliz. Ele transpirava entusiasmo, “Tu conheces a ‘Lïa?!”
“Conheço sim. Foi ela que…” Tentei responder sucintamente, mas atrapalhei-me com as palavras.
“Filho, o Bill é o rapaz que a tua irmã convidou hoje para ver o espectáculo…” Fora Maïle a falar. Sem que eu me apercebesse ela tinha terminado as suas tarefas e estava agora do lado de fora do balcão, junto de nós.
“Espectáculo?!”Gaguejei em voz baixa, nenhum dos dois pareceu ter-me ouvido. Ia haver um espectáculo? De quê!?
“Então tu és o rapaz alemão que ela conheceu!” Concluiu Makoa alegremente. Pelos vistos toda a gente sabia que eu viria esta noite... “Eu devia ter percebido logo que eras tu...”
“Pois…” Ri-me com ele, encolhendo os ombros e sem saber ao certo o que fazer.
Com um aceno de mão, Makoa afastou-se, dirigindo-se finalmente à tal mesa seis, onde quatro italianos pareciam cada vez mais impacientes. Aproveitei o facto de estar sozinho com Maïle para lhe perguntar:
“Maïle, desculpe… Há pouco disse ao Makoa que eu era o rapaz a quem a Lilïa queria mostrar o espectáculo… A surpresa que Lilïa tem para mim é um espectáculo?”
“Eu e a minha grande língua!…” A senhora riu-se e ponderou antes de me responder, Não é bem um espectáculo, sabes?”
Como eu continuei a olhá-la, ansiando uma resposta mais concreta, ela acrescentou, “Aqui no restaurante, todas as Sextas e Sábados, fazemos umas apresentações para os turistas de… Ora, porque não vês com os teus próprios olhos?”
Ainda Maïle não tinha acabado de falar, quando me apercebi que a melodia de guitarras acústicas que preenchia o ar desde que eu havia ali chegado acabara por esmorecer, dando lugar a um silêncio misterioso. Toda a gente naquele restaurante pareceu notar a ausência da melodia, pelo que se tornaram eles mesmos silenciosos… expectantes.
Eu sabia que algo estava prestes a acontecer, mas nada me podia ter prevenido para o que de facto aconteceu a seguir.
Outra melodia encheu o ar, mas não era tocada, apenas cantada. Uma voz feminina vibrante cantava no que deduzi ser a língua indígena havaiana. Nada mais se ouviu no espaço em redor para além da sua voz, doce, melodiosa e hipnotizante. Um arrepio de prazer percorreu a minha coluna ao ouvi-la, a sua afinação era tão perfeita verso após verso que era quase inumana.
Eu não conseguia vê-la ainda, a figura feminina havia entrado no espaço por uma das portas laterais, uns pilares bloqueavam a minha visão… Segundos antes de poder ver o seu rosto, eu reconheci o timbre da sua voz. Só podia ser uma pessoa… Mas como era possível?
Usando um vestido comprido cor de sangue, de saia rodada, e ostentando um colar de folhas verdes, uma coroa de flores laranja, e colar e pulseiras de pequenas pedras negras vulcânicas, estava Lilïa… Cantando e encantando, enquanto caminhava lentamente, de pés descalços e com os braços dançando ao ritmo da melodia que ela própria fazia ecoar em redor.
Eu só podia estar a vivenciar um sonho. A única coisa que me mantinha lúcido eram os constantes arrepios nas minhas costas, já que a voz e o canto de Lilïa tendiam a levar-me para longe dali.
Percebi finalmente para onde ela se dirigia quando finalmente os seus pés pisaram a esplanada vazia no terraço. Aí, ao seu doce canto chegou ao final. Era virou-se para a plateia que assistia hipnotizada, juntou as mãos à frente dos braços e fez um chamamento na mesma língua em que havia estado a cantar.
Só então reparei que à sua espera estavam dois homens ajoelhados no chão, com um instrumento de madeira estranho nas suas mãos. Esses dois homens, Noa e um rapaz que deveria ter quase vinte e cinco anos, começaram a tocar, criando um ritmo bem mais veloz, que era a continuação da melodia entoada por Lilïa. E então eles mesmo começaram a cantar… e Lilïa começou a dançar.
Os seus pés mexiam-se ao ritmo acelerado que seu pai, e deduzi que o outro fosse também irmão, iam marcando. Os seus braços iam dançando ágil mas suavemente em volta do seu tronco, enquanto ela se ia deslocando, desenhando perfeitos círculos no terraço e balouçando gentilmente sempre… sempre com mais maravilhoso dos sorrisos nos seus lábios.
Durante vários minutos fiquei demasiado hipnotizado para conseguir sequer pensar, o meu coração explodia no meu peito. Mas lentamente a consciência voltava a mim, e eu conseguia racionalizar o que estava a acontecer à minha frente.
Não era uma dança Hula que eu estivesse habituado a ver nas televisões ou em filmes, não era uma coisa banal, nem tinha aquele teor de sedução que muitas vezes lhe associamos… era um ritual sagrado, carregado de elevado simbolismo e dotado de uma beleza única.
“Dança tradicional…” Consegui murmurar. Achei que o tinha feito só para mim, mas Maïle ouviu-me.
“Exactamente, Bill.” Elucidou-me ela depois, “São cânticos e danças feitos em tributo a deuses, à natureza, a feitos históricos, a lendas, a sentimentos… São kahikos.”
Agora percebi o que Lilïa queria dizer quando disse que a mãe dela estaria ali para me explicar o que estava a acontecer. Decidi arriscar perguntando mais…
“E que kahiko é este?” Eu estava abismado com aquela visão, queria saber tudo o que Maïle me pudesse ensinar sobre a cultura havaiana.
“Este kahiko é um tributo ao Amor…” Explicou-me ela, e eu pude detectar orgulho nas suas palavras, e ainda mais nos seus olhos, enquanto admirava a filha. Como eu a compreendia.
Os meus olhos estavam perdidos nela, na sua dança, no seu sorriso… às vezes parecia que os meus olhos encontravam os dela, mas Lilïa nunca saía do ritmo. Também o meu coração descontrolado parecia agora bater ao mesmo ritmo que o seu pai e irmão tocavam.
A curiosidade cresceu novamente, e eu tive de perguntar, “Que instrumentos são aqueles? Nunca vi nada parecido…”
Desta vez não foi Maïle quem me respondeu, mas sim Makoa que já se tinha juntado a nós, “São Ipu hekes. Instrumentos de precursão locais.”
Não fiz mais perguntas, embora as tivesse. Queria aproveitar o momento, já que estava ciente de que a música devia chegar ao final. E assim foi. Achei, estupidamente, que aquela seria única música que cantariam. Bati palmas entusiasticamente, como aliás qualquer pessoa no restaurante… Mas Lilïa não teve tempo para fazer uma vénia em agradecimento, porque o ritmo dos Ipu hekes já tinha recomeçado.
Mas desta vez Lilïa já não estava sozinha no terraço. De ambos os lados tinham surgido várias dançarinas, não deviam ser mais do que dez. Todas elas traziam as mesmas vestes e adereços de Lilïa e todas se moviam ao mesmo tempo, desenhando os mesmos gestos com os seus braços e movendo os seus corpos ao mesmo ritmo.
Primeiro cantaram os dois homens, fazendo estremecer a plateia com as suas notas graves, depois foi a vez das mulheres de nos deliciarem com suas vozes melodiosas. Por mais improvável que possa parecer, eu conseguia distinguir o timbre de Lilïa acima de todos os outros.
“Agora está a ser feito um tributo a Pele,” Informou-me Maïle, acordando-me do meu transe, “Pele é a deusa do vulcão Kilauea da Grande Ilha. Neste kahiko pede-se que a deusa acalme o vulcão, para que as populações da ilha sejam poupadas aquando das erupções…”
“E resulta?” Perguntei eu, sorrindo sem me aperceber, e com os meus olhos presos em Lilïa.
“As erupções do vulcão Kilauea nunca foram violentas, Bill.” Maïle respondeu-me no mesmo tom materno orgulhoso. “Não se dá nenhuma explosão como na grande maioria dos vulcões por todo o mundo. A lava limita-se a escorrer lentamente montanha abaixo, dando tempo às pessoas para fugirem. Os danos são sempre materiais, raramente se perdem vidas.”
Perante aquela dança, aquele cenário de beleza, até parecia plausível que a tal deusa Pele de facto existisse, e que aquele tributo fosse do seu agrado.
Deixei-me fascinar enquanto aquele grupo cantou e dançou vários kahikos durante o que me pareceu uma doce eternidade. Raras eram as vezes em que o meu olhar se afastava de Lilïa, e algumas delas eu quase que podia jurar eu o seu olhar encontrava o meu…
… Pode parecer louco, mas a partir de um certo momento, foi como se mais ninguém estivesse naquele espaço para além de nós. A melodia dos Ipu hekes estava dentro dos nossos corpos, era a batida dos nossos próprios corações. E a sua dança e o seu canto era o que nos mantinha aos dois suspensos naquele mundo, reservado só para nós.
* * *
Continua...
Queria agradecer a todos os comentários que recebi, acreditem que fizeram a diferença e me deram apoio para escrever este capitulo duplo, que foi bastante dificil de escrever :D Também reparei que continua a haver leitores que não comentam... Amores, eu já vos avisei que não mordo! xD
A vossa opinião é mesmo muito importante para mim, acreditem que sem vocês e o vosso apoio, escrever torna-se muito dificil... Por isso, COMENTEM! :D
Loads of Kisses to All of You!
NOTA: Queria deixar dois links de videos para vocês verem com os vossos olhos as danças que eu tentei descrever. Aqui a primeira, a individual da Lilïa [ é de um concurso que existe no Havai todos os anos, «Miss Aloha Hula»... é bastante engraçado de ver x) ] e Aqui a primeira que é dançada em grupo ^^ Aconcelho vivamente o segundo video, acho-o lindo x) Os instrumentos usados pelos senhores são os tais Ipu Hekes ^^
música: Oasis - Wonderwall
sinto-me: Ai, as minhas pernas! x'D
Sexta-feira, 30 de Janeiro de 2009
Olá meus amores ^^
Hoje já me estou a sentir um pouco melhor... e por isso cá vai mais fic x) A grande novidade, e provavelmente uma das poucas coisas boas [ talvez a única ] que aconteceu esta semana, deu-se à coisa de três horas na sala de cinema 11 do Forum de Almada:
Rick - Sabes, os Kaiser Chiefs vêem a Lisboa no Domingo. ^^
Dreamer *Lamenta-se por não ter ninguém com quem ir* - Eu sei --'
Rick - Estava a pensar... Queres ir comigo?
Dreamer *Dá um pulo na cadeira do cinema e guincha* - I DO!! :D
E pronto, às 17h48 estavamos na fnac a comprar os bilhetes [ que foram caros à brava --' ] e já os tenho à minha frente! Pela primeira vez em muitos dias, Dreamer is Happy ^^
Mas chega de conversa,
Aqui vai a Fic!
ENJOY! ^^
* * *
Chapter Fourteen
[ BILL ]
“Oh, não… Eu não posso chegar atrasado! Não posso chegar atrasado!”Eu ia repetindo este mantra histericamente, como se ele me fosse ajudar a correr mais depressa pelo areal da praia de Maili.
Já tinha o meu par de ténis numa das mãos, enquanto levava as minhas meias na outra… Não havia mais nada que eu pudesse fazer para correr mais depressa do que já estava a correr. Ainda bem que já era noite cerrada e que não havia ninguém por perto para ver as minhas figuras. Só um ou dois holofotes iam iluminando o meu caminho.
“Quase… Estou quase, Lilïa!” Gritei enquanto corria sozinho. Que palerma, ela nem me podia ouvir!
Eu estava eléctrico. A conversa com o meu irmão tinha corrido bem, apesar de eu continuar desconfiado das suas mudanças de humor súbitas… Ele tinha-me dito para eu ir ter com a Lilïa, para eu ser feliz com ela, e era mesmo isso que eu tencionava fazer...
Os meus olhos já conseguiam alcançar o restaurante, construído em madeira negra sobre o areal, que também era a casa da Lilïa… Estava muito iluminado, com luzes de todas as cores, e tinha inclusivamente o exterior iluminado com tochas ardentes e enfeitado com faixas de flores coloridas… Percebi de imediato que se tratava de um restaurante típico, e muito tradicional, havaiano que devia ter bastante sucesso, já que era noite de Sexta-Feira e estava repleto de clientes.
Os clientes acediam ao restaurante por um nível mais elevado do que o areal, onde havia o acesso para os carros e o parque de estacionamento… Tive de ralhar comigo mesmo, “Sou mesmo um anormal! Podia ter vindo de táxi que já cá estava à séculos!”
Sentei-me nuns degraus de madeira que davam acesso ao restaurante para calçar as meias e os ténis, e para me compor, ainda amaldiçoando a minha estupidez. Eu estava mais de dez minutos atrasado…
“Estou a ver que as rockstars na Alemanha não gostam de ser pontuais…” Disse uma voz feminina, extremamente melodiosa atrás de mim. Eu sabia de quem era aquela voz…
“Lilïa!...” Exclamei ao levantar-me para a encarar, ao mesmo tempo senti as minhas bochechas aquecerem… Boa, eu estava a corar, e ela estava absolutamente belíssima…
O seu cabelo negro caía-lhe suavemente pelas costas, penteado para um dos lados, onde tinha uma flor branca linda sobre a orelha. No seu corpo dourado assentava um vestido cor de pérola que caía mesmo cima dos joelhos. A luz flamejante das tochas ia pintando tons mais amarelados no seu vestido e fazia os seus olhos cor de jade sobressair… Oh, eu nunca tinha visto nada tão belo.
Gaguejei um pouco, tentando desculpar-me, enquanto ela me olhava com um largo sorriso, mas fingia-se aborrecida, cruzando os braços e franzindo uma sobrancelha, “Desculpa, Lilïa, eu fui um parvo em vir a pé. Ainda vim a correr a maior parte do caminho, mas acabei por me atrasar!”
Ela soltou uma gargalhada sonora, “Tu vieste a pé!?”
“Vim…” Respondi-lhe ainda mais envergonhado, se é que isso era possível. “Estraguei os teus planos por me ter atrasado?”
“Não estragaste nada, Bill, seu tonto…” Desculpou-me ela, ainda sorrindo, enquanto encurtava a distância entre nós, “Eu só queria ter mais tempo para te mostrar o restaurante, antes da surpresa… Mas assim vai ter de ser uma apresentação relâmpago.”
“Hãm!?” Foi a única coisa que consegui indagar. Apresentação relâmpago antes de uma surpresa… Isso queria dizer o quê? A minha expressão deve ter reflectido bem o meu estado de confusão, porque a Lilïa se apressou a acrescentar.
“Não te preocupes, faz tudo parte do meu plano para esta noite!” Riu-se Lilïa novamente, pegando na minha mão com delicadeza e fazendo-me segui-la escadas acima, até ao interior do restaurante.
Eu não me apercebi muito bem do que se estava a passar à minha volta quando atravessamos a multidão de turistas e clientes e entrámos finalmente no restaurante da família da Lilïa. Eu estava mais concentrado na pequena mão delicada e quente que rodeava a minha cuidadosamente. Eu não conseguia ver nem ouvir mais nada, só conseguia sentir a mão dela na minha. Sei que o ar se enchia com uma melodia de guitarras acústicas, mas não eu conseguia compreendê-la, só a considerava bastante agradável.
Foi uma surpresa quando ouvi uma voz masculina, muito grave e rouca chamar-nos: “Lilïa! O que ainda andas aqui a fazer com esse rapaz? Não devias já estar a preparar-te?”
Ela, que estava a conduzir-nos na direcção de um terraço, parou abruptamente e mudou de direcção, para se dirigir ao balcão do restaurante. Atrás desse balcão estava um homem que devia ter quase cinquenta anos. A sua pele era dourada como a de Lïlia, e os seus olhos eram do mesmo tom de jade. Percebi, mesmo antes dela nos apresentar, que aquele só poderia ser o seu pai.
“Vem cá, Bill, vou te apresentar o meu pai.” No rosto do homem rasgou-se logo um grande sorriso, e ele estendeu-me a sua mão direita, “Pai, este é aquele meu amigo de quem te falei, Bill Kaulitz… E Bill, este é o meu pai, Noa Wai-ola.”
“Aloha! Sê bem-vindo, rapaz!” Proclamou ele sorrindo, enquanto me apertava a mão firmemente com os seus dedos calejados. “É um prazer conhecer-te.”
“O prazer é todo meu…” Gaguejei, tentando ser o mais simpático possível, mas a verdade era que estava a morrer de timidez.
A filha ainda abriu a boca para continuar a falar, mas logo fomos interrompidos por uma mulher que tinha os mesmos cabelos negros que Lilïa, ou melhor… Era uma cópia de Lilïa, com a diferença de ser vinte anos mais velha. “Filha, o que ainda estás aqui a fazer? Estão todos à tua espera…!”
“E esta é a minha mãe, Bill… Maïle Wai-ola.” Riu-se Lilïa, apontando para mim e depois para a sua mãe. Pelos vistos Maïle não tinha reparado em mim.
“Ah, desculpa querido, não te vi…” Disse-me ela, apertando a minha mão também, mas com muito mais delicadeza do que Noa, “Então és tu o rapaz a quem a ‘Lïa queria mostrar-”
“Shiu, mãe!” Pediu-lhe Lilïa com uma gargalhada, “Não estragues a surpresa agora!”
A mulher riu-se com ela, abraçando-a pelos ombros, suavemente, como só uma mãe orgulhosa sabe, “Não é claro que não, querida, desculpem-me.”
Eu dei por mim a sorrir com eles, “Então ainda não é agora que eu vou saber o que é essa tal surpresa?” Perguntei timidamente. Sentia-me um pouco a mais, eles eram uma família, bastante próxima e cúmplice por sinal, eu era só um intruso.
“A ‘Lïa é mesmo assim, Bill,” Respondeu-me Noa, enquanto retirava o seu avental, fincando só com uma camisa colorida e uns calções de banho, e passava de trás do balcão para a frente, para vir ter connosco, “Ela adora fazer surpresas!”
Enquanto dava uma cotovelada ao pai e lhe lançava olhares cúmplices, Lilïa proclamou, “Ainda bem que já todos sabem como eu sou… Agora, ainda pai, temos trabalho a fazer!”
E dito isto, pegou no braço de Noa e começou a arrastá-lo na direcção de uma porta que dizia «autorized personal only».Antes de se afastar demasiado, ainda me disse, “Bill tu podes ficar com a minha mãe enquanto eu não venho… O meu irmão mais novo, Makoa, também deve andar por aí.”
“Está bem…”Respondi-lhe a medo. A cada passo que ela dava, mais nervoso eu ficava. Eu não queria estar sozinho com Maïle, tinha acabado de a conhecer! Ela era mãe de Lilïa… O que é que ela saberia sobre mim? Que tema de conversa era suposto nós termos?
“Espera Lilïa!”Chamei-a, gritando e correndo atrás dela, de tão assustado que estava. Ainda bem que ela ainda não tinha atravessado a porta para a qual se dirigia.
Ela parou abruptamente, e cedeu passagem a Noa, para que ele entrasse, fez-lhe sinal, garantindo que não demoraria. Depois voltou-se para mim, e eu pude ver que ela trazia preocupação no seu olhar cor de jade.
“Passa-se alguma coisa, Bill? Estás bem?”
Eu estava demasiado corado, ela deve ter reparado nisso. O facto de eu estar a gaguejar não ajudou muito, “Eu estou bem, não é… Erm… Pois. Eu sei que este restaurante é dos teus pais, e que vindo aqui, eu já devia estar à espera de os conhecer… mas nem sequer me lembrei que isso poderia acontecer! Eu estou…”
A voz falhou-me de vez, mas ela terminou a frase por mim, “Estás cheio de vergonha, estou a ver…” Depois soltou uma gargalhada melodiosa e acrescentou, “Nem acredito que estou na presença de uma rockstar envergonhada!”
“Pois, é mais ou menos isso…” Admiti, sendo incapaz de a olhar nos olhos durante muito tempo. Eu estava a ser ridículo! “Desculpa, Lilïa.”
O meu nervosismo desapareceu no momento em que ela colocou as suas mãos nos meus ombros, e me disse, ainda sorrindo, “Não tens com o que te preocupar, a minha mãe vai ficar contigo, para… explicar-te o que vai acontecendo. Podes ficar à vontade com ela, não tens de te envergonhar… Às vezes acho que ela é que tem vinte anos e eu os quarenta! Vais dar-te lindamente com ela. Além disso, assim que eu acabar venho logo ter contigo.”
Pois… Eu só retive metade do que a Lilïa me disse. Fiquei bloqueado na parte de «explicar o que vai acontecendo.»Tive de lhe perguntar, “O quê?… A tua mãe vai explicar-me o que vai acontecer? Explicar o quê? O que é que vai acontecer?”
A mão direita Lilïa fez uma espécie de massagem no meu ombro, e depois ela começou a afastar-se, entrando pela porta que eu não queria que ela entrasse, “Já não deve demorar muito para começar, Bill, só falto mesmo eu! Verás com os teus próprios olhos em poucos minutos.”
“Espera!”Ainda lhe gritei novamente. Mas desta vez ela já não me respondeu. Eu limitei-me a ficar ali congelado, ainda hipnotizado pelo dançar do seu cabelo negro, antes de Lilïa desaparecer por completo atrás da porta.
* * *
Continua...
Agora a fic segue um caminho diferente, vamos saber mais sobre a Lilïa, a sua vida e a sua familia... Espero que gostem, e não deixem de dar a vossa opinião! COMENTEM :D
Antes de me despedir, queria agradecer a todos os maravilhosos comentários que me deixaram, muito obrigada mesmo ^^ Eu sei que sou dona de uma insegurança patética, mas isto é genético --'
Loads of Kisses to All of You!
sinto-me: Kaiser Chiefs! Weeeee ^^
música: Kaiser Chiefs - Oh My God