Sexta-feira, 1 de Agosto de 2008

An Deiner Seite - Cap 56

Meus Amores =')

É o último!!

 

Ai, nem sei que vos diga... Estou aqui completamente emocionada a olhar para o ecrã, com o ficheiro word da fic aberto, e ver ali a palavra «Fim» e está a emocionar-me tanto =') Eu sei, sou absolutamente patética. Mas esta foi a minha segunda fic, apesar de ter gostado muito de escrever a primeira, esta exigiu bem mais de mim, viveu na minha cabeça durante os ultimos tres meses... e existem personagens das quais vou ter saudades ^^ [ principalmente a Alie, a Emi, e dos restantes membros dos Wounded Dogs, porque os TH vão aparecer nas próximas fics... lol ]

 

Também foi com esta fic que comecei a ter mais leitores, todos vocês são fantásticos! Queria fazer uma listinha de nomes, mas a verdade é que são tantos que eu nem sei por onde começar x) Obrigado a todos, muitissimo obrigado! Adoro-vos!

 

Antes da fic ainda queria dizer uma coisinha. Se olharem para a vossa direita vão encontrar uma listinha das fics que já postei e das que vou postar... Não sei se seguirei essa ordem, mas é provavel que sim.

 

E agora não vos faço esperar mais,

cuidado porque este capitulo é o maior de sempre xD

ENJOY!

 

* * *

 

[ Emily ]

 
 
“Good morning, sunshine! It’s eight o’clock, the sun is long up, and there isn’t a cloud to be seen in the sky! So it’s going to be a bright sunny day all over old sweet California. Put your shorts and bikinis on, and run towards the closest beach, ‘cause today it’s also going to be the hottest days of the year. 
 
Go get your sunbath, surf some waves, roll down the gold sand and stay tuned in your favourite radio station: BestFM!”
 
Oh, não… Eu nem queria acreditar que eram já oito da manhã… Não, eu deitei-me tão tarde, merecia um descanso. Mas se há coisa que ultimamente não me dão é essa palavra maravilhosa de oito letras: descanso.
 
Tapei a cabeça com a minha almofada, e enrosquei-me bem nos meus lençóis, tudo na esperança de abafar a o som que saía do rádio, ou simplesmente ignorá-lo para voltar a adormecer… Na realidade, o que me apetecia fazer era dar um valente pontapé àquele rádio alarme, de onde neste momento saía a música «Feeling Good» dos Muse.
 
“Birds flying high,
You know how I feel.
Sun in the sky,
You know how I feel.
Reeds driftin' on by,
You know how I feel…

It's a new dawn!
It's a new day!
It's a new life,
For me!
And I'm feeling good!”
 
Não, eu não me estou a sentir bem! Por acaso até me tenho andado a sentir bastante mal. Concordo, é um novo dia, nesta nova vida… Mas porque é que depois de ter alcançado os meus sonhos, ainda me sentia tão vazia por dentro? A resposta era bastante simples, e resumia-se a um simples nome de apenas três letras: Tom. Era somente por não o ter a meu lado que me sentia incompleta.
 
Mas vocês devem estar apanhar completamente do ar, não é? Não se preocupem, eu explico.
 
Passaram-se três anos desde aquela dolorosa despedida… Três longos e penosos anos. Desde então, eu e o Tom falamos por telefone, ainda que poucas vezes por mês. Chegámos até a reencontrarmo-nos por breves momentos quando eles deram o seu segundo concerto em Portugal, mas não foi como da primeira vez. Eles descolaram de Lisboa apenas duas horas depois do final do concerto, e ninguém tira da minha cabeça, nem da da Alie que isso foi um plano orquestrado pelo Jost, só para nós não estarmos muito tempo com os rapazes. E a verdade é que resultou, eu e a Alie não estivemos com eles no backstage depois do concerto mais do que uma fugaz meia hora, eles tiveram de ir logo embora.
 
Como devem imaginar, não voltou a acontecer nada ente mim e o Tom, nem nos atrevemos a falar no assunto novamente. Talvez um dia as coisas melhorem.
 
A Alie e o Gustav? Esses já assumiram o namoro, e diga-se de passagem que ela já esteve mais vezes com ele. Nas suas férias ela já foi ter com ele à Alemanha, já que trabalho dela é mais flexível que o meu. E que eu, para além do meu trabalho, continuo com a banda. Sim, os Wounded Dogs continuam em força, e agora são conhecidos internacionalmente… Mas vamos com calma. Primeiro quero contar-vos como vim parar à Califórnia.
 
Bem, assim que acabei o meu curso de artes dramáticas, fui a várias audições, entre elas, uma para a Universal Pictures. Eles estavam à procura de uma rapariga com sotaque alemão para um filme de acção com o Samuel L. Jackson e o Andy Garcia… e adivinhem só, EU FUI A ESCOLHIDA! Esse foi o meu bilhete directo para os Estados Unidos da América, mais propriamente, para as terras de Hollywood.
 
Não comecem já a pensar que eu tenho uma mansão gigantesca em Beverly Hills, porque não tenho… Na verdade estou a quinze minutos de carro de mansões como essa. Não, moro num modesto T2, na Lexington Avenue, perto de Santa Mónica Boulevard. Até se consegue ver o famoso Hollywood Sign daqui… mas só da janela da casa de banho e se nos empoleirar-mos em cima da sanita, o que já não é nada mau.
 
Pensam que moro aqui sozinha? Nem pensar! Nunca me iria embora de Portugal sem a minha Alie. Dividimos este pequeno T2. Ela foi aceite como guionista estagiária, também na Universal Pictures, portanto pode dizer-se que somos colegas de trabalho.
 
O emprego dela vai de vento em popa. Seis meses depois dela ter começado o estágio, os produtores estavam tão satisfeitos com o seu trabalho que lhe ofereceram a assinatura de um contracto permanente, que ela aceitou de imediato, claro! Entretanto já pré-produziu três filmes, e pelo que eu pude espiar em casa, nas leituras de alguns guiões e ensaios, estão os três excelentes.
 
E o meu trabalho? Bem, o tal filme está gravado, e diga-se de passagem que as gravações correram lindamente. Estreará dentro de poucos meses, mas a imprensa já fala do filme. As criticas são óptimas, principalmente as que são feitas à minha prestação de estreante. Só para terem uma ideia, os produtores da Universal Pictures já me convidaram para um próximo filme, um dos que a Alie ajudou a pré-produzir, um thriller dramático onde o «meu par» será o Hayden Christensen.
 
Para além deste trabalho, tenho a banda! O meu irmão, o Patrick e o Jared acabaram por se mudar para aqui no ano passado, dividem um apartamento não muito longe do nosso, e arranjaram empregos modestos também aqui na zona. Com a vinda deles para cá, começámos a dar pequenos concertos em bares e pubs em Los Angeles, e pode dizer-se que as coisas estão a correr muitíssimo bem! Quando estive a gravar o filme demos muito poucos concertos, mas desde que terminei as gravações que quase todas as noites temos algo combinado… como aliás tivemos na noite anterior. Já começámos também a vender CD’s e a ganhar fãs por aqui. Quer-me parecer que temos uma hipótese de brilhar deste lado do mundo, como aliás brilhámos em Portugal no nosso último ano lá.
 
A única coisa que eu tenho de fazer é conciliar a música com o cinema… e por falar nisso, estou a atrasar-me para a reunião sobre o novo filme com os produtores. É melhor mesmo começar a levantar-me.
 
De contra vontade, arrastei o meu corpo fraco e sem reacção para fora da cama, sentindo a minha mente vazia e praticamente dormente. O rádio tocava agora uma música qualquer do 50 Cent, e eu não hesitei um segundo a desligá-lo. Caminhei então, numa marcha lenta e ensonada para fora do meu quarto, ainda de camisa de dormir, de pés descalços, e com o cabelo que devia estar tudo, menos penteado.
 
 Mal atravessei a ombreira da porta, quase fui atropelada por uma Alie cheia de pressa, e já pronta para sair de casa, “Bom dia, Alegria!” Cumprimentou-me ela com um sorriso de orelha a orelha, enquanto se esforçava por equilibrar uma pilha de folhas manuscritas, que eu percebi ser os seus estudos para guiões.
 
“Bom dia, minha linda!” Cumprimentei-a de volta, esforçando-me para retribuir o sorriso, “Já vais trabalhar?” Perguntei fazendo olhinhos de cachorro abandonado. Desde que nos tínhamos mudado para esta casa que raramente cumpríamos a nossa tradição diária de comer o pequeno-almoço juntas e à varanda da cozinha. Pode parecer parvo, mas eu sentia falta desse pedacinho de tempo que passávamos juntas logo de manhã.
 
“Desculpa princesa, não vai dar. Tenho de estar nos estúdios antes das nove.” Respondeu-me enquanto mastigava o que eu adivinhei ser uma bolacha. “E tu sabes bem que o bolevard a esta hora deve estar atulhado de transito… Nunca mais lá chego.”
 
“Ora bolas…” Lamentei acompanhando-a até à porta de casa. Pelo caminho a Alie conseguiu meter na boca mais uma bolacha sem deixar cair as tantas folhas que levava nos braços, e conseguiu ainda agarrar a chave do Rusty e meter no bolso de trás das calças. Claro que o Rusty veio connosco, nunca o deixaríamos para trás.
 
“Devo chegar a casa por volta das cinco, Emi…” Informou-me, fazendo uma pausa para mastigar a bolacha e a engolir, pausa essa que eu aproveitei para falar.
 
“Eu só tenho a reunião com os produtores às onze da manhã, mesmo que depois vamos almoçar todos juntos, chego a casa, mais tardar, por volta das quatro.” Estranhamente, e sem que eu pudesse evitar, a minha voz soou bem mais fraca e triste do que eu gostaria.   
 
No mesmo momento a Alie largou a papelada que trazia em braços e tomou-me carinhosamente em seus braços. Imediatamente senti-me mais segura e confiante, “Sentes a falta dele, não é?” Perguntou-me num sopro ao meu ouvido, sem sair daquele abraço.
 
Não sei como, mas ela sabia sempre… De alguma forma, ela arranjava maneira de perceber quando eu estava pior, quando eu sentia mais a falta dele. Nem tive coragem de responder por palavras, limitei-me a acenar positivamente com a cabeça, ao mesmo tempo que soltava um involuntário grunhido triste. Mais depressa do que eu gostaria, as lágrimas inundaram os meus olhos e acabaram por começar a cair.
 
Havia dias em que eu conseguia controlar melhor estas emoções do que noutros… E depois havia dias como este, em que eu não conseguia pensar em mais nada a não ser no amor que eu tinha perdido, a chance de ser feliz que eu tinha desperdiçado, e a luta que eu não tinha combatido… Nesses dias o nome dele ecoava a cada segundo dentro da minha cabeça.
 
Tom…
 
De cada vez que me lembrava dele sentia uma dor estranha no peito, um aperto agudo. Ás vezes essa dor cortava a minha respiração, outras ela limitava-se a matar-me lentamente.
 
Guardava como o meu mais preciso tesouro as memorias daquela noite e manhã sagradas… E é nessas memórias, é a relembrar esse sentimento que sempre me uniu ao Tom, que eu encontro coragem de seguir em frente… Sempre na eterna esperança que um dia as coisas possam vir a mudar.
 
Fui acordada do meu lamento pela doce e preocupada voz da Alie, “Há quanto tempo não falas com ele?”
 
Não precisei de pensar muito para responder, “Há vinte e três dias.” Eu poderia ter-lhe dito o número exacto de horas, porque no meu sofrimento eu tinha-as contado.
 
“Ele nunca ficou tanto tempo sem ligar…” Constatou a Alie, ao que eu confirmei com um aceno de cabeça. Mais lágrimas rolaram sem que eu quisesse à medida que o meu corpo começava a tremer e eu a soluçar. O que mais me doía, era saber que ele estava de férias, a banda estava de férias, e o Tom continuava sem me ligar.
 
“Oh minha linda…” Soltou a Alie num suspiro perturbado, acariciando-me os meus cabelos numa tentativa vã de me consolar.
 
“Porquê!?” Quase gritei num acesso de raiva, sentindo as minhas feições distorcerem-se de dor e ódio, “Porque é que tinha de ser assim? Porque é que para alcançar os meus sonhos, tive de me afastar dele? O único que eu alguma vez amei?”
 
“Oh meu amor…” Suspirou novamente a Alie, e eu sentir a dor na sua voz. Eu sabia que também ela fazia essa pergunta a si mesma sem encontrar uma resposta. “Essa é uma pergunta ingrata, Emi, à qual ninguém te pode responder… O importante é que estás aqui, conseguiste. Conseguiste alcançar os teus sonhos! A partir daqui tudo vai melhorar…”
 
Oh, como eu gostava de acreditar nas suas palavras. Eu sabia que ela me as estava a dizer com a maior das sinceridades, e que tinha fé no que dizia. Mas a verdade é que eu já tinha sofrido demasiado com este amor para acreditar que as coisas um dia melhorassem.
 
“Olha linda…” Chamou-me ela, olhando fundo nos meus olhos, “Quando eu chegar vamos à praia de Santa Mónica, e tu vais ver que te sentes logo muito melhor! Pode ser?”
 
Esbocei um sorriso fraco, sentindo uma pequena luz acender dentro de mim. Acabei por concordar com os seus planos para me animar com um simples olhar. No momento seguinte separámo-nos daquele abraço que era tão importante para nós, a Alie tornou a pegar nas suas folhas, agarrando desta vez também a sua mala, e saiu. Ainda a ouvi gritar por cima do ombro, antes de fechar a porta, “Boa sorte com a reunião!”
 
“E bom dia de trabalho para ti!” Gritei-lhe de volta mesmo antes da porta bater. Agora estava sozinha em casa… Sozinha com os meus fantasmas: a saudade, a memória e a tristeza.
 
Foi com um aperto na garganta que me encaminhei para a cozinha, onde me limitei a encher uma pequena caneca com leite fresco. Não o ia beber ali, não me apetecia sequer sentar-me à varanda sozinha, por isso encaminhei-me para a sala. Já sabia o que ia fazer, ia tentar matar um pouco de saudades.
 
Antes de me sentar num dos sofás, passei pela aparelhagem e pus a tocar um CD já velho, sem qualquer identificação. Apesar de só ter uma música gravada nele, era o meu CD preferido. Tinha sido uma prenda de quatro rapazes, quatro grandes amigos… de três que considero irmãos e outro que é o amor da minha vida.
 
Os primeiros acordes daquela música, a música que tinham escrito e composto para mim há tanto tempo atrás, a An Deiner Seite, começou a encher a atmosfera à minha volta, e no mesmo momento eu senti-me estranhamente reconfortada… como me senti da primeira vez que a ouvi.
 
Dei os primeiros goles na minha caneca, e senti aquele frio do leite arrepiar-me. Só de ouvir a voz do Bill já tinha um sorriso rasgado na cara, apesar desse ser um sorriso triste. Estiquei o meu braço para alcançar um livro velho que estava em cima da pequena mesa à minha frente. Tinha sido uma das poucas coisas que eu tinha levado da Alemanha para Portugal, e continha a minha jóia mais valiosa… Fotografias. Fotografias minhas com aqueles quatro rapazes que eram tão importantes para mim. Capturas de felicidade, momentos de alegria que ficaram para sempre congelados no tempo, para que eu pudesse matar a minha saudade ao revê-los.
 
As lágrimas escorriam-me pela cara enquanto eu desfolhava aquelas fotografias que me eram tão valiosas. Eram estes pedaços de papel que me davam força para seguir em frente. Eram eles, aqueles a quem estas imagens pertenciam, que me faziam sorrir, como agora, por mais lágrimas que estivessem a rolar pelo meu rosto.
 
Encontrei aquela fotografia, a que a Alie tinha usado, sem me revelar, no cartaz que levamos para o Pavilhão Atlântico no dia do primeiro concerto… a minha fotografia preferida. Estávamos lá os cinco. O Tom e o Georg estavam a tentar pegar-me ao colo, enquanto o Bill me fazia cócegas e o Gustav se esforçava por aparecer na fotografia também. Os cinco ríamos que nem loucos, espelhando a felicidade daqueles dias.
 
Com os meus olhos postos nesta imagem, e com esta música a soar nos meus ouvidos, quase que parecia que eles estavam ali comigo… quase que conseguia sentir a sua presença… quase que sinto o Tom a meu lado. Quanto tempo levaria até estar com eles novamente?
 
Ainda nem tinha acabado de colocar esta questão a mim própria, quando vejo a porta de casa abrir violentamente, cedendo passagem a uma Alie absolutamente tresloucada. Soavam à nossa volta os últimos acordes da música, reinando depois o silêncio, no momento em que eu em levantei às pressas do sofá para a amparar. Ela parecia que ia desfalecer… estava tão pálida!
 
“Alie!? Princesa, o que se passa?” Perguntei-lhe preocupadíssima sentindo um medo assustador tomar conta de mim… O que é que tinha acontecido??
 
Demorou um pouco até ela conseguir controlar a respiração para poder falar, e só depois um sorriso louco brotou no seu rosto. “Não se passou absolutamente nada, Emizinha!!”
 
Hein? Calma lá, não estou a perceber nada. Fiquei a vê-la poisar os seus manuscritos em cima da mesa da sala e a descalçar-se, sem me dizer nem mais uma palavra. Querem ver que a coitada enlouqueceu? “Alie… tu estás bem?”
 
Ela parou a olhar para mim, parecia estar em pânico, mas eu consegui perceber que me estava a esconder algo. “O quê? Eu estou óptima! Olha para mim!” E depois começou a dar voltinhas parvas à minha frente e a rir-se nervosamente.
 
Okay, é oficial, a menina Alana Laurie está a esconder-me alguma coisa. Cruzei os braços, encostando-me à parede com um ar inquisidor. “Vais explicar-me o que se passa ou vou ter de descobrir por mim?” Ela nem de dignou a olhar-me, ou a parar para me responder, já estava a correr na direcção da janela da sala. “Não tinhas de estar nos estúdios?”
 
Ouvi-a responder muito depressa, sem que se virasse para mim, “Dia de folga!... Ah e tu também, a tua reunião foi adiada!” Por mais estranho que possa parecer, ela estava a fazer gestos no ar, sinais talvez, para alguém que estava lá em baixo na rua. Não estávamos muito alto, morávamos no primeiro andar, se ela queria falar com alguém que estava a passar na rua bastava-lhe gritar que a pessoa ouviria…
 
Farta de tanto mistério, e sem compreender por que saberia ela do adiamento da minha reunião e eu não, corri para a janela, “Que raios estás a fazer, sua doida?”
 
A meio caminho, comecei a ouvir novamente os acordes da An Deiner Seite. Estaquei abruptamente, sentindo o meu coração parar também. O rádio não estava programado para repetir nem músicas, nem CD’s, e o som nem vinha daquelas colunas… Não, o som não vinha sequer de dentro de casa, vinha da rua! E não era um som aperfeiçoado de uma gravação, não… Era um som puro, saído de amplificadores.
 
Mas não… Isso não podia ser. Só se... Olhei a Alie, na esperança que ela me elucidasse. E ela, que tinha estado aquele tempo todo a olhar para a rua, virou-se para mim, olhando fundo nos meus olhos… com um sorriso magnífico nos lábios, e lágrimas caindo pelo seu rosto. Ela estendeu os seus braços para mim, para que eu me juntasse a ela à janela, e foi isso mesmo que eu fiz, apesar de eu estar com o coração nas mãos e com sérias dificuldades a manter-me de pé.
 
“Oh não, eu não acredito!...” Soltei num suspiro louco, tapando a minha boca com ambas as minhas mãos. Não… aquilo não podia ser real! Ser abraçada pela Alie ajudou-me a manter-me lúcida, e a não desmaiar, coisa que eu estava prestes a fazer quando vi…
 
Uma das faixas da Lexington Avenue tinha sido cortada ao trânsito, e porquê? Porque na estrada, mesmo em frente à janela da nossa sala, tinha sido montado um pequeno estrado, onde neste momento, uma banda tocava somente para nós. Aquela banda…
 
Eles lá em baixo, sorriram ao verem-me, e o olhar do Tom hipnotizou o meu como sempre havia feito… Eu fiquei imóvel, ainda sem conseguir perceber que isto era um sonho ou não. Foi com o coração a rebentar dentro do meu peito que vi o Gustav dar o sinal, segundos depois o Bill começou a cantar…
 
“No one knows how you feel,
No one there you'd like to see.
The day was dark and full of pain.
You write help with your own blood,
'Cause hope is all you've got.
You open up you eyes,
But nothings changed.”
 
Eu podia estar a ouvir esta música pela segunda vez neste dia, mas de alguma forma parecia ser a primeira. Lá em baixo tinha o Bill a cantar a música para mim, a musica que ele tinha composto a pensar em mim, e depois tinha o Tom, o Georg e o Gustav a tocá-la para mim, a tocar a melodia que tinham composto para se adaptar à letra.
 
Sem sequer dar conta, tinha o meu rosto coberto de lágrimas, não de tristeza, mas de felicidade extrema. Eles estavam a dar-me o presente mais maravilhoso que eu podia pedir… Mas acima de tudo eles estavam aqui… Aqui, tão perto de mim… o Tom estava aqui.
 
“I don't want to cause you trouble,
Don't wanna stay too long.
I just came here to say to you:
 
Turn around, I am here!
If you want it's me you'll see.
Doesn't count, far or near!
I can hold you when you reach for me.”
 
Algo me fez desviar os olhos do Tom. Só percebi o que era quando olhei em volta. À volta do estrado estava uma corrente enorme de seguranças, que estavam ocupadíssimos a proteger a banda do público que se começava a acumular. Algumas raparigas histéricas começaram a berrar, havia gente a tirar fotografias… mas eu nem sequer me importava. Consegui descobrir o Andreas bem perto do Tom, o que estaria ele a fazer ali? 
 
“Your life is meaningless,
Your diary full of trash.
It's so hard to get along with empty hands.
You're looking for the rainbow,
But it died not long ago,
It tried to shine just for you,
Until the end.”
 
Relembrei-me de tudo, e como não? Lembrei-me dos nossos primeiros dias juntos na Alemanha, quando nos conhecemos. Lembrei-me dos sarilhos em que nos metíamos, e de onde saíamos sempre a rir. Lembrei-me da noite em que o Tom entrou pela janela do meu quarto, a noite em que começámos a namorar. Lembrei-me de tocarmos juntos na garagem do Gustav, de fugirmos da minha madrasta, de fazermos corridas com as motas… Lembrei-me de tudo… tudo o que era bom e o que era mau.
 
Lembrei-me do último dia, o dia da discussão, o dia da separação… o dia fatídico em que eu decidi dar um fim à minha vida miserável. Lembrei-me de tentar-me atirar e não conseguir, lembrei de chorar, de berrar, do meu pai a partir-me a guitarra e da minha madrasta a recriminar-me sem piedade. Lembrei-me de quando decidi deixar tudo para trás e fugir para Portugal…
 
“I don't want to cause you trouble,
Don't wanna stay too long.
I just came here to say to you,
I am by your side,
Just for a little while.”
 
Notei que o Tom, apesar de não ter um microfone à sua frente, cantava a letra em plenos pulmões, acompanhando o Bill. De certa forma, tinha a certeza que ele sabia do que eu me estava a recordar, e senti que ele berrava a letra, ainda que desafinado, de forma a fazer-me compreender que agora ele estava ali… tudo iria correr bem.
 
“Turn around, I am here,
If you want it's me you'll see.
Doesn't count, far or near,
I can hold you when you reach for me.
 
If the world makes you confused,
And your senses you seem to lose.
If the storm doesn't want to diffuse,
And you just don't know what to do.
Look around, I am here,
Doesn't count far or near.”
 
Estas palavras pareciam ganhar um novo sentido agora. Antes tocavam-me e faziam-me lembrar só aqueles primeiros tempos da separação… Mas agora eu via que estes versos também se aplicavam ao que nos aconteceu depois do nosso reencontro em Lisboa.
 
Aquela tempestade de medo e insegurança que se abateu sobre nós, durante os últimos três anos pareceu não querer se dissipar… E eu não sabia mesmo o que fazer. Mas agora eu tinha a certeza que essa tempestade tinha chegado ao fim.
 
“I am by your side,
Just for a little while…”
 
Para meu completo espanto, vejo o Tom largar a guitarra, deixando-a cair desamparada no chão. Mas o que me deixou ainda mais espantada foi vê-lo a correr na direcção de uma das caleiras do prédio e começar a trepar a parede segurando-se com toda a força. Quis gritar para que não o fizesse, quis berrar-lhe que ele era louco, mas fiquei petrificada, com o coração a bater a um ritmo alucinante… lembrando todas aquelas noites em que ele subiu à janela do meu quarto pela armação da trepadeira.
 
No mesmo momento o Andreas apanhou a guitarra do Tom, e começou a tocar o resto da música, ainda que de forma atrapalhada.
 
“Turn around!
Turn around, I am here.
Turn around!
Doesn't count, far or near.
Turn around!
If you want it's me you'll see.
Turn around!”
 
Finalmente o Tom chegou à janela da minha sala, e eu dei-lhe as mãos para o ajudar a entrar. Bolas, ele continuava mais pesado do que eu conseguia suportar… Olhei em volta, procurando a Alie para que ela me ajudasse, mas ela já tinha desaparecido… Com uma breve vista de olhos, vi-a lá em baixo, ao lado do Gustav. Não pude evitar um sorriso.
 
“I can hold you when you reach for me!
Turn around, I am here,
Doesn't count, far or near!”
 
O Tom pôs finalmente os pés no interior da sala, estava bem à minha frente, com aquele sorriso que eu amava tanto. Nós continuávamos à janela por isso toda a gente nos estava a ver e a bater palmas.
 
Eu não conseguia parar de rir, nem parar o meu corpo de tremer, e os meus olhos continuavam a assemelhar-se a duas cascatas de água por eu não conseguir parar de chorar. E além disso, também estava a ter dificuldades em acreditar que o que eu estava a viver era real.
 
Lentamente e como se fosse um sonho, o Tom aproximou-se de mim, e quando nos aproximámos demasiado uma força sobrenatural obrigou-nos a abraçarmo-nos.
 
Finalmente voltei a sentir aquele calor, aquele cheiro, aquele carinho… Finalmente pude olhar fundo naqueles olhos castanhos, e sentir aqueles lábios tão perto dos meus…
 
Foi então que o Tom cantou para mim, num murmúrio desafinado as ultimas frases da música, tocando o meu coração… e fazendo a mais pura das felicidades brotar em mim.
 
“I am by your side,
Just for a little while.
We'll make it if we try…”
 
Não pudemos esperar nem mais um segundo que fosse tivemos de nos beijar, ao som dos últimos acordes improvisados pelo Andreas. Os nossos lábios tocaram-se e foi como se tudo à nossa volta tivesse desaparecido. As nossas línguas dançaram uma dança nossa conhecida, que agora era quase desesperada, de tão carregada de saudade que estava.
 
Separámos depois devagar, continuando a sorrir, e eu até achei que fosse explodir de tão feliz que estava… Mas havia uma pergunta a ser feita:
 
“Tom… O que é que isto quer dizer?” Perguntei a medo, recusando-me a sair dos seus braços, sem saber como é que podíamos ter passado tanto tempo separados depois daquela noite em Lisboa. “Eu não percebo, porque é que fizeram isto?”
 
Ele sorriu ainda mais para mim, aquele sorriso que me fazia sentir segura, e que me fazia sentir amada, só depois respondeu, “Porque eu estou farto de viver a minha vida longe de ti… e eles também… Por isso mudámo-nos para aqui… comprámos uma casa em Beverly Hills.”
 
Não, espera, acordem-me já! Isto não pode estar a acontecer! Sem que pudesse impedir, comecei a chorar outra vez, “Oh Tom…”
 
“Shiu tontinha…” Pediu-me ele carinhosamente, com um sorriso ainda maior. Com um gesto gentil e cheio de ternura apanhou as minhas lágrimas com os seus dedos, “Já não precisas de chorar mais. Eu agora estou aqui, ao teu lado, nunca mais te deixarei sozinha.”
 
Apesar de me ter pedido para não chorar, eu pude ver que os seus olhos também estavam espelhados de água. Não demorou muito para que as lágrimas lhe começassem a cair.
 
Os nossos lábios voltaram a juntar-se, desta vez com mais suavidade, carinho e amor… matando aquelas maldosas saudades que nos tinham atormentado durante todos estes anos. Era um beijo bastante semelhante ao primeiro que tínhamos trocado naquela noite, em Lisboa… Só que hoje eu sabia que não ia ser a ultima vez.
 
Agora sim, começava a minha nova vida.
 
 
FIM

 

* * *

Oh, já não posso dizer continua ='(

 

Eu gostei mesmo muito de escrever este ultimo capitulo apesar de me ter emocionado constantemente... e por isso peço assim resmas, paletes de comentários para me alegrarem xD Espero que leitores que nunca comentaram comentem hoje, porque afinal é o ultimo!

 

Darei noticias sobre a nova fic, Forever Sacred brevemente... A unica coisa que vou adiantar é que será mais pequena que esta, terá provavelmente metade do tamanho x)

 

Loads of Kisses to All of You!

 

música: Tokio Hotel - By your side
sinto-me: Emocionada =') É O ULTIMO!!
publicado por Dreamer às 20:44
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Sexta-feira, 25 de Julho de 2008

An Deiner Seite - Cap 55

Olá meus amores!! ^^

 

O prometido é devido, e como eu disse que vos daria um novo capitulo hoje, aqui está ele! ^^ Já estou a trabalhar no último capítulo, já tenho o começo escrito e as ideiazinhas todas organizadinhas. Espero demorar menos tempo a postá-lo do que demorei a postar este, mas quanto a isso não posso fazer promessas. A única coisa que sei é que será difcilimo ou até impossivel escrever durante o fim de semana --'

 

Entretanto, estou felicissima! A aula de condução já correu melhor... Quer dizer, nos primeiros cinco minutos de aula já tinha andado uma rua inteira em contra mão e entrado a toda a velocidade numa rotunda... A única coisa que a Luísa disse foi: "Tu dás cabo do meu Pacemaker se fazes mais uma dessas." --' Mas depois descobrimos que eu tinha o banco muito para a frente, e que por causa disso não conseguia mexer as pernas como deve ser... Não é que depois de ter chegado a porcaria do banco para trás comecei a fazer tudo bem? --' Eu sou mesmo uma vergonha xD

 

Akyra, porque voltaste aos blogs com a tua escrita maravilhosa, e por fazeres comentários como aqueles que me deixaste no capitulo anterior, este capitulo é para ti ^^

 

Queria ainda enviar um miminho espcial para todos os que comentaram o capitulo anterior! Adoro os vossos comentários, são sempre tão simpáticos e amorosos x) Adoro-vos!!

 

Mas sem mais conversa fiada...

Aqui está o PENULTIMO CAPITULO da fic!

Oh meu deus, fiquei emocionada a escrever isto =')

 

ENJOY! x)

 

* * *

 

[ Alana ]
 
Agarrei-me com força à mão da Emi quando fechei a porta do quarto atrás de mim. Assim como ela, eu precisava de um apoio, algo que me sustentasse e me impedisse de cair sem forças no chão daquele corredor. O belo sonho de uma noite tinha acabado, e só o destino sabia se me ia deixar aproximar do Gustav novamente.
 
“Isto não é o fim…” A voz dele ainda ressoava na minha cabeça, repetindo cada uma das palavras que ele me tinha dito na nossa despedida. “Tu tens o meu número de telemóvel e eu tenho o teu, vamos poder falar todos os dias, Alie.”
 
“Mas eu tenho medo, Gustav…” Sussurrei enquanto me esforçava por conter um soluço, abraçando-me com mais força ao pescoço dele. “Tenho medo que isto que temos, que foi tão súbito, não passe de uma ilusão para ti…Amanhã podes acordar e achar que o que aconteceu entre nós foi um grande disparate.”
 
Ele cobriu de imediato os meus lábios com as pontas dos seus dedos, e eu fui incapaz de dizer o que quer que fosse. “Não digas disparates, Alana Laurie. Eu posso ainda não ter certeza do que sinto por ti, mas sei que é real… Sei que isto que nos une não é nenhum disparate, muito pelo contrário, é um sentimento muito forte.”
 
Fui acordada das minhas memórias pela voz do Andreas que estava mesmo à nossa frente, e agora que eu reparava bem, vi que o Saki também estava ali com ele. “Estão prontas para ir?” Perguntou-nos ele simplesmente, enquanto que o segurança nos olhava de cima abaixo com desprezo.
 
Dirigi um breve olhar à Emi, como que lhe perguntando se poderíamos ir, mas ela não parecia ter ouvido nada. Continuava com os olhos fixos no chão, dando o seu melhor para conter as lágrimas, e apertava a minha mão com muita força sem se aperceber.
 
Com um sorriso muito fraco e quase sem coragem de encarar o Andreas, respondi um breve, “Sim…” e no segundo a seguir já estávamos a ser guiadas na direcção do elevador.
 
“O Saki não vem connosco,” Foi explicando o Andreas à medida que íamos andando, “Ele só vai descer com a banda… Vocês vão sair com um segurança do hotel, para não dar muito nas vistas...” Eu mal ouvi o que ele ia dizendo, e a Emi de certeza que não ouviu nem uma palavra. Ambas estávamos destroçadas.
 
Pobre Andreas. Estava a tentar ser o mais simpático possível connosco, mas era-me impossível retribuir. Todo o meu corpo tremia, não sei se de dor se de insegurança… O meu coração parecia não querer abrandar o seu ritmo estonteante, e os meus pulmões pareciam não querer se encher de ar. Comecei a pensar no pior… E se eu nunca mais visse o Gustav?
 
O pânico tomou conta de mim e eu nem dei conta que já estava dentro do elevador, e que este já iniciava a sua viagem, levando-nos de volta ao piso térreo. A única coisa que eu sentia era a dor de ter perdido aquele que sempre quis para mim, e que tinha sido meu apenas por poucas horas… Sentia isso, e a dor na minha mão, que a Emi continuava a apertar cada vez com mais força, como se a sua vida dependesse disso.
 
Quando a olhei surpreendi-me, o seu rosto estava anormalmente sereno, apesar de me continuar a apertar a mão com todas as suas forças. Dos seus olhos, fixos no chão do elevador, começaram a cair lágrimas sem cessar. Só os deuses saberiam o que ela está a sentir. Se eu pegasse na minha dor e a multiplicasse por mil, talvez aí eu poderia ter uma ideia do seu sofrimento.
 
Oh, Emi…Os meus dedos acariciaram os dela, tentando animá-la ou acalmá-la. Mas ela manteve-se sempre assim, demasiado serena, horrivelmente inexpressiva… Depressa também eu comecei a chorar.
 
A porta abriu-se para o Hall do hotel, encontrámo-lo muito mais agitado do que na noite anterior. Onde quer que olhássemos víamos sempre grupos de seguranças atarefados, jornalistas ansiosos, e até empregados do hotel e alguns hospedes expectantes pela passagem dos Tokio Hotel. Mas isso não era o pior, da rua vinha o som dos gritos de centenas de fãs, que estavam ali, muitas desde a noite anterior, só na esperança de os ver passar.
 
A Emi aproximou-se mais de mim, os seus olhos varriam toda aquela gente que, por sorte, nem tinha dado conta da nossa presença. Senti que ela estava nervosa, por isso abracei-lhe os ombros e murmurei, “Não te preocupes…”
 
“Lamento que as coisas sejam assim…” Quase gritou o Andreas para que o pudéssemos ouvir, o seu olhar dizia que ele estava a ser sincero. “Vocês não mereciam... Lamento tanto.”
 
“Não faz mal…” Murmurei abanando a cabeça e encolhendo os ombros, não consegui dizer mais nada para além disso, a minha voz não saía…
 
“Desculpa, Emily.” Pediu ele, colocando a sua mão no ombro dela, num gesto amigável. Vi-a estremecer, como só agora se apercebesse que estávamos na companhia do Andreas. Não estava a gostar nada do estado em que ela estava, precisava de a tirar dali o mais depressa possível.
 
Os olhos lacrimejantes da Emi fitaram os olhos dele por um momento, enquanto a sua boca se curvava num sorriso triste. No entanto, foi de imediato ela desviou o olhar, encolhendo os ombros num gesto fraco.
 
Por um momento ele continuou a olhá-la preocupado, mas depressa se virou para trás chamando alguém. Quem respondeu ao seu chamamento foi um homem encorpado, vestido com um fato negro. Era o segurança que nos ia tirar do meio daquele caos.
 
A minha voz tremia enquanto eu lhe explicava que estávamos de carro, e onde o tinha deixado estacionado. Combinámos que ele nos iria deixar no carro, e que iria esperar que arrancássemos para regressar ao hotel. Não percebi se isso era para nossa segurança, ou se era uma imposição da desconfiança do exigente David Jost.
 
“Adeus, Alana. Adeus, Emily…” Despediu-se o Andreas, sem fazer mais do que um aceno com a cabeça. “Mais uma vez lamento…” Ambas retribuímos o aceno, não fomos capazes de falar, apertar-lhe a mão, ou deixar-lhe um abraço por ter sido tão gentil connosco.
 
“Vamos?” Perguntou o segurança com um tom rude, apesar de ser visível a sua tentativa de parecer amável. Os seus pequenos olhos negros transpiravam preocupação, e eu não pude deixar de sentir uma onda de simpatia por ele.
 
“Vocês estão bem?” Perguntou-nos ele por cima do ombro, enquanto abria caminho por entre as pessoas que se acumulavam no Hall, para que pudéssemos passar.
 
“Vamos estar melhor quando nos tirar daqui…” Disse-lhe o mais calmamente que consegui, aparando sempre a Emi nos meus braços. Ela continuava assustada e confusa e o corpo dela parecia tremer e vacilar enquanto caminhávamos… Eu estava tão preocupada com ela. “Está quase princesa, estamos quase…”
 
Finalmente saímos pelas mesmas portas por onde tão habilidosamente tínhamos entrado na noite anterior, e como seria de prever, o caos estava instalado ali. Centenas de fãs, várias à beira do histerismo, berravam os nomes deles… Muitas berravam o nome dele.  
 
Cada “Amo-te Gustav!” que eu ouvia no meio da multidão era uma lança que me trespassava. Eu também achava que sentia «esse amor» antes de o conhecer, antes de passar uma noite com ele… Agora vejo que aquilo que sentia não chega nem perto do que eu sinto agora. Como se atreviam elas a dizer que o amavam? Como é pensavam ter o direito de usar o mais maravilhoso dos sentimentos para classificar aquilo que sentiam por ele… uma pessoa que nem sequer conheciam? Só depois de o conhecer, ainda que por tão breves momentos é que tinha percebido o verdadeiro significado do verbo «Amar»…
 
Depressa a minha raiva foi desviada, quando ao nosso lado uma rapariga histérica berrou, “Fick mich Tom!!”. Não vos consigo descrever o que vi no olhar que a Emi enviou a essa rapariga. Era um misto de dor, raiva, ódio, medo e insegurança, banhados por lágrimas que começavam a cair novamente. Por um momento achei que a Emi fosse dar um murro à rapariga, mas ela controlou-se.
 
“Venham por aqui, rápido.” Pediu o segurança, e só aí me apercebi que quase o tínhamos perdido de vista. Esforcei-me para levar a Emi comigo, a multidão estava a apertar demasiado, mas finalmente conseguimos passar.
 
Depois de termos saído do meio da confusão, o segurança obrigou-nos a avançar em passo de corrida até ao carro. Em menos de nada já estávamos a entrar para dentro do meu Rusty. Agradeci ao segurança, mas ele não se afastou, ia ficar ali até irmos embora.
 
“Eu gostava de vê-los a sair…” Foi a primeira vez que ouvi a voz da Emi desde que tínhamos saído do quarto. A voz tremia-lhe e parecia demasiado fraca. Eu disse-lhe que sim com a cabeça, eu também queria vê-los uma última vez.
 
“Lamento mas isso não será possível, menina.” Informou-nos o segurança com aquela voz bruta, “O Senhor Jost não vai deixar a banda sair do quarto enquanto vocês não se forem embora.”
 
“Odeio esse gajo, pá!”, Deixei escapar num rugido. Ele não tinha o direito de nos estar a fazer isto! Com a raiva a pulsar nas minhas veias, e com a sedutora vontade de espancar o Jost a tomar conta de mim, rodei a chave do carro, ligando-o ruidosamente. Fechei os olhos durante um momento, implorando racionalidade, e depois avancei com Rusty sem me preocupar para já com o destino.
 
Olhei uma última vez para o hotel pelo espelho retrovisor, sentindo a distância entre mim e o Gustav a aumentar dolorosamente a cada segundo que passava, e a cada metro que as rodas do Rusty percorriam. Tirando por momentos os olhos da estrada, encontrei a Emi enroscada no banco ao meu lado, com o rosto coberto de lágrimas.
 
“Queres ir para onde, linda?” Perguntei-lhe, eu própria apesar de estar ao volante, não sabia muito bem para onde estava a ir.
 
“Qualquer sitio…” Respondeu ela num murmúrio quase inaudível. A dor que ela estava a sentir era palpável em cada palavra que saía da boca dela, “… qualquer sitio, menos para casa.”
 
Fiz-lhe a vontade. A mim também não me apetecia ir para casa, pelo menos não agora. Não queria aceitar que esta fantasia tivesse acabado. Queria aliviar a dor que sentia no coração para ser capaz de digerir o que nos estava a acontecer… Tinham sido demasiadas emoções fortes em tão poucas horas. Tínhamos ganho tudo, vencido todos os obstáculos. Tínhamos sido as raparigas mais felizes em todo o planeta… E no entanto tínhamos perdido tudo. Agora sentiamo-nos as mais tristes e as mais miseráveis, aquelas que dariam tudo apenas por mais um momento de glória nos braços de quem mais amamos.
 
Amamos? Sim, a Emi sempre amou o Tom… E eu, eu acho que este sentimento que me arranha cá dento é amor. Nunca o senti antes… mas acho que estou correcta.
 
Deixei que o meu inconsciente me guiasse até ao meu local de refúgio predilecto, aquele de descobri sozinha quando cheguei a Portugal e quando mais precisava de abrigo, antes de conhecer a Emi, claro.
 
Minutos depois estávamos a atravessar a ponte vinte cinco de Abril em direcção à margem sul, seguidamente guiei pelas estreitas ruas da Almada Velha em direcção ao meu objectivo. Durante toda a viagem eu e a Emi chorámos em silencio, tentando não pensar no que estávamos a deixar para trás. Eu fui tentando manter pensamentos optimistas, apesar de tudo… Queria acreditar que aquela despedida não seria um «Adeus» mas um breve «Até já».
 
E finalmente chegámos ao alto do Cristo Rei. Guiei o Rusty lentamente até à beira do penhasco, e depois desliguei o carro, fitando a Emi com um meio sorriso, “Bem-vinda ao meu refúgio.”
 
Vi-a sorrir e só por isso fiquei mais calma. Acabei por sair do carro e respirar aquele ar que tinha a mistura do cheiro campestre com o da maresia. O zumbido constante dos carros a passar na ponte era trazido até nós pela leve brisa que se fazia sentir. Aos nossos pés estendia-se o verde Tejo, e na outra margem Lisboa fitava-nos triunfante brilhando no sol da manhã. E o gigantesco Cristo Rei erguia-se imponente ao nosso lado, abrigando-nos na sua sombra.
 
A paz que aquele local que transmitia sempre, inundou-me uma vez mais, e eu senti-me subitamente serena e muito mais racional. Olhando a Emi neste momento senti que também ela estava mais calma.
 
“Três anos a morar do outro lado do rio, e nunca imaginei a vista que se tem daqui…” Ouvi-a murmurar com um sorriso nos lábios.
 
“Descobri isto dias depois de ter chegado a Portugal…” Não precisámos de dizer mais palavras. Estávamos ambas em sintonia, sabíamos na perfeição o que a outra estava a sentir. Já não derramámos mais lágrimas, a harmonia e serenidade daquele local entravam em nós com abundância.
 
Acabei por fazer aquilo que fazia sempre, sentei-me em cima do capô do Rusty, descansando as minhas costas no vidro da frente. A Emi depressa me imitou, e lá ficámos as duas a fitar Lisboa, com os nossos pensamentos perdidos nos mesmos quatro rapazes, que estavam prestes a deixar o nosso país. Por mais irónico que pareça, dali conseguíamos ver os aviões que saíam e entravam no Aeroporto da Portela.
 
“Que horas são…?” Ouvi a Emi perguntar ao meu lado, e eu percebi que o que ela queria saber era se o avião deles já tinha partido ou não.
 
“Passam cinco minutos das dez da manhã…” Respondi-lhe eu dando uma breve olhadela no meu relógio. Assim que disse isto, viu-se mais um pequeno avião levantar voo e sobrevoar os céus da cidade.
 
Tanto eu como a Emi deixámos cair uma última lágrima. Não me perguntei como, mas tínhamos a certeza que era aquele avião que estava a levar para bem longe os amores da nossa vida.
 
 
[ Gustav ]
 
Conseguimos chegar ao aeroporto mesmo a tempo de apanhar o avião. O Jost está radiante. Nós estamos destroçados. Tomámos os nossos lugares à pressa, eu ao lado do Georg e o Tom ao lado do Bill, como sempre. O Jost, o Andreas e o resto da equipa estão algures lá para trás. O nosso avião já arrancou, já nos colou aos nossos acentos e já levantou voo. E eu ainda não parei de pensar na Alie.
 
Pergunto-me como estará ela a lidar com tudo isto, queria saber se ela está a sofrer… Queria poder consolá-la, queria poder estar com ela neste momento e protegê-la no meu abraço. Acredito que poderei fazê-lo no futuro. Sim, estaremos juntos sem dúvida. Eu nunca senti este sentimento tão forte por ninguém, e agora que o sinto não vou abrir mão dele… não vou desistir de ser feliz, não vou abandonar a minha Alie. Minha Alie, isto soa tão bem… Eu amo-te Alie…Um sorriso idiota brotou nos meus lábios sem eu dar conta.
 
De repente, fui acordado dos meus pensamentos pelaa conversa que o Tom e o Bill estavam a ter. Eles estavam a falar à longos minutos, desde que se tinham sentado. Mas agora, por alguma razão, a conversa tornara-se violenta captando a minha atenção, e eu dou por mim a ouvi-los…
 
“Não me chateies mais com isto, Bill! Porra!” Quase berrou o Tom, cuspindo enervado para o irmão. De que raios estariam eles a falar?
 
“Eu realmente não te percebo!” Continuou o Bill, num tom de voz escandalizado e reprovador, mantendo os braços cruzados em sinal de protesto. “Tu ama-la, eu sei que sim! E deixa-la ir embora assim!? Sem sequer uma promessa de um próximo encontro?”
 
“Para quê!? Explica-me para quê!” O Tom já estava a gritar e toda a gente à volta de nós estava a olhar para eles, “Para que é que eu lhe vou prometer que nos vamos ver novamente quando sei que isso é mentira? Acabou tudo entre nós! Não temos qualquer hipótese de estarmos juntos no futuro…”
 
A voz do Tom calou-se abruptamente, e quem falou a seguir foi o Bill, mas fê-lo num tom tão preocupado que quase me assustei. “Tom… Tem calma mano.”
 
Quando olhei novamente para eles, encontrei o Tom a tentar esconder lágrimas gordas que caíam dos seus olhos. Naquele momento senti uma eterna ligação com ele. Ambos estávamos a sentir o mesmo em relação a uma rapariga, e ambos estávamos a sofrer horrivelmente com isso.
 
Tomei a liberdade de me intrometer na conversa, “Tom…?” Chamei-o num murmúrio, tentando passar despercebido aos olhares dos estranhos que nos rodeavam. Ele olhou para mim quando conseguiu controlar as lágrimas, e então eu falei o mais calmamente possível:
 
“Podes achar que não, mas eu sei o que estás a sentir. Sinto exactamente o mesmo pela Alie…” Fiz uma pausa no meu discurso, tentando retomar o fôlego agora que os meus olhos começavam a arder, anunciando as lágrimas que estavam prestes a cair. O Tom não me deixou continuar, interrompeu-me no mesmo momento.
 
“Tu dizes que sentes o mesmo que eu!?” Cuspiu ele cheio de desprezo nas suas palavras, “Como é que podes sentir o mesmo!? Eu e a Emi amamo-nos, a nossa história começou à seis anos atrás na Alemanha! Como é que podes dizer que sentes o mesmo por uma miúda que conheceste ontem??”
 
“Como é que te apercebeste que amavas a Emi?” Encostei-o à parede com esta pergunta. Ele sempre tinha dito que o amor que ele sentia por ela tinha «aparecido» de um momento para o outro, e que ele não o conseguia explicar. Como seria de esperar ele não me respondeu, “Eu descobri que amava a Alie de um momento para o outro, e como tu, não sei explicar porquê, mas sei que aconteceu!”
 
“E onde é que queres chegar com isto?!” O Tom já estava a gritar novamente, e mais uma lágrima escorreu dos seus olhos castanhos. “Elas nunca serão nossas… Nunca mais poderemos estar com elas!”
 
“Eu honestamente não sei porque é que dizes isso, Tom…” Confessei-lhe calmamente, “Eu troquei contactos com a Alie, e sei que deves ter feito com a Emi… Temos tudo o que é preciso para nos encontrarmos com elas. Temos os contactos, temos vontade, temos amor… Só nos falta a disponibilidade que certamente iremos arranjar.”
 
“Estás a mentir a ti próprio quando dizes isso, Gustav.” Respondeu-me ele, sentando-se direito no seu banco, fitando-me com um olhar derrotista, “Tanto eu como tu sabemos que as nossas relações com elas não poderiam resultar… Não sei porque é que insistes.”
 
Tive de soltar uma gargalhada irónica que soou mais fria do que eu pretendia. Foi com os meus olhos fixos no do Tom que eu abri o meu coração para lhe dizer, “Eu insisto porque eu amo a Alie. Eu continuo com esta esperança porque eu acredito que se lutarmos, poderemos ser felizes juntos um dia não muito distante… E tu, se amasses a Emi como dizes que amas, farias exactamente o mesmo que eu.”
 
* * *
 
Continua...
Ai, sinto-me tão melancolica... O próximo capitulo vai ser o ULTIMO! =(
Vou ter muitas saudades de escrever esta fic, ai vou pois!
 
Comentem muito!
Alegrem-me e digam-me a vossa mais sincera opinião sobre ele ^^
 
Loads of Kisses to All of You! xD
 

 

música: Carros a passar na rua...
sinto-me: Melancólica +.+
publicado por Dreamer às 20:48
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Quinta-feira, 17 de Julho de 2008

An Deiner Seite - Cap 54

Olá meus amores!! ^^

 

Eu sei, cá a Dreamer anda a portar-se muito mal... Continuo ocupadíssima, sem tempo nenhum para nada. Férias?! O que é isso? Desconheço! --' Mas hoje tenho muito boas notícias! Ou pelo menos acho que são boas notícias xD Lembram-se de eu ter dito que faltavam dois capitulos para o final da fic? E que este, o penúltimo, seria gigantesco?... Ora, o capitulo já estava a ficar tão grande que eu decidi cortá-lo ao meio e fazer dois capítulos! xD

 

Isto quer dizer que o penúltimo capitulo será só o próximo! ^^

Felizes ou não? x)

 

Já percebi que há gente a querer saber se a seguir a esta fic já tenho outra para postar, e eu tenho orgulho de dizer que SIM! Tenho mais fics em mente! ^^ Ao todo são quatro, duas longas, uma one-shot e a outra uma mini-fic [ pela qual estou apaixonada *_* ] ... As únicas que já têm nome são as longas, uma é All We Can Do Is Try, e a outra é simplesmente Scarlet. Mas a seu tempo darei mais pistas xD E não, ainda não me decidi de qual delas postarei a seguir --'

 

Estou felicissima por continuar a dizer isto: Benvindos Novos Leitores! ^^ Os vossos comentários, juntamente com os dos leitores de longa data, derretem-me o coração e fazem-me dissolver numa poça de baba! x) [ okay, isto agora foi meio nojento --' ] Que mais posso dizer senão, Adoro-vos! e Vocês dão-me vontade de continuar a escrever!!

 

Bem, mas sem mais alongamentos,

[ até porque devem estar desejosos para que eu me cale --' ]

ENJOY! x'D

 

* * *

 

[ Emily ]

 

Andar à luta com o Bill pelo controlo de um secador de cabelo sempre foi o meu desporto favorito, e que bem que sabia praticá-lo neste momento, afastando de mim todos os medos da separação que estava prestes a acontecer. Tinha mesmo saudades de andar aos empurrões com o Bill em frente a um espelho enorme de uma casa de banho, de fazer-lhe cócegas e dar-lhe beliscões para que ele largasse o secador.
 
Enquanto eu e o Bill estávamos nesta luta acesa, o Tom estava no quarto, a arrumar as últimas coisas nas malas. Como seria de esperar, despachei-me mais depressa que o Bill. Eu já tinha o meu cabelo seco e arranjado, ainda o Bill tinha o dele completamente murcho.
 
“Não vais ter tempo de espetar o cabelo!” Comecei a embirrar com ele, rindo e fazendo aquelas vozinhas de menina irritante e caretas a acompanhar.
 
No mesmo momento o Bill pôs as suas mãos nas ancas e começou a protestar, “Vais ver só, Emily Wolff! Vais ver como isto fica pronto num instante!”
 
“Só se a tua laca fizer milagres!” Gozei ainda por entre gargalhadas, e logo a seguir fui obrigada a fugir da casa de banho porque o Bill começou a disparar laca contra mim, perdido de riso também.
 
Voltei ao quarto para encontrar o Tom embrenhado numa mala enorme, cujo conteúdo se resumia a um monte de bonés. As suas rastas caiam-lhe soltas pelos ombros, e eu quase suspirei de satisfação. Ele ainda não me tinha visto, aparentemente estava distraído a decidir que boné usar com aquela t-shirt branca de estampas pretas e cinzentas.
 
“Leva esse boné branco liso, que tens aí… E pões um gorro preto por baixo.” Aconselhei com um sorriso, pondo-me de joelhos no chão ao lado dele. Num primeiro momento ele limitou-se a olhar para mim de uma forma estranha, como se fosse a primeira vez que me via, e depois sorriu para mim aquele sorriso maravilhoso.
 
As mãos dele seguiram a minha escolha, e sem dizer uma palavra ajudei-o a amarrar as rastas e a colocar primeiro o gorro e depois o boné. Oh, como eu ia ter saudades de cada uma daquelas rastas. Terminada a tarefa, as minhas mãos permaneceram primeiro na sua nuca, deslizando depois lentamente pelo seu pescoço. Quanto tempo demoraria até eu poder senti-lo novamente?
 
Vi que a mesma pergunta morava no coração do Tom quando os seus olhos castanhos se prenderam aos meus. As mãos dele acariciaram o meu rosto docemente, senti o desejo de o beijar, e sabia que ele também o sentia… mas sem saber porquê afastámo-nos. Levantámo-nos do chão e ficámos ambos a olhar com cara de parvos para uma mala cheia de bonés.
 
Um pensamento idiota veio à minha memória e eu fui forçada a partilhá-lo com um sorriso, “Ainda me lembro quando tinhas só sete bonés…”
 
“Um para cada dia da semana.” Dissemos ao mesmo tempo, soltando uma pequena gargalhada logo depois trocando olhares cúmplices.
 
Ele passou para trás de mim e abraçou-me pela cintura, repousando a sua cabeça no meu ombro e fazendo-me estremecer por ouvir a sua respiração tão perto. “Agora tenho um chapéu para cada dia do ano… Se calhar até um pouco mais.”
 
Ficámos assim durante o que nos pareceu uma eternidade, eu sentido o corpo dele bem junto às minhas costas, a sua respiração no me pescoço, e os seus braços a rodearem a minha cintura, protegendo-me. Sentia-me subitamente segura agora que ele estava comigo, praticamente intocável, mas sabia que não teria um abraço como aquele durante muito mais tempo.
 
Fomos acordados daquele transe por um Bill de cabelo espetado e olhar vitorioso a sair da casa de banho, anunciando numa gargalhada: “Tada!! Eu não te disse que era num instante, Emi?”
 
Ele apercebeu-se que estaria a interromper algo, pelo que se calou de imediato, murmurando um “Desculpem…” e fugindo para a sala de estar.
 
Mas no mesmo momento, eu e o Tom separámo-nos daquele abraço e fomos a correr atrás do Bill, rindo. “Não sejas tontinho, Bill! Anda cá!” Puxei-o por um braço e abracei-o, enchendo-lhe as bochechas de beijinhos, “Também queres miminhos, é?”
 
Acabámos por nos sentar os três num sofá, eu no meio dos gémeos, a olhar para uma televisão desligada. O riso depressa se desvaneceu, dando lugar a uma atmosfera pesada, cheia de medo e insegurança. O Tom tinha os seus braços à minha volta, enquanto eu repousava a minha cabeça no seu peito e dava as minhas mãos ao Bill.
 
Não havia palavras que pudessem descrever o que estávamos a sentir naquele momento. A dor da separação que se aproximava nos corroía por dentro, ao mesmo tempo que a insegurança e o medo que nunca mais nos vermos nos enlouquecia. Eu não queria acreditar que fosse acabar assim… Não podia acabar assim!
 
Uma lágrima escorreu pelo meu rosto, mas o Tom apanhou-a suavemente com os seus dedos e sorriu para mim. Não fui capaz de sorrir de volta, apenas enterrei a minha cabeça no seu peito e fechei os olhos, à espera que me dissessem que tudo era um pesadelo… Eles não se iriam embora.
 
“Vai tudo continuar como estava, não vai?” Ouvi a voz trémula do Bill perguntar-nos, como se soubesse todas as palavras que eu e o Tom tínhamos trocado na noite anterior.
 
Não tivemos tempo de responder-lhe, já tinham batido à porta. Tinha-se combinado que os G’s e a Alie se encontrariam connosco no quarto dos gémeos, e que assim que todas as medidas de segurança estivessem prontas, sairíamos do hotel.
 
Foi o Bill quem saltou do sofá para abrir a porta, enquanto que eu e o Tom nos limitámos a levantar, mas desta vez permanecemos abraçados. No momento a seguir entraram no quarto, primeiro o Georg e depois o Gustav e a Alie de mão dada. Esperem… De mão dada!? Perdi alguma coisa??
 
“O Jost está quase aí a aparecer,” Informou o Georg com ar sério, “Ele diz que o Saki tem quase tudo pronto para descermos…”
 
Não dei tempo ao Georg acabar de falar, já me tinha abraçado ao pescoço dele. “Ontem estavas tão bêbado que nem deu para nos cumprimentarmos como deve ser!”. Ri-me eu despenteando o seu cabelo liso.
 
“Hey!! Estive quase um quarto de hora a pentear-me! Não há direito, Emi… Vou estar com fãs não tarda nada e tu fazes-me isto?!” Soltámos os cinco uma gargalhada, enquanto o Georg fazia o seu melhor para endireitar o seu penteado.
 
Depois corri para o Gustav e para a Alie, e abracei-os aos dois ao mesmo tempo murmurando com um sorriso cúmplice, “Vocês os dois têm muita coisa para me contar…”
 
Ambos ficaram vermelhíssimos, e com o olhar que a Alie me enviou, eu consegui perceber que eles estavam mesmo juntos. Mas ainda assim ela ia ter de me contar cada pormenor, só não seria agora. Agora o momento aproximava-se…
 
Fui avassalada por um mau pressentimento e refugiei-me novamente nos braços do Tom, sentia que agora sim, seria a última vez. O Bill tinha começado uma conversa muito animada, mas depressa bateram à porta outra vez. De súbito todo o meu corpo começou a estremecer, e a minha respiração a faltar… Era agora.
 
Vi a figura do Jost a entrar no quarto, seguido de perto por um rapaz loiro que eu sabia ser o Andreas, ele morava na rua do meu pai na Alemanha, ambos trocámos um olhar simples de cumprimento. O produtor começou a falar e a dar indicações, mas a sua voz parecia demasiado distante para mim.
 
“Leute, o Saki já está à porta do quarto à vossa espera. Queria era que as meninas nos fizessem um grande favor…” Os seus olhos eram frios, olhavam para mim e para a Alie como se nos tratássemos de duas desprezíveis groupies. Apeteceu-me bater-lhe, mas simplesmente me abracei com mais força ao Tom. “Vocês as duas vão ter de sair primeiro, bem afastadas da banda. E têm de se despedir aqui, dentro do quarto. Se alguém vos vê ao pé de nós ou vos associa a algum membro da banda rebenta o escândalo nos jornais, e nós não queremos isso, pois não?”
 
Nenhum de nós disse o que quer que fosse. Então era assim que ia ser? Íamos ser despachadas no quarto para ninguém saber… nas sombras, para não causar nenhum escândalo? Não posso dizer que estava à espera de outra coisa, mas mesmo assim fiquei admiradíssima de como é que os rapazes aguentavam o cinismo e a crueldade por parte do Jost. Também, se ninguém questionou as suas ordens, não seria eu a fazê-lo. Este era um momento de despedida e saudade, não propriamente de escândalo e discussão. Com uma breve troca de olhares com a Alie, sube que ela partilhava exactamente a mesma opinião que eu.
 
“Vá, despeçam-se já que não temos muito mais tempo…” E dito isto, o Jost saiu do quarto, sem sequer dirigir uma palavra de simpatia para mim ou para a Alie.
 
“Desculpem o Jost,” Pediu o Andreas da forma mais educada e simpática possível, “Ele está um bocado passado com isto tudo… Está preocupado com as entrevistas que terão de cancelar se perderem o avião...”
 
“As entrevistas que se lixem!” Reclamou o Tom sem sequer deixar o Andreas acabar de falar. E eu, apesar de não estar muito feliz, acariciei-lhe o rosto pedindo-lhe calma.
 
“Eu vou sair também, deixar-vos mais à vontade…” Murmurou o Andreas, e com um aceno despediu-se de mim e da Alie, e nós retribuímos. “Quando estiverem prontas é só saírem, vou estar à porta com o Saki à vossa espera.”
 
“Nós também vamos…” Informou o Bill dirigindo-se com o Georg para a porta, mal o Andreas tinha acabado de a fechar atrás de si. No entanto, eu larguei os braços do Tom e impedi-os aos dois de sair.
 
“Não digas disparates, Bill Kaulitz, não vais a lado nenhum antes de eu te esborrachar…” Abracei-me com muita força a ele, sentindo o meu próprio coração ficar cada vez mais apertado. Era impossível conter as lágrimas, elas já caíam sem cessar. Ia ficar sem ele outra vez, sem o meu melhor amigo…
 
“Toma conta do Tom por mim, está bem?” Pedi-lhe por entre um soluço nervoso, enquanto os meus dedos tentavam limpar as lágrimas que também escorriam pelo rosto do Bill e lhe borravam a maquilhagem.
 
Ele não conseguiu pronunciar uma única palavra, simplesmente acenou positivamente e expressou um sorriso distorcido.
 
“Gosto muito de ti…” Murmurei-lhe antes de me separar dele, olhando fundo nos seus olhos.
 
“E eu de ti, Emi…” Ouvi ele responder com a voz a tremer demasiado. Como já era tradição entre nós os dois, ele deixou um beijo carinhoso e longo na minha testa, e eu um na sua bochecha.
 
Dolorosamente, deixei o Bill para me abraçar com força ao pescoço do Georg, “Meu rapaz das pizzas favorito!” Disse eu numa risada nervosa, agora com as lágrimas a escorrer pelo meu rosto a uma velocidade avassaladora. Depressa estávamos os dois a rir.
 
“Do que te foste lembrar, Emi!” Riu-se ele, acariciando-me os cabelos. Ele podia estar a tentar controlar-se para não chorar, mas eu via que os seus olhos se estavam a encher de lágrimas rapidamente. Dei-lhe um beijo terno na sua cara e ele na minha.
 
Foi com um nó indescritível na garganta que me separei do Georg, dizendo-lhe com meio sorriso, “Vou ter saudades suas, senhor Listing.”
 
Ele sorriu-me de volta, deixando cair uma lágrima magra e tímida, “E eu suas, menina Wolff.”
 
À minha espera já estavam os braços do Gustav, abertos amistosamente, prontos para me receber. Pelo canto do olho vi que a Alie já se estava a despedir dos rapazes.
 
Entrei no abraço forte e protector do Gustav, deixando escapar num suspiro, “Ai, Ursinho de Goma…”
 
Ele ficou atrapalhado a olhar para mim, à medida que as suas bochechas ficavam ligeiramente coradas, “Isso é uma alcunha boa ou má?” Perguntou-me com um sorriso.
 
Eu ri-me para ele, nem sequer me tinha apercebido que lhe tinha chamado aquilo, “É uma alcunha que eu e a Alie inventámos para ti, por seres tão fofinho!”
 
“Fico mais descansado, então.” Confessou ele, sorrindo para mim. Os nossos sorrisos desapareceram depressa, dando lugar a semblantes carregados e tristes. “Não te afastes da Alie…” Pediu-me ele ficando com os olhos demasiado brilhantes.
 
“Não tens de te preocupar com isso.” Prometi-lhe cheia de confiança. Sabia que acontecesse o que acontecesse que nunca me separaria dela. Apertei com força os ombros do Gustav e mais lágrimas caíram. Não quis sair daquele abraço, não por gostar mais do Gustav do que dos outros, mas por saber que o Tom seria o próximo e o último a quem eu diria «Adeus».
 
Foi o Gustav quem se afastou de mim, conduzindo-me na direcção do Tom, “Ele também se quer despedir de ti sabes?” Murmurou o Gustav, deixando-me em frente ao Tom e beijando-me a bochecha docemente, e eu agradeci-lhe com o olhar.
 
Agora éramos só nós, eu e o Tom. Era como se de repente tivéssemos ficado sozinhos naquela divisão. Não me abracei a ele, não conseguia… Abraçar-me a ele significava uma despedida, e eu conseguia despedir-me de todos, menos dele.
 
O Tom ficou a olhar-me também, sem me tocar, com um sorriso desfigurado no rosto. Vi um brilho escorrer pela cara dele… ele estava a chorar! Oh, porque é que eu sinto esta barreira terrível entre nós que não nos deixa aproximar?
 
O meu coração tinha acelerado a um compasso alucinante, que eu não julgava ser possível, e o ritmo da minha respiração acompanhou-o. O meu corpo ficou completamente dormente e a minha visão turva. Queria falar, queria berrar… queria implorar aos céus para que esta separação não acontecesse, mas nem um som saía da minha boca trémula.
 
Num gesto rápido, o Tom tomou a minha cintura nas suas mãos e puxou-me para ele, abraçando-me com muita força, como se a sua vida dependesse disso. A verdade é que eu também sentia que sem o Tom não ia conseguir continuar… Naquele momento quis deixar tudo o que sempre sonhei para trás e ir com ele onde quer que ele fosse. Mas isso era o meu coração desesperado a falar, a minha mente tinha de o controlar.
 
“Um dia ainda vamos ser felizes…” Murmurou o Tom ao meu ouvido através do que parecia ser um gemido de dor. Eu quis acreditar no que ele estava a dizer, mas um mau pressentimento disse-me que tal nunca iria acontecer. Estávamos condenados a isto, encontros fugazes e desencontros constantes... nunca seríamos felizes como havíamos sido na Alemanha, era impossível!
 
Sem que eu pudesse prever, os lábios do Tom beijaram os meus de forma longa e demorada. Uma última vez senti o sabor dos seus lábios… e uma última vez as nossas bocas expressaram num beijo tudo aquilo que éramos incapazes de pôr em palavras.
 
Amor, saudade, dor e perca eram os únicos sentimentos que nos assombravam… esses e a tristeza, muita tristeza.
 
Os nossos lábios separaram-se lentamente. Aquele era o último beijo. Os nossos rostos ficaram ainda muito próximos, e os nossos olhares presos… queríamos sentir a respiração um do outro, tudo o que nos dissesse que era real, que ainda nos tínhamos um ao outro.
 
As mãos dele percorreram gentis o meu rosto, apanhando as lágrimas que iam caindo, e depois enterrando-se nos meus cabelos numa última carícia. Os meus dedos ainda percorriam os seus lábios húmidos, na esperança que nos voltássemos a beijar.
 
“Eu amo-te, Emily Wolff…” Murmurou o Tom, ainda com a sua cara bem junto à minha, enquanto mais uma lágrima caía do seu rosto.
 
“E eu amo-te a ti, Tom Kaulitz.” Respondi-lhe esboçando uma tentativa falhada de um sorriso. Ao menos tínhamos aquele sentimento que nos unia por mais longe que estivéssemos um do outro… o nosso Amor.
 
“Espera por mim…” Pediu-me ele soltando mais um gemido. Sabia que para além de me pedir que esperasse por ele, o Tom estava também a pedir-me novamente perdão por ele próprio não ter esperado por mim no passado.
 
Eu respondi-lhe a única coisa que lhe podia responder, a única coisa que lhe podia garantir que seria eternamente verdadeira. Aquela única palavra que selou o nosso compromisso imortal, “Sempre…”
 
Fui eu quem deu o primeiro passo atrás. O primeiro passo para fora daquele abraço, o primeiro braço para uma nova vida em que estaríamos separados. As mãos do Tom deslizaram para as minhas, implorando para que eu ficasse mais um pouco, mas eu não podia… eu não aguentava mais um segundo daquele sofrimento.
 
Alguém já batia impacientemente à porta, e eu temi que fosse o Jost novamente, portanto continuei a minha marcha para longe daquele que mais amo. No momento em que as nossas mãos se separaram foi como se metade de mim me tivesse deixado. Senti o meu coração ser rasgado ao meio sem piedade, e senti que metade da minha alma tinha ainda ficado ainda abraçada ao Tom.
 
Os olhos dele, aqueles olhos castanhos… foi tão difícil fugir deles. Doeu mais do que qualquer dor, virar-lhe costas, mas não o fiz sem lhe lançar um sorriso fraco e o ver ser retribuído nos seus lábios.
 
A Alie e o Gustav trocavam as últimas palavras, as últimas promessas e os últimos beijos, mas depressa ela se juntou a mim em direcção à saída.
 
Foi a minha mão que agarrou a maçaneta daquela porta, a porta que poria fim àquele sonho que tinha vivido nas últimas horas. As minhas entranhas dilaceraram-se quando rodei aquele pedaço de metal e a abri. Já estava com um pé no corredor quando olhei para trás.
 
Ali estavam as quatro criaturas que eu mais amava no mundo. Ali estavam três eternos amigos e um amor que sobreviveria para sempre. E ali estavam quatro das escassas razões que eu tinha para continuar a viver… E se era assim, porque é que a minha mente egoísta teimava em mandar-me embora?
 
“Os teus sonhos… Tens de perseguir os teus sonhos.” Relembrou-me a minha consciência. Oh, era isso, os meus sonhos… “Esses quatro já conquistaram os seus, agora é a tua vez… Tens de perseguir os teus sonhos.”
 
Tentando não pensar em mais nada, esforçando-me ao máximo para me abstrair do que estava a fazer, murmurei um “Adeus…” que nem sei se foi ouvido, e finalmente saí. No mesmo instante senti a mão da Alie na minha, que bom que ainda nos tínhamos uma à outra. Ela seria o meu apoio e eu o dela, porque eu sabia que ela estava a sofrer tanto como eu.
 
Acabou… Essa era a única palavra que ressoava na minha mente. Acabou tudo.
 
* * *
 
Continua...
Ai! Custou-me tanto escrever este capitulo... Snif! Ainda por cima escrevi-o a ouvir a Black, daí ter mudado a musica do blog, porque acho que esta encaixa na perfeição. ^^
 
Espero que tenham gostado, não se esqueçam de deixar a vossa opinião! x)
Comentem muito, meus amores!
 
Loads of Kisses to All of You! ^^
sinto-me: Esquesitérrima x'D
música: Tokio Hotel - Black
publicado por Dreamer às 13:35
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Sexta-feira, 11 de Julho de 2008

An Deiner Seite - Cap 53

Olá meu amores!! ^^

 

Eu sei... Vá, podem me bater, esfolar, espancar... Eu mereço. Mas mesmo assim vou tentar explicar como tem sido as minhas férias: Acordar cedinho - Aulas de código - Almoçar - Aulas de código, e depois nunca chego a casa antes das oito da noite! --' Quando me tento sentar em frente ao pc para escrever a fic ou me fico a babar para o ecrã [ veridico --' ] ou adormeço para cima do teclado [ também já aconteceu --' ]

 

Nos entretantos vou conseguindo comentar alguns posts vossos, mas eu sei que me tenho andado a portar mal até nesse sentido. Depois a inspiração também não está a ajudar, só faltam mais dois capitulos [ gigantescos ] para além deste para a fic acabar, e eu estou a ser muito exigente comigo mesma, simplesmente porque não vos quero desiludir de maneira nenhuma! Eu escerevi e apaguei este capitulo que vocês vão ler agora cerca de três vezes... Espero que tenha ficado alguma coisa de jeito! [ sim, eu sei, sou uma insegura de m*rda --' ]

 

Mas sem mais lamúrias,

Queria agradecer a todos os que leêm e comentam! A sério, o que seria eu sem vocês! Acreditem que são os vossos comentários que me dão foça e me fazem querer escrever cada vez mais e melhor! Dedico-vos a todos este capítulo!! ^^

 

E agora,

ENJOY!! x)

 

* * *

 

[ Emily ]
 
“Tom!... Emi?... Vá lá, abram a porta! Eu sei que me estão a ouvir!” Pobre Bill, nós estávamos a ouvi-lo sim, mas não nos queríamos levantar. Não era propriamente por preguiça, só não nos queríamos separar um do outro.
 
Enquanto o Bill continuava a insistir no corredor, batendo cada vez com mais força, e a cada momento berrando um pouco mais alto, eu e o Tom mantínhamo-nos serenamente deitados naquela cama. Continuávamos imóveis no nosso abraço, forçando-nos a esquecer o mundo à nossa volta, e ignorando a insistência do Bill tal qual tínhamos ignorado a do Jost a apenas alguns minutos atrás.
 
Com os nossos olhares presos um no outro, continuávamos hipnotizados pelo prazer de estarmos juntos. Riamos baixinho porque imaginávamos as figuras que o Bill estaria a fazer no corredor. “Vá lá, abram a porta! Senão o Jost mata-me… Tom, não queres ficar sem irmão, pois não?”
 
Ri-me um pouco mais alto, “Acho que temos mesmo de ir abrir a porta ao Bill…”
 
O Tom apertou-me com mais força contra o seu corpo, e durante um breve segundo achei que estávamos de volta à Alemanha… deitados na cama individual do meu quarto, na casa do meu pai, como tantas vezes estivemos. Dessas vezes, quando adormecíamos ou perdíamos a noção das horas, e não nos levantávamos antes da minha madrasta, a «Evil Cath» me vir acordar.
 
A minha porta sempre trancada salvou-nos de sermos apanhados um sem número de vezes, e o que acontecia era algo bastante parecido aos que estávamos a viver agora: a «Evil Cath» batia na minha porta, berrando para que eu acordasse, abrisse a porta e me fosse despachar para a escola; Enquanto que, sem que ela pudesse desconfiar, eu e o Tom estávamos os dois deitados na minha cama, bem abraçados, depois de uma noite juntos absolutamente mágica sem dormir.
 
Vi nos olhos do Tom que ele também se estava a recordar desses tempos. “Quando era com a «Evil Cath» tu nunca querias sair da cama…” Disse-me ele sorrindo perversamente e beijando-me logo de seguida.
 
Quis responder-lhe, “Quando era com a «Evil Cath» tu não tinhas um avião para apanhar…”, mas não consegui separar a minha boca da dele, não consegui e não quis.
 
Aqueles lábios, aquela língua e aquele piercing fizeram-me perder a noção da realidade. A maneira com a língua dele brincava com a minha, e o jeito como o seu piercing passeava nos meus lábios, provocou-me um arrepio de desejo que percorreu as minhas costas, fazendo-me querer repetir aquilo que tantas vezes tínhamos feito na noite anterior.
 
Sem que eu pudesse prever, o Tom rolou para cima de mim novamente. A boca dele deslizou para o meu pescoço, dando pequenas mordidelas enquanto o beijava. As suas mãos estavam perdidas em carícias pelas minhas pernas, e a única coisa que tanto ele como eu queríamos era que fundíssemos os nossos corpos num só. Era um sentimento que estava para além do desejo carnal, eram os nossos corações que imploravam para que nunca mais nos separássemos, para que fossemos um do outro para sempre.
 
Os olhos do Tom fixaram os meus, e juntos murmurámos aquela palavra tão sagrada que nunca diríamos a mais ninguém, “Amo-te…”
 
Sorrimos. Estávamos mais felizes que nunca, apesar de sabermos que seria uma felicidade que não duraria muito mais tempo.
 
“TOM KAULITZ E EMILY WOLFF! FAÇAM O FAVOR DE SE LARGAREM E ME ABRIREM A PORRA DA PORTA AGORA!!”
 
Okay, agora o Bill estava possesso… “Temos que abrir a porta ao coitado do teu irmão…” Murmurei soltando uma pequena gargalhada, enquanto uma das minhas mãos acariciava as costas do Tom e a outra o seu rosto.
 
“Tem mesmo de ser?” Perguntou-me o Tom sorrindo também, enquanto me beijava novamente o pescoço.
 
“TEM QUE SER JÁ!!” Ouvimos o Bill berrar do lado de fora do quarto e não conseguimos reprimir uma gargalhada sonora.
 
Lentamente, o Tom arrastou-se para fora da cama, e puxou-me com ele, agarrando-me pela cintura, “Se eu sou obrigado a levantar-me, tu também és, minha menina…”
 
Tentei resistir, rindo e fazendo força para que ele me deixasse cair na cama outra vez. Mas a verdade é que eu não me queria separar dele, portanto segui-o.
 
Pelo caminho até à porta, eu consegui vestir a minha roupa interior, que tinha ficado espalhada pelo chão e ainda uma das t-shirts do Tom. Ele simplesmente apanhou os seus boxers e vestiu-os de qualquer maneira.
 
“Já não era sem tempo meninos!” Refilou o Bill, entrando de rompante no quarto assim que lhe abrimos a porta. “Estava a ver que me iam deixar plantado no corredor a ganhar raízes… Não preciso de perguntar para ver que a vossa conversa correu bem, está estampado nas vossas carinhas!”
 
Eu sorri envergonhada para o Bill, inclusivamente tentado esconder a minha cara que ficou subitamente corada. Mas o Tom não se fez de tímido e começou a protestar com o irmão:
 
“Era bom que tivesses ficado no corredor, pá… pelo menos não nos interrompias!” Dito isto, o Tom toma-me nos braços dele novamente e beija-me o pescoço, mesmo à frente da cara do irmão.
 
O Bill, coitado, tapou os olhos e começou a fugir de nós, “Parem com essas poucas vergonhas! Tenham respeitinho por mim, sim!?”
 
Não consegui evitar uma gargalhada. Eu que tinha estado calada o tempo todo, tinha-me limitado a observar o «confronto» entre os gémeos. Pode parecer idiota, mas tinha saudades das discussões deles, eram sempre tão hilariantes e caricatas… estupidamente, faziam-me sentir em casa.
 
“Tive tantas saudades, Bill…” Disse-lhe sinceramente, enquanto me soltava dos braços do Tom para me abraçar a ele. O Bill respondeu abraçando-me carinhosamente como antes fazia, e beijando-me a testa.
 
“Também tive muitas saudades tuas, Emi… Fizeste muita falta a todos nós.” As lágrimas inundaram os meus olhos e os do Bill sem piedade, depressa estávamos os dois a chorar ainda abraçados. Como é que eu tinha conseguido ficar tanto tempo sem aquelas quatro criaturas que continuavam a ser tão importantes para mim?
 
“Hey! Hey! Hey!!!” Começou a berrar o Tom enquanto nos separava, “Não quero cá choradeiras! Parecem duas Marias Madalenas.”
 
“Parvo…” Disse eu sorrindo, tentando limpar as minahs lágrimas, ao mesmo tempo que o Bill lhe chamou:
 
“Estúpido!…”
 
Por um momento apenas trocámos olhares entre os três, mas no momento seguinte já estávamos os três a rir da nossa própria estupidez. Quem me dera que pudéssemos ficar assim para sempre.
 
A expressão do Bill que tinha sido alegre até à um momento atrás, ficou bem mais preocupada e triste quando ele anunciou: “Vocês já devem saber o que é que o Jost quer… Precisamos de nos despachar, o avião não espera por nós.”
 
E dito isto avançou para mim uma vez mais, abraçando-me com força e demoradamente, “Queria tanto poder estar mais tempo contigo, Emi…”
 
Fui incapaz de lhe responder, já tinha os olhos a ficarem cheios de lágrimas outra vez. Aquilo podia não ser ainda a despedida, mas fazia sem dúvida com que eu me sentisse perto de me separar deles outra vez. Cada minuto que passava, era mais um minuto de proximidade daquele momento que eu não queria viver.
 
Lentamente desfizemos o abraço, mas não sem antes o Bill deixar um último beijo carinhoso na minha testa, e eu um na sua bochecha.
 
“Isso já é intimidades a mais!” Protestou o Tom, puxando-me para os seus braços novamente e os três começámos a rir outra vez. Pedi com todo o meu coração que aquele momento durasse para sempre.
 
“Despachem-se está bem?” Pediu o Bill dirigindo-se ao seu canto do quarto, tirando roupa do armário e guardando-a na sua mala. “Eu até vos deixo irem tomar banho primeiro, enquanto eu arrumo isto.”
 
“A ideia agrada-me…” Riu-se o Tom para mim, com aquele olhar dele enquanto brincava com seu piercing. Eu percebi imediatamente o que é que ele estava a magicar naquela mente perversa.
 
“Eu vou primeiro Tom, tu vais depois, não é um banho em simultâneo…” Afirmei eu, corrigindo o pensamento dele. Para meu azar, ou não, o Tom já me estava a arrastar para dentro da casa de banho com ele. Sem admitir outra opção senão aquela de tomarmos banho juntos.
 
“Bill faz alguma coisa!!” Implorei, perdida de riso, porque para facilitar o trabalho dele, o Tom estava a atacar-me com cócegas sem qualquer misericórdia.
 
“Pois faço!” Declarou o Bill, e no momento seguinte passou um terceiro conjunto de toalhas ao Tom, bem como uma muda de roupa para ele e o meu vesitdo preto, que tinha ficado a noite toda em cima da cama do Bill. E antes de fechar a porta da casa de banho ainda disse: “Divirtam-se, mas depressa!”
 
“Maninho, comigo nunca é depressa, as coisas boas levam o seu tempo…” Assim que o Tom acabou de dizer este disparate, preguei-lhe uma chapada no ombro.
 
“Tu não tens vergonha nenhuma, pois não, Tom Kaulitz?!” Ralhei-lhe por entre uma gargalhada. Fingi estar escandalizada, e repousei as mãos nas minhas ancas em sinal de protesto.
 
Ele não me respondeu. Com o mesmo sorriso maroto, puxou-me para mais perto dele, encaminhando-nos para a banheira enorme daquela casa de banho gigantesca.
 
O nosso olhar ficou preso uma vez mais, e ambos ficámos subitamente sérios. Tínhamos a certeza que não voltaríamos a estar juntos desta maneira… pelo menos não tão cedo. Este era um momento precioso, e estávamos dispostos a viver cada segundo ao máximo.
 
Lentamente, e como se de um ritual se tratasse, ele retirou-me a t-shirt que eu tinha vestido à pressa. E depois de deixar que as suas mãos me acariciassem sem urgência o meu rosto, ele aproximou as nossas bocas para que se beijassem. As minhas mãos percorreram em carícias as suas costas e a sua nuca, enquanto as nossas línguas dançavam uma dança sagrada. Foi um beijo longo, muito demorado e cuidado… era já um beijo cheio de dor e saudade, um beijo de despedida.
 
A nossa roupa interior desapareceu, o Tom encarregou-se disso. Num movimento ágil, e sem que nos tivéssemos de separar daquele beijo, ele passou para dentro da banheira, e ajudou-me a entrar também. Guiou-me para onde eu julguei ser o chuveiro, e eu senti a água quente cair em cima de nós enquanto nos beijávamos e nos tocávamos. As nossas mãos percorriam os nossos corpos molhados sem pudor. Precisávamos de nos sentir, precisávamos de ter a certeza que aquilo era real, que ainda nos tínhamos um ao outro, ainda que por pouco tempo.
 
Entregámo-nos um ao outro, deixando que aquela água escaldante nos abençoasse, e rezámos com todas as nossas forças, para que aquela não fosse a nossa última vez.
 
* * *
 
Continua...
Que tal? Gostaram? Deixem as vossas opiniões, preciso mesmo muito de saber o que acharam deste capitulozinho ^^
Comentem!
 
Agora só faltam mais dois capitulos para a fic acabar ='(
Loads of Kisses to All of You!

 

música: O meu pai a embirrar comigo --'
sinto-me: Cansada à brava :x
publicado por Dreamer às 20:13
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Segunda-feira, 7 de Julho de 2008

An Deiner Seite - Cap 52

Olá meus amores!!

 

 

Antes de mais, pediram-me para divulgar o blog de fics http://kaulitzslove.blogs.sapo.pt/ 

Passem por lá ^^

 

E agora... Eu sei que me tenho portado muito mal por não postar, eu sou mesmo uma incompetente --' Mas quero que saibam que hoje, enquanto estava num dia de reunião de familia num parque de campismo na Costa da Caparica, dei a desculpa ir a estudar o código da estrada, só para acabar de escrever este precioso capítulo!

 

Já estava com remorsos por demorar tanto a postar, vocês mereciam mais eficiencia da minha parte, têm sido maravilhosos comigo! Mas ando numa fase de depressão, daquelas pancas parvas das quais nunca sei a razão, e estou a ter imensa dificuldade em escrever... Acho que já vos disse isto, mas sinto-me mesmo mal por nem sequer andar a comentar os vossos blogs como deve ser... Mil desculpas para todos!!

 

Espero que este capitulo vos alegre um pouco,

ENJOY xD

 

* * *

 

[ Alana ]
 
Acordei quando uma luz forte e quente me atingiu a cara. Num primeiro momento não sube dizer onde estava… Tentei abrir os olhos… Não reconheci o espaço, nem reconheci a suavidade cama onde estava deitada… Mas reconheci aquele cheiro, o cheiro dele, e reconheci a forma como aqueles braços musculados me aconchegavam.
 
Então aquela noite maravilhosa tinha mesmo acontecido. Por momentos até achei que tivesse sido apenas mais um dos tantos sonhos, aqueles em que eu e ele nos encontrávamos. Sorri para mim mesma, sem saber se ele me estava a observar, sem saber se ele estava acordado. Mas cedo recebi a sua resposta, os braços do Gustav apertaram-me um bocadinho mais.
 
Com muito cuidado para não sair daquele abraço, levantei a minha cabeça e olhei-o com um sorriso brilhante. Ele já tinha os olhos abertos há muito tempo e sorria-me de volta. De imediato senti-me afogar numa aura enorme de conforto, segurança e bem-estar, e sube que não iria encontrar aquele sentimento nos braços de mais ninguém.
 
“Bom dia princesa.” Cumprimentou-me com aquele sorriso só dele, enquanto me acariciava o rosto delicadamente.
 
Eu não lhe consegui responder, estava demasiado feliz para o fazer. Limitei-me a soltar um grunhido fofinho enquanto me aninhava melhor nos seus braços. Não percebi como, mas ele já não tinha a t-shirt de cavas vestida, o que fazia com que eu sentisse mesmo o calor da sua pele… e não podia estar mais derretida.
 
Ficámos assim por um momento, lembrando deliciados a noite anterior. Os meus dedos percorriam as costas dele levemente, e eu descobri os seus pontos fracos, aqueles que faziam com que ele se contorcesse com cócegas. Ele fazia o mesmo, com a sua mão por baixo da minha camisola, mas eu reparei que ele evitava a zona do soutien… Adoro a maneira como ele me respeita, ainda mais do que as carícias que me faz.
 
“O que é que foi aquilo, Gustav?” Perguntei-lhe num sussurro, e ele soube ao que é que eu me estava a referir: a noite anterior, os beijos... aquele turbilhão de sentimentos a fervilhar dentro de nós.
 
Ele sorriu-me, desta vez um sorriso maroto, mas ao mesmo tempo fofo, “Não faço a menor ideia, Alie… Mas eu quero repetir sem dúvida.”
 
Esta faceta do Gustav não conhecia eu, mas parece-me que ia gostar muito dela. No mesmo instante, ele deitou-se em cima de mim, fitando-me por momentos. No meu rosto nasceu um sorriso atrevido que eu não sabia que tinha. O Gustav não esperou nem mais um segundo para me beijar.
 
Os lábios quentes e húmidos dele saborearam os meus demoradamente, e eu senti um arrepio estranho percorrer todo o meu corpo. Não percebi o que estávamos prestes a fazer, ou melhor, não me interessava… Eu não queria pensar, apenas me queria deixar levar, e estava a saber tão bem.
                       
Uma das suas mãos acariciava a minha barriga, movendo-se timidamente num sentido ascendente, e eu quase derreti só de o sentir. Mas foi a seguir que aconteceu algo que nem eu, nem o Gustav, tínhamos previsto… Ouvimos um ronco, misturado com um grunho revoltado de alguém que estava a partilhar o quarto connosco.
 
Eu e o Gustav paralisámos aterrorizados a olhar um para o outro, tínhamo-nos esquecido completamente! “Oh meu deus, o Georg!” Exclamámos os dois num murmúrio assustado.
 
“Ich glaube nicht, Tom…” Ouvi o Georg resmungar enquanto se levantava da cama dele, ainda de olhos fechados e com o cabelo liso completamente despenteado.
 
O pouco que sei de alemão ajudou-me a perceber que ele tinha dito: «Eu não acredito, Tom…». O que o Georg disse depois é que já misturava as palavras «Fick», «Frau» e «Hier» e eu não me vou atrever a traduzi-la… Mas resumindo, o Georg achava que o Tom se tinha ido divertir para ali com uma menina…
 
Eu puxei os lençóis até acima, por puro instinto, deixando apenas a minha cabeça de fora. Se pudesse tinha-me era ido esconder nalgum sítio, mas isso significava que o Georg ia ver as minhas inteiras, por isso deixei-me estar. No mesmo momento o Gustav sentou-se muito direito na cama gritou num tom ultrajado:
 
“GEORG!!” Reparei que as faces do Gustav estavam mais coradas que o habitual, e percebi que era um misto de vergonha e raiva.
 
O Georg abriu os olhos de repente, chocado por não encontrar o Tom naquela cama, deitado em trajes menores com uma rapariga… ou melhor, comigo. “GUSTAV?! Was tun Sie?”
 
Percebi que o Georg estava a perguntar ao Gustav o que é que ele estava a fazer… Mas perguntou-o com um olhar perverso, como se já estivesse a imaginar tudo aquilo que o Gustav e eu tínhamos feito durante aquela noite.
 
A única coisa que o Gustav fez foi levantar-se da cama, somente em boxers, cada gesto dele transpirava a raiva e o nervosismo que lhe estava a pulsar nas veias naquele momento. Vi no olhar do Georg que ele tinha percebido que tinha ido longe demais.
 
A seguir vi o Gustav fazer um protesto revoltado, e depois um pedido…“Es ist keines Ihres Geschäfts, aber bitte, seien Sie nicht ein Idiot und bleiben Sie ruhig... E fala em inglês senão ela não percebe nada.”
 
Obviamente que para além da última frase em inglês eu só percebi a palavra «Idiot», porque o Gustav falou demasiado depressa para a minha pouca compreensão da língua alemã. O Georg cruzou os braços e sorriu para mim, como que tentando redimir-se.
 
“Então… És portuguesa?” Perguntou-me ele aproximando-se da «minha» cama. Eu ainda me encolhi mais, puxando o lençol até que este tapasse o meu nariz, deixando apenas os meus olhos verdes de fora.
 
“Sou britânica…” Respondi-lhe a medo. O Georg ficou embaraçado e não me perguntou mais nada. Eu então, só fiquei mais calma quando o Gustav se sentou na cama a meu lado.
 
“Tu conheceste-a ontem Georg, é a Alie…” E dando-me as mãos, o Gustav ajudou-me a sentar-me na cama, mas mesmo assim eu certifiquei-me que as minhas pernas estavam devidamente tapadas com os lençóis.
 
O os olhos do Georg expressaram confusão, como se não se lembrasse de nada. Não me admirava se assim fosse. A bebedeira que ele apanhou foi tão grande...
 
“Não te lembras dela?” Insistiu o Gustav numa gargalhada incrédula, enquanto o Georg se esforçava por se lembrar, “A Alie é a amiga da Emi… Elas vieram ontem à noite ter connosco!”
 
“Amiga da Emi…?” Num primeiro momento ele pareceu ainda mais confuso, mas depois vi o seu rosto iluminar-se com quando as memórias voltaram… e no mesmo momento ele deitou as mãos à cabeça e murmurou, “Que dor!…”
 
Ambos, eu e o Gustav, relembrando as peripécias da noite passada com o Georg, soltámos uma gargalhada sonora que fez o pobre soltar mais um gemido doloroso. Muito mais à vontade, e ainda rindo passei a mão no cabelo loiro e despenteado dele, “Pobre Georg…”
 
“Olha para isto!…” Protestou ele fingindo-se desolado, e dirigindo-se ao Gustav, “Conhece-me à cinco minutos e já está a gozar comigo!”
 
Eu e o Gustav rimo-nos um pouco mais. Sabia tão bem rir-me com eles, estar com eles… Que pena que tudo isso acabaria em poucas horas.
 
Sem sequer repararmos começámos a conversar descontraidamente os três, e eu acabei por perder toda a vergonha. Porque é que parecia que eu já os conhecia desde sempre?…
 
Só parámos porque fomos interrompidos por batidas fortes na porta do quarto. Apesar de estarmos longe conseguíamos ouvir os berros impacientes de uma voz grossa do outro lado da porta.
 
“Oh fuck…” Suspirou preocupado o Georg, pondo-se de pé imediatamente. Sem dizer mais uma palavra, saiu do quarto a correr e eu depreendi que ele tivesse ido abrir a porta quem quer que fosse que estivesse do outro lado.
 
Eu olhei para o Gustav preocupada, mas ele até pareceu demasiado sereno quando me explicou, “É o David Jost. Está passado, e não é para menos…”, apontando para o relógio na mesa-de-cabeceira continuou, “Faltam dez minutos para as nove da manhã, e o nosso avião parte às dez em ponto do aeroporto.”
 
Um sentimento avassalador percorreu todo o meu corpo. Então era assim… tão cedo… um adeus forçado, para nunca mais nos voltarmos a ver. As lágrimas apoderaram-se dos meus olhos, mas mesmo antes delas caírem, o Gustav abraçou-me com força.
 
“Calma princesa… Isto não é o nosso fim…” Ouvir a voz dele murmurar aquela frase tão importante ao meu ouvido, acalmou-me. Eu confiava nele, mais do que em qualquer outro. Sabia que se ele estava a dizê-lo era porque era verdade.
 
Não reprimi a imensa vontade que tinha de o beijar. Aninhei-me no seu colo e deixei que os nossos lábios e as nossas línguas expressassem tudo aquilo que estávamos a sentir: uma paixão e desejo estanhos, saudade prematura e a vontade sincera de nunca mais nos separarmos.
 
Os gritos que vinham da sala obrigaram-nos a separar as nossas bocas. Agora os gritos vinham de dentro do apartamento. O David estava cá dentro, e a ele juntavam-se as vozes do Georg e do Bill, que entretanto deve ter acordado também.
 
Não percebi uma palavra do que diziam, falavam demasiado depressa para eu conseguir decifrar a conversa. Apercebendo-se disso, o Gustav começou a explicar-me:
 
“O David está a passar-se completamente… Diz que não percebe o que é que o Bill está aqui a fazer. O Bill explicou-lhe da Emily… o David sabe quem é a Emi, nós falámos-lhe dela no passado. Ele parece um bocado séptico, mas diz que compreende. «O problema mesmo é que vamos perder o avião para Nice» diz ele… e o nosso concerto lá é amanhã à tarde, hoje ainda dariamos entrevistas... Não nos podemos atrasar.”
 
Eu continuava a ouvir os protestos em língua alemã do produtor dos rapazes, e percebi que o Gustav estava a saltar muitas partes. Partes essas em que o senhor Jost devia estar a falar mal de mim e da Emi… o homem deve estar a odiar-nos neste momento, já que as culpadas do atraso somos nós.
 
Os berros cessaram finalmente e foram acompanhados de um bater de porta violento. O Jost acabou por sair. O úncio a voltar ao quarto foi o Georg, que chegou portador de um semblante grave e chateado, e do Bill nem sinal.
 
“O Jost está pronto para nos matar… Diz que a esta hora já devíamos estar a sair do hotel…”
 
Nem eu, nem o Gustav dissemos o que quer que fosse, apenas olhámos para ele enquanto os nossos corações se apertavam um pouco mais. Não consegui reprimir um soluço triste, que apesar de ter passado despercebido ao Georg, fez com que o Gustav deslizasse a sua mão para a minha, acalmando-me significativamente.
 
“As ordens do nosso querido produtor são para nos despacharmos a correr, e sairmos o mais depressa possível… Talvez assim ainda apanhemos o avião…” Continuou o Georg, agora dirigindo-se para o que eu deduzi ser a sua mala de viagem, com a intenção de a arrumar, “O Bill já foi ter com o Tom e a Emi para eles se despacharem, e vocês pombinhos, desculpem, mas vão ter de fazer o mesmo.”
 
Num impulso que não controlei, abracei-me ao Gustav, sem querer deixando escapar um grunhido infeliz. Ele respondeu-me com um sorriso triste, e acariciou-me os cabelos enquanto me beijava a testa.
 
“Vais tu tomar banho primeiro?” Perguntou-me ele casualmente, como que para nos fazer esquecer que nos teríamos de separar em menos de uma hora.
 
Nem sequer tive tempo de responder, já o Georg tinha dado um salto, muito assustado. Quando ele se virou para nos encarar, trazia o ultraje estampado no rosto, “Vocês vão tomar banho!?”
 
“Tu não vais!?” Perguntei-lhe escandalizada, enquanto reprimia uma súbita gargalhada. Agradeci mentalmente ao Georg por me conseguir fazer rir num momento tão crítico como aquele em que eu e o Gustav nos encontrávamos.
 
“Mas é claro que não vou tomar banho, Alie!” Protestou o Georg com extrema convicção, como se tomar banho fosse o mesmo que nos alistarmos numa milícia terrorista.
 
Eu e o Gustav desmanchámo-nos a rir, o que fez com que o Georg ficasse atrapalhado e inclusivamente, corasse um pouco. Mas que querido que ele fica envergonhado, só me apetece ir ali apertar-lhe as bochechinhas.
 
“Posso relembrar-te que ontem demos um concerto, e que entretanto tu apanhaste uma bebedeira de caixão à cova, e ainda nem sequer trocaste de roupa?” Declarou o Gustav por entre fortes gargalhadas. E imediato o Georg começou a analisar as suas roupas, como se procurasse nódoas ou sujidade. Depois levantou bem os seus braços e tentou cheirar os seus próprios sovacos. Esta cena só fez com que eu e o Gustav nos ríssemos ainda mais.
 
“Eu não cheiro mal!” Constatou o Georg, como se procurasse todas as desculpas e mais algumas para não ter de tomar banho.
 
“Tu já nem sentes é o cheiro!” No preciso momento em que o Gustav disse isto, o Georg lançou-lhe um olhar assassino, e eu não consegui controlar a gargalhada mais forte de sempre. No momento seguinte as gargalhadas do Gustav juntaram-se à minha… Era tão bom estarmos assim, a rir, satisfeitos e divertidos nestes últimos momentos antes da nossa separação, sem pensar no que está para vir.
 
“Além disso, Georg,” acrescentei enquanto tentava normalizar a minha respiração e controlar o riso, “Se as fãs lá fora te virem com a mesma roupa do concerto, da próxima vez que vieres a Portugal, de certeza que vais encontrar cartazes a dizer «Georg toma banho!».”
 
Os olhinhos do Georg ficaram tristíssimos e ele ainda soltou um suspiro infeliz… Eu e o Gustav estávamos a rir-nos mais do que nunca, agarrados às nossas barrigas.
 
“Pronto… Está bem, eu vou tomar banho. Contentes?” Anunciou o Georg cheio de revolta na sua voz. Depressa retirou de dentro da sua mala uma muda de roupa e dirigiu-se para a casa de banho, dizendo ainda antes de fechar a porta: “Os pombinhos tratem de aproveitar a minha ausência!”  
 
Ele nem sequer precisava de nos dizer, era isso mesmo que faríamos. Assim que o Georg desapareceu dentro da casa de banho, eu e o Gustav entreolhámo-nos e um sorriso triste rasgou-se nos nossos rostos.
 
Sem pensar muito, concentrada apenas em aproveitar cada segundo, deitei-me na cama e estendi os braços para o Gustav, convidando-o a deitar-se comigo. Ele debruçou-se sobre mim sem esperar um segundo que fosse, e o seu sorriso triste transformou-se no sorriso mais maravilhoso que eu alguma vez vi.
 
Os olhos do Gustav percorreram o meu corpo muito devagar, e depois olharam cuidadosamente cada milímetro quadrado do meu rosto. Num gesto doce e ao mesmo tempo cheio de desejo, a mão forte dele começou a acariciar-me os cabelos, descendo lentamente para o meu rosto, depois para a minha cara, o meu pescoço, peito, barriga, cintura e parando gentilmente na perna, onde permaneceu.
 
À medida que o seu toque percorria o meu corpo trémulo, um estranho arrepio de puro prazer correu nas minhas veias, chegando a cada canto do meu corpo. Eu não aguentei mais um segundo que fosse, abracei-me ao pescoço do Gustav, e entreguei os meus lábios aos dele à medida que aquele desejo intenso possuía os nossos corpos e as nossas mentes.
 
Não sei descrever o que aconteceu a seguir, foi demasiado intenso e demasiado louco para conseguir pô-lo em palavras. Nós os dois nunca tínhamos experimentado nada semelhante. A única coisa que eu sei que eu e o Gustav queríamos, era que o Georg tomasse o banho mais longo de toda a sua vida.
 
* * *
 
Continua...
Espero que tenham gostado deste capitulo! E que não vos esteja a desapontar à medida que a fic caminha para o final!
 
Não se esqueçam! Preciso das vossas opiniões! Comentem!! ^^
Loads of Kisses to All of You!
 
ACTUALIZAÇÃO: Esqueci-me de um pormenor... Para quem percebe tanto de alemão como eu [ ou seja NADA! x'D ] o que o Gustav diz ao Georg é algo parecido a: "Não tens nada a ver com isso, agora por favor, pára de ser idiota e acalma-te!"... A todos aqueles que percebem de alemão, peço imensas desculpas pelos erros que possam existir, mas culpem o tradutor do Google porque foi ele que me disse como é que as coisas se escreviam!! xD

 

música: Nadica de nada oO
sinto-me: Cansada e com soninho ^^
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Quinta-feira, 3 de Julho de 2008

An Deiner Seite - Cap 51

Olá meus amores! ^^

 

Antes de mais, pediram-me para divulgar o blog das butterflysinlive... Tem muitos poemas, e parece que começaram agora uma história sobre como começaram a escrever os ditos poemas. Dêem lá um pulhinho ^^

 

E agora... Passamos ao assunto da fic!

Desculpem as demoras a postar, mas como já disse inumeras vezes ando numa de bloqueios xD Não consigo escrever porque a fic está a chegar ao fim e eu não quero que ela acabe --'

 

Este capítulo demorou muito a sair do forno, e estive indecisa no que fazer com ele até ao último minuto... A história dá uma grande volta apartir daqui. Mas lendo vocês compreendem, só espero é que não me batam depois xD

 

Nem sabem o quão feliz fiquei por ver tantos novos leitores e Bya, admiro-te por teres lido a fic toda numa tarde xD Mereces um beijinho especial ^^ Vejo que me encheram de comentários amorosos novamente, e só tenho a agradecer, este capítulo vai para todos vocês! ^^

 

Mas sem mais atrazos,

ENJOY!

 

* * *

 

[ Emily ]
 
Vimos o sol nascer por entre as persianas mal encerradas da janela do quarto. A luz iluminou os nossos corpos nus e entrelaçados à medida que a luz inundava aquela divisão. Eu e o Tom continuávamos acordados, para sempre perdidos no olhar um do outro. Nos nossos rostos estava espelhada a infindável felicidade que sentíamos naquele momento, entregues aos braços um do outro, trocando ainda leves carícias.
 
Não adormecemos naquela noite, não nos demos ao luxo de perder um segundo que fosse… Os nossos olhares gravavam na memória cada momento, cada toque, cada olhar, cada beijo e cada entrega.
 
Podem achar que todos os nossos problemas estavam resolvidos a esta altura, e que um final feliz se avizinhava para nós… Mas tanto eu como o Tom sabemos ainda temos muitas barreiras a quebrar e muitos obstáculos a ultrapassar… se é que algum dia seremos capazes de o fazer.
 
Por isso é que estamos em silêncio, saboreando os últimos momentos da nossa união. Não precisamos de falar, sentimos o que o outro quer, lemos as palavras nos olhos um do outro… Finalmente voltámos aos nossos velhos tempos.
 
A mão direita dele continua a acariciar a minha cintura demoradamente, como se ele estivesse a procurar memorizar a forma exacta do meu corpo e a textura da minha pele. Enquanto isso, os meus dedos percorrem a sua face outra vez, brincando como sempre com o seu piercing. O Tom sorria para mim, aquele sorriso que me fez apaixonar-me por ele à tanto tempo atrás… Aquele sorriso que ainda hoje me deixa louca, e que me faz ter vontade de o beijar. E foi isso mesmo que fiz.
 
Os nossos lábios tocaram-se uma vez mais, num beijo leve, mas cheio de sentimento… Beijo esse que expressou tudo o que estávamos a sentir naquele momento. Depois as nossas bocas separaram-se novamente e ficámos apenas a olhar-nos, sem sairmos do conforto daquele abraço.
 
“A que horas parte o vosso avião…?” Perguntei-lhe quebrando pela primeira vez o silêncio de tantas horas. A minha expressão mudou, deixando transparecer alguma da muita tristeza que eu estava a sentir por saber que nos íamos separar novamente.
 
Também na expressão do Tom consegui notar essa mesma tristeza… E pela primeira vez em horas, ele desviou o seu olhar do meu. “O avião parte às dez da manhã…”
 
“Ou seja, daqui a duas horas e meia.” Constatei verificando as horas no relógio da mesa-de-cabeceira. A saudade começou a atacar-me, e voltei a sentir a dor de estar três anos sem o ter por perto, sem o poder sentir… sem o poder beijar. Os meus olhos encheram-se de lágrimas imediatamente.
 
“Vem comigo…” Pediu-me o Tom em surdina, colando a sua testa à minha, e fazendo os nossos narizes roçarem um no outro.
 
Quis responder, mas não fui capaz… a minha voz não me obedecia. Mordi o meu lábio inferior pedindo forças aos céus para responder àquela pergunta, e fechei os olhos para ganhar coragem… assim que o fiz uma magra lágrima escorreu pelo meu rosto, mas lutei para a minha expressão se manter serena. “Tu sabes que eu não posso fazer isso, Tom.”
 
A mão dele limpou a minha lágrima num gesto demorado que se transformou em carícia. Ele obrigou-me a encará-lo, e eu encontrei os olhos dele também cheios de lágrimas, apesar de também ele manter uma expressão serena. “Por favor, Emi… Vem comigo. Não suporto a ideia de te perder outra vez.”
 
Contra todas as expectativas, sorri-lhe. Era um sorriso triste, mas ainda assim era um sorriso. “Eu já te disse que nunca me perdeste… Eu fui, sou, e vou ser, tua para sempre.”
 
Os lábios dele beijaram os meus com urgência, como se fosse já um beijo de despedida. Como se ele quisesse confirmar aquilo que eu lhe acabara de dizer.
 
“Mas eu quero-te ao meu lado, Emi…” Murmurou ele, ainda com a sua boca a milímetros da minha, “Eu tenho dinheiro para nos sustentar aos dois, não ias precisar de trabalhar e não te faltaria nada!”
 
Porque é que tínhamos de ter esta conversa novamente? Tivemo-la à três anos atrás, e voltámos a tê-la ontem à noite… Olhei fundo nos olhos dele, desesperada para que ele compreendesse. Não estava chateada com ele, estava meramente a tentar que ele compreendesse de uma vez por todas o que eu sinto cá dentro:
 
“Repara que não estás só a pedir-me que vá contigo… Estás também a pedir que eu me desfaça de uma vida que levei três anos a construir, que deixe todos os meus sonhos para trás, que abandone os melhores amigos e a família… Estás a pedir-me que abandone a minha banda, e que depois de concluir dois anos do meu curso, desista dele….”
 
Estava a ficar sem fôlego, só eu sabia o quanto me custava dizer-lhe isto vezes e vezes sem conta, mas continuei. O olhar do Tom disse-me que desta vez ele ia conseguir compreender, “Imagina que eu tinha todo o amor que existe para te dar, e todo dinheiro do mundo para te oferecer tudo o que quisesses… Deixarias os Tokio Hotel, o teu irmão, os teus amigos e os teus fãs… Deixarias a Música, deixarias o teu sonho, para ficares comigo?”
 
Ele não me respondeu, e eu também não fui capaz de lhe dizer mais nada. Afinal continuávamos iguais, continuávamos a manter os nossos sonhos acima de qualquer outra coisa, até acima do amor que sentíamos um pelo outro… Mas eu não o culpava a ele, e ele não me culpava a mim, sofríamos os dois do mesmo mal.
 
Finalmente o Tom percebeu que dificilmente os nossos caminhos se cruzariam outra vez… Ontem e hoje foi uma excepção, a mais bela excepção de todas, mas não passou disso. A partir de agora, o caminho que levava à concretização dos meus sonhos puxava-me para longe do Tom… e por mais que me doesse o coração, eu ia deixar-me ir.
 
Rolei na cama, ficando de costas para ele. Porque é que me era tão difícil encarar o Tom neste momento? Ele continuou a abraçar-me e puxou-me para ele. Pousou a sua cabeça no meu ombro, talvez esperasse que fosse eu a quebrar o silêncio, talvez quisesse que fosse eu a dar a sentença final… Por isso murmurei-a devagar, sentindo uma dor fortíssima atravessar-me o peito, cortando a minha respiração, e enchendo os meus olhos de lágrimas. “Nós não podemos continuar, Tom…” Queria acabar a frase, mas fui incapaz.
 
O Tom soltou um suspiro triste junto da minha orelha, e eu senti um estranho arrepio percorrer a minha espinha. “… Tu tens a tua vida e eu tenho a minha. Pertencemos a mundos diferentes…” Murmurou ele, completando a frase por mim.
 
“E será sempre assim.” Finalizei agarrando-me com força aos seus braços que me rodeavam a cintura e o peito. Senti as lágrimas que inundavam os meus olhos vacilar, mas eu não as ia deixar cair! Não podia! Pedi aos céus que o tempo parasse nesse momento, para eu nunca mais ter de me despedir daquele que mais amo.
 
Senti algo molhado escorrer pelo meu pescoço. Eram lágrimas dele! Não aguentei nem mais um segundo, as lágrimas que eu tanto me esforçava por reprimir, escorreram pela minha face e misturaram-se com as do Tom.
 
“Vais continuar como se nada disto tivesse acontecido?” Perguntei-lhe a medo, num murmúrio quase inaudível. Passaria muito tempo até o voltar a ver, se é que seria possível voltar a estar com ele no futuro, por isso precisava de saber agora se ele continuaria a ter aquelas atitudes de «Sex Gott» pelas quais tinha ficado famoso.
 
“Isso seria impossível.” A resposta dele foi sincera e reconfortou-me, apagando os meus medos me imediato. Mas foi o que ele me disse a seguir que fez o meu coração bater com mais força outra vez, “Ainda tenho esperança de que o futuro nos favoreça, Emi.”
 
Rolei novamente na cama, desta vez para ficar frente a frente com ele, dentro daquele abraço de onde eu jamais queria sair. Aconcheguei-me melhor nos braços do Tom, encostando a minha cabeça ao tronco dele, sentindo o calor do seu corpo, o cheiro da sua pele e ouvindo o seu coração bater.
 
Ele começou acariciar os meus cabelos gentilmente, enquanto me beijava a testa de uma forma muito doce. Eu comecei a brincar com uma rasta que a minha mão apanhou, enrolando-a nos meus dedos. Sorri esperançada quando lhe respondi:
 
“Isso, Tom, teremos de esperar para ver…”.

 

* * *

 

Continua...

Lá está, a reviravolta que vos disse... Nem tudo na vida é um mar de rosas, não é? Snif! Até eu estou com pena daqueles dois xD

 

Bem... Vou tentar ser mais rápida com o próximo capitulo! Porque vocês merecem mesmo!

Será preciso dizer que quero saber a vossa opinião? É porque eu quero sim!! ^^

Comentem!

 

Loads of Kisses to All of You! x) 

 

sinto-me: Quero mm uma beijoca do Tom xD
música: Muse - Stockholm Syndrome
publicado por Dreamer às 21:06
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Segunda-feira, 30 de Junho de 2008

An Deiner Seite - Cap 50

Olá meus amores! x)

 

Eu sei, demorei muito tempo a postar este capitulo, mas como já expliquei no outro blog... Com o concerto pelo meio não consegui escrever. Por acaso até levei um caderninho para poder escrever a fic enquanto esperava, mas estava tanto calor que eu não conseguia pensar --'

 

Mas aqui está! O capítulo número cinquenta desta fic! ^^ É também o post numero sessenta e seis deste blog que, em sessenta e cinco posts, arrecadou 30094 comentários, e isso tenho a agradecer a todos vocês!! Por isso um enorme MUITO OBRIGADA!! ^^

 

O capítulo de hoje é o resto da noite da Alie, e ficam desde já a saber que foi um dos capitulos que eu mais gostei de escrever ^^ Ha! E agradeçam à Bruna porque foi ela que me ajudou a decidir o final deste capitulo x)

 

Este post é dedicado a todos os que lêem a fic e que comentam... principalmente aqueles que me encheram de comentários no post anterior! x) E claro, quero dar as boas vindas aos novos leitores e agradecer-vos pelos vossos comentários! ^^

 

E acabados os agradecimentos, passamos à fic!

ENJOY!! x)

 

* * *

 

[ Alana ]
 
Com esta é que o Bill nos tramou… Eu e o Gustav ficámos a olhar um para o outro em silêncio, sem saber o que dizer um ao outro e extremamente envergonhados.
 
“Eu acho que vou…” Disse eu envergonhada apontando para a porta da casa de banho, mas fui interrompida pelo Gustav que decidiu falar naquele mesmo momento.
 
“Vou ali…” Disse ele apontando para um grande armário que ali estava. Calámo-nos os dois, sorrindo envergonhados.
 
“Desculpa!” Dissemos os dois ao mesmo tempo e depois soltámos uma gargalhada tímida… Isto está a tornar-se caricato.
 
“Diz, Gustav…” Pedi-lhe, sentindo o meu coração acelerar a uma velocidade impensável.
 
“Não, diz tu…” Oh meu deus, só me apetece é saltar-lhe para cima, ele é tão fofinho!
 
Demorei a responder porque entretanto ficámos com o olhar fixo um no outro, “Eu vou à casa de banho, preparar-me para dormir… Será que não tens por aí algo que me possa servir de pijama?” Perguntei envergonhada, nunca na vida iria dormir com o meu vestido de gala.
 
Ele ficou um momento a olhar para mim, como se o cérebro dele tivesse bloqueado… a verdade é que o meu também bloqueou e eu não percebi porquê. “Nem eu nem o Georg usamos pijama, aliás, de toda a banda só o Bill é que usa pijama, nós dormimos de boxers… Mas eu posso emprestar-te uma das minhas t-shirts mais largas…”
 
Vou dormir na cama dele, a usar uma das suas t-shirts… Matem-me já! É impossível eu vir a ser mais feliz do que estou agora!! Depois de me controlar, tentei parecer indiferente quando lhe respondi, “Pode ser, sim…” Raios! Porque é que estou com este sorriso de idiota na cara?
 
Vi o Gustav sorrir para mim também, da mesma forma estúpida, e depois dirigiu-se a uma das malas que estavam a um canto do quarto. Vasculhou a mala durante uns momentos, para depois sair de lá com uma t-shirt branca que tinha umas estampas bem giras. Oh não, reconheci a t-shirt! É a que ele está a usar no poster gigante dele que eu tenho mesmo em frente à minha cama… É oficial, eu morri e estou no céu!
 
“Acho que esta serve…” A voz dele parecia estar a tremer um pouco, e agora que vejo bem, também as mãos dele estão a tremer… Ele está nervoso?
 
“Obrigada…” Respondi-lhe aceitando a t-shirt com um sorriso. As nossas mãos tocaram-se quando eu peguei na t-shirt e o tempo pareceu parar à nossa volta. Estávamos muito perto um do outro, eu conseguia ouvir a respiração dele e ele conseguia ouvir a minha… Eu não conseguia parar de olhar os seus olhos brilhantes…
 
Dentro da minha cabeça ouvia uma vozinha irritante a berrar, “BEIJA-O! BEIJA-O!” Mas antes que o meu subconsciente obedecesse a essa ordem louca, corri para dentro da casa de banho murmurando um fugaz, “Até já…”, e deixando o Gustav com cara de parvo a olhar para o sitio de onde eu tinha saído.
 
Pousei delicadamente a t-shirt que ele me emprestou numa prateleira da casa de banho, assim que fechei a porta atrás de mim. Com muito cuidado, e bastante agilidade, tirei o vestido sem o amarrotar e pendurei-o num cabide que havia atrás da porta, e descalcei as minhas sandálias, guardando-as a um canto da casa de banho. Depois dirigi-me ao lavatório, e abri a torneira da água fria e comecei a lavar a cara.
 
Não estava só a banhar-me com aquela água gélida, estava também a pedir aos céus para me manter lúcida. Não conseguia compreender o que se estava a passar entre mim e o Gustav… Ou melhor, tinha uma ideia do que se podia estar a passar… mas não conseguia acreditar! Era demasiado bom para ser verdade.
 
“Amanhã ele vai-se embora e o meu mundo volta ao normal…” Murmurei enquanto secava a minha cara com uma toalha turca extremamente macia.
 
Peguei finalmente na t-shirt dele, repetindo para mim, “É apenas uma t-shirt… Uma t-shirt como outra qualquer…” Mas assim que a minha cabeça atravessou a gola da camisola, senti o cheiro do Gustav e todo o meu corpo ficou dormente. Era como se ele me estivesse a abraçar, o cheiro dele rodeava-me e reconfortava-me mais do que alguma vez eu me tinha sentido.
 
“Isto é de doidos!” Cuspi as palavras tentando esquecer aquela sensação única. Olhei uma última vez para o espelho antes de sair, dei um jeito ao cabelo com os meus próprios dedos, e avaliei a quantidade de pernas que ficavam expostas com aquela t-shit, que era agora o meu novo vestido… funcionava como uma mini-mini-saia, mas felizmente o meu rabo não ficava de fora.
 
Quando cheguei ao quarto reparei que as luzes haviam sido todas apagadas. A única coisa que eu conseguia ver era o vulto do Georg que dormia ainda vestido por cima da sua colcha, tal qual o Gustav o havia deixado.
 
Os meus olhos ainda estavam habituados à luz forte da casa de banho, por isso foi aos poucos que eu consegui perceber que a cama onde eu ia dormir, a cama do Gustav, já tinha sido cuidadosamente aberta, e estava preparada para me receber.
 
Só depois de dar um passo e me aproximar da cama é que reparei no vulto do Gustav. Ele estava sentado no chão, vestindo apenas uma camisola branca de cavas e uns boxers escuros. Era ali que ele tinha disposto os cobertores para dormir, mesmo entre as duas camas, e era dali que ele me olhava com os seus olhos brilhantes. Um segundo depois pude perceber que ele estava a sorrir para mim… não consegui evitar sorrir-lhe de volta.
 
Avancei com cuidado para a cama, tentando não pisar o Gustav… Pisá-lo uma vez naquela noite tinha sido suficiente, eu estava a rezar por tudo para não repetir a proeza. Senti que o olhar do Gustav me seguia enquanto eu me deitava, o que me punha mais nervosa ainda. Só espero que ele não esteja a olhar para as minhas pernas.
 
Finalmente deitei-me, tapando-me de imediato com os cobertores e repousando a minha cabeça na almofada fofa. Hum… sabia tão bem, e eu estava tão cansada.
 
“Estás confortável?” Perguntou-me o Gustav num murmúrio, enquanto se debruçava sobre a minha cabeça. O meu coração disparou pela milionésima vez naquela noite, estávamos outra vez muito perto um do outro…
 
Só fui capaz de lhe responder com um grunhido afirmativo, que suou mais fofinho que o habitual. Vi um sorriso ainda mais brilhante no rosto dele… Oh, quem me dera poder bei… Shiu, Alana Laurie! Não penses disparates!
 
“Precisas de mais alguma coisa, Alie?” Perguntou-me ele no mesmo murmúrio.
 
Preciso de ti…”Não, obrigada, Gustav… Não preciso de nada.”
 
Observei-o enquanto ele se deitava no chão. Senti-me culpada… Ele devia estar tão cansado do concerto e estava a dormir no chão por minha causa. Pensei em oferecer-me para trocar de lugar com ele, mas sabia que ele ia recusar portando abandonei a ideia. Depois lembrei-me de o convidar para se deitar comigo… É melhor eu estar calada.
 
“Então…” Ouvi-o murmurar, já ele estava deitado no chão, mesmo ao lado da minha cama. Os seus olhos brilhavam na minha direcção, “Dorme bem, Alie.”
 
Não sei porquê, mas demorei a responder-lhe… Talvez por não querer adormecer. Talvez por querer que aquela noite durasse para sempre… “Boa noite, Gustav.”
 
O silêncio caiu pesado entre nós. Ficámos os dois ali, de olhos fixos um no outro, esperando que o sono tomasse conta de nós e desse por terminado o encanto que havia nascido à nossa volta.
 
Estava deitada na cama do Gustav, a minha cabeça repousava na sua almofada e eu vestia uma das suas t-shirts. O cheiro dele inundava as minhas narinas fazendo-me crer que ele estava ali deitado comigo… Mas era mentira. Ele estava perto, muito perto até… ainda assim estava inalcançável. Quem me dera que me abraçasses esta noite…
 
Estava tão cansada que não me apercebi sequer que tinha fechado os olhos, enquanto a minha mente me fornecia imagens de mim e do Gustav juntos. Eu estava entre um estado de sonolência e consciência quando ouvi um gemido de dor mesmo ao meu lado. Abri os olhos assustada para encontrar o Gustav agarrado à sua perna direita, tentado desesperadamente esticá-la.
 
“Estás bem?” Perguntei-lhe sentando-me na cama de imediato. Os gemidos de dor que ele estava a emitir soavam cada vez mais fortes e mais angustiados.
 
“Cãibra…” Foi a única coisa que ele me conseguiu dizer. Não esperei um segundo sequer para sair da cama e sentar-me no chão a seus pés. Sem vergonhas nem timidez, comecei a massajar-lhe a perna com força para que o músculo distendesse.
 
Aos poucos os seus gemidos de dor foram acalmando, e ao mesmo tempo eu sentida o musculo da perna dele cada vez mais relaxado, até que voltou ao normal. Eu parei a massagem, mas não saí do mesmo sitio.
 
“Obrigado…” Ouvi o Gustav agradecer-me num murmúrio exausto, enquanto ele próprio massajava a sua perna que eu acredito que estivesse dolorida.
 
“Não tens de agradecer…” Sorri para ele com sinceridade, “Afinal é por minha culpa que estás a dormir desconfortável no chão… E deve ter sido por isso que tiveste a cãibra.”
 
Ele riu-se, não sei se pelo que eu disse ou se pela forma que eu disse… Tenho perfeita noção que parecia uma «mamã» a ralhar com um «filhote».
 
Ficámos em silêncio novamente… e mais uma vez trocámos aqueles olhares cúmplices e cheios de um sentimento que ainda não compreendíamos.
 
Eu comecei a sentir-me mal novamente por ter o conforto da cama dele, e vendo-o naquele estado só me restou mesmo uma opção:
 
“Gustav…?” Chamei-o, apesar dele ter estado a olhar para mim o tempo todo.
 
Um sorriso rasgou-se imediatamente no seu rosto quando me respondeu, “Sim, Alie?”
 
“Não queres… dormir na cama, em vez de dormires no chão? Estavas mais confortável, e já não tinhas cãibras.” Senti-me corar fortemente, ainda bem que estava escuro, talvez assim ele não o visse.
 
“Eu não quero que durmas no chão, Alie…” Respondeu ele simplesmente. Eu não sei como tive coragem, mas desviei o meu olhar do dele e reformulei a pergunta:
 
“Não queres dormir na cama… comigo?”
 
Se houvesse por ali um buraco, eu tinha-me escondido, mas a verdade é que eu não ficaria bem comigo mesma se não lhe tivesse feito a pergunta.
 
Ele por um momento ficou especado a olhar para mim, sem saber o que responder, e eu, que já estava a achar que ele estaria a pensar o pior de mim, comecei a argumentar muito depressa, “É só pelas tuas cãibras!… Estás cansado do concerto e eu sinto-me mal de estar a roubar-te a tua cama… Não é por mais nada… Por favor, não penses mal de mim!!”
 
Ele soltou duas gargalhadas bem fortes, e eu vi a sinceridade nos olhos dele, “Eu nunca pensaria… «isso» de ti, Alie.”
 
Corei novamente e o meu coração acelerou. Fui incapaz de lhe responder, apenas fiquei à espera não sei bem de quê.
 
“Vamos então…?” Perguntou-me ele, levantando-se do chão com alguma dificuldade devido às dores musculares.
 
Eu limitei-me a acenar positivamente e a segui-lo. Ele tomou o lado direito da cama, por isso eu fui para o esquerdo. Nem me atrevi a trocar mais uma palavra que fosse com ele. Deitei-me, pus-me de lado, de forma a estar de costas voltadas para o Gustav. Estava determinada a não lhe dar uma imagem de oferecida, coisa que não sou mesmo!!
 
Senti o Gustav ajeitar-se na cama, senti o calor do corpo dele bem perto do meu… afinal aquilo era uma cama de corpo e meio, era demasiado pequena para duas pessoas.
 
“Podes chegar-te mais para aqui, Alie… Eu não mordo.” Riu-se ele e eu consegui perceber que ele estava virado para mim. Oh, como eu quis abraçar-me a ele… o meu corpo implorava para que eu o fizesse, mas eu apenas me encolhi mais um pouco.
 
“Deixa estar,” Argumentei eu muito depressa, “prefiro que tenhas mais espaço para ti…” Tinha a perfeita noção de que não tinha sido convincente, mas isso também não me importava… “Dorme bem, Gustav.”
 
Não cheguei a receber uma resposta dele, porque de repente senti o corpo dele a agitar-se, e mais uma vez ele começou a gemer de dor.
 
Levantei a minha cabeça e encontrei o Gustav a cerrar os dentes, tentando de alguma forma suportar aquela dor subita. Destapei-nos aos dois no mesmo instante para ajudá-lo, e descobri que desta vez era a sua perna esquerda que ameaçava dobrar-se. Fiz o mesmo que tinha feito à outra perna, comecei as massagens, mas desta vez ainda com mais força.
 
Os gemidos dele acalmaram novamente enquanto o músculo distendia, “Obrigado, Alie…” Murmurou ele novamente, mas desta vez não parei a massagem.
 
“Já percebi o teu problema: tens o corpo demasiado tenso, Gustav…” Expliquei-lhe massajando agora ambas as pernas, “Por isso é que tens tantas cãibras… Mas eu resolvo já o assunto.”
 
A Emi costuma dizer que eu tenho mãozinhas de fada. Não sei se é verdade, mas o facto é que o Gustav ainda não se queixou. A massagem começou nas pernas, passando depois pelas costas e ombros e acabou nos braços. Amassei cada musculo do seu corpo, quebrando a grande tensão em que ele estava… e no final a única coisa que ele conseguiu dizer foi:
 
“Tenho de te raptar e guardar no meu bolso…Vou precisar que me dês um tratamento destes depois de cada concerto.”
 
Soltei uma gargalhada juntamente com ele e deitei-me a seu lado, mas desta vez encarei-o. As nossas risadas desvaneceram-se aos poucos, à medida que os nossos olhares se prendiam novamente. Ao olhar para ele senti uma onda gigante de cumplicidade a abater-se sobre nós.
 
De repente ele já não era o Gustav Shäfer, baterista dos Tokio Hotel, o meu ídolo predilecto, e eterno alvo da minha paixão platónica… Ele era simplesmente um rapaz que eu tinha conhecido naquela mesma noite, e com quem eu ansiava partilhar aquele sentimento arrebatador que rebentava no meu peito.
 
Sem trocarmos mais do que olhares, senti que ele tinha compreendido isso que eu estava a sentir, e que no seu peito morava a mesma ansiedade.
 
“Eu não sei explicar porquê… Mas tu és muito especial para mim, Alie…” Murmurou ele em surdina. Senti todo o meu corpo derreter e o meu coração prestes a explodir.
 
“Tu também és muito especial para mim, Gustav…” Respondi-lhe de volta, e não consegui dizer mais nada… a minha voz falhou.
 
Comecei a ouvir a respiração dele cada vez mais perto de mim. Comecei a sentir o ar que ele estava a expirar e o calor que o seu corpo estava a emitir. No segundo seguinte, os seus braços musculados abraçaram o meu corpo com suavidade e carinho, como se eu fosse uma pequena boneca.
 
E depois, sem que eu pudesse prever, os lábios quentes do Gustav beijaram os meus da forma mais terna e doce possível. Todo o meu corpo estremeceu, e a única coisa que fui capaz de fazer foi abraçar-me a ele com todas as minhas forças para nunca mais o largar.
 
As mãos dele não percorriam o meu corpo com urgência, limitavam-se a acariciar lentamente as minhas costas e o meu cabelo. E eu estava simplesmente a acariciar-lhe a nuca deixando que os seus cabelos curtos se encaracolassem por entre os meus dedos finos.
 
Não sei quanto tempo durou aquele beijo, até porque me pareceu que tínhamos quebrado as barreiras do tempo e do espaço. Era como se, de repente, toda a infinidade do universo fosse composta somente por nós e pelo nosso beijo.

 

* * *

 

PLIM!

Continua...

 

Espero que tenham gostado tanto de ler este capitulo como eu gostei de o escrever! ^^

E não se esqueçam! Comentem x)

 

E menina Inês, amanhã tens de postar! xD

 

Loads of Kisses to All of You! ^^

 

música: Cães a ladrar na rua xD
sinto-me: Eu quero um beijinho do Tom ^^
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Quinta-feira, 26 de Junho de 2008

An Deiner Seite - Cap 49

Olá meus amores!!

 

Antes de mais queria agradecer a todos os que comentaram, e todo o apoio que deram... mas eu sou assim, insegura de nascença, se não vossem pelos vossos comentários acho que a fic não tinha andado para a frente! Portanto, mil obrigados!! x)

 

Agora, tenho um anúncio especial a fazer... Este capítulo e o próximo vão ser inteiramente da Alie, ou seja, vamos saber o que é que estava a acontecer com ela enquanto a Emi estava com o Tom... x) Está a ser divertidissimo escrever estes dois capitulos, espero que vocês gostem tanto de os ler como eu de os escrever! ^^

 

Não vos faço esperar mais,

ENJOY! x)

 

* * *

 

[ Alana ]
 
 
Estava ainda no corredor, com o rosto coberto de lágrimas, a ver a porta do 1209 fechar-se com a Emi lá dentro. Cruzei os meus dedos, fazendo umas figas apertadas, rezando para que tudo corresse bem na conversa complicada que ela ia ter com o Tom. Estava tão absorta nos meus pensamentos de «boa sorte!» que me assustei quando dei de caras com um Georg completamente bêbado.
 
“E tu… És quem…?” Perguntou-me ele muito devagar, com um olho aberto e outro fechado. Eu fiquei vermelhíssima a olhar para ele, o que me havia de sair na rifa! O Bill e o Gustav, que por momentos tinham ficado como eu a ver a Emily entrar no quarto, estavam agora também a olhar para mim.
 
“Tu és aquela rapariga do elevador…” O Gustav não estava a fazer uma pergunta, estava a fazer uma constatação com um sorriso fofinho naquela cara amorosa… Meu deus, tenho de me derreter menos.
 
Sim, sou aquela que te espetou o salto-agulha no pé, foi o que eu quase disse. Tentei baixar a cabeça para esconder a minha face rosada e envergonhada, e sair dali o mais depressa possível, “Não sou, não… Não sei do que estás a falar...”
 
Para meu azar o Bill juntou-se à festa, “És a rapariga do elevador, sim!” Insistiu ele com um sorriso cúmplice para o Gustav.
 
Não consegui responder, tinha sido apanhada… E agora tinha o Georg a começar a apoiar-se em mim, porreiro! “Como é que te chamas, doçura?” Perguntou-me ele, e eu fiquei extremamente aliviada pelo o Gustav me ter vindo «salvar», retirando o Georg de cima de mim.
 
“Chamo-me Alana Laurie… Sou uma grande amiga da Emi, vim com ela para ajudá-la a chegar até vocês.” Tentei explicar-lhes muito resumidamente, “Mas podem chamar-me Alie.”
 
“EMI!” Berrou o Georg largando o apoio do Gustav e abraçando-se a mim achando que eu era a Emi.
 
“Não é Emi, Georg,” Ralhou o Bill ajudando o Georg a manter-se de pé, “O nome dela é A-L-I-E!”
 
“É um nome lindo…” Ouvi o Gustav murmurar bem perto de mim. Ele não devia estar à espera que eu o ouvisse, porque ao ver-me corar ele corou também… Ai, mãezinhaa! Estou a derreter tanto…
 
Ficámos os dois a olhar-nos durante um segundo que pareceu uma hora, e só quebrámos o olhar porque o Bill começou a não ter força para segurar o Georg. “Gustaaav… Ele está a adormeceeer!”
 
O Gustav correu para eles mesmo a tempo de apanhar o Georg, mas o Bill não teve salvador e caiu no chão. Coitado, aquilo deve ter doído… Fui ajudá-lo a levantar-se.
 
Ele agradeceu-me com um sorriso brilhante e deu-me as boas vindas, “Se és amiga da Emi, és nossa amiga também!”
 
AHH!! Porque é que eu estou a corar tanto? Eu não sou assim! Respondi com um simples sorriso tímido ao Bill, que mais havia de fazer? Estava num corredor de hotel na presença de três dos meus quatro ídolos… Um deles a lançar-me olhares fofinhos, outro completamente bêbado e outro a dizer que já sou amiga deles… Eu morri e estou no céu, só pode!
 
O encanto foi quebrado pelos roncos sonoros do Georg que já dormia nos braços do Gustav. “Acho melhor ir deitá-lo… Ele é pesado sabem?” Murmurou o ele um pouco incomodado, mas eu e o Bill limitámo-nos a soltar uma gargalhada. O Gustav estava a agarrar «a bela adormecida» pelos ombros, e a tentar mantê-la de pé… mas a cabeça do Georg estava a pender para a frente, e só se viam os cabelos dele a tapar-lhe a cara, enquanto que no corredor do hotel ecoavam os seus roncos.
 
“Eu não estou a brincar… Não vou conseguir segurá-lo muito mais tempo!” Riu-se o Gustav e a cara dele ficou vermelha de novo… Já vos disse que este rapaz é a coisa mais fofa do mundo?
 
O Bill acedeu à vontade dele e abriu a porta do 1207 com um cartão magnético que o Gustav lhe passou. Primeiro entraram o Gustav, arrastando o Georg, e depois entrei eu, porque o Bill insistiu… Que cavalheiro!
 
Eu nem queria acreditar quando vi o tamanho e o luxo daquele quarto. Aliás, aquilo parecia mais um apartamento, só lhe faltava uma cozinha… tinha uma sala luxuosíssima e um quarto com duas camas individuais que também parecia saído do Royal Palace de Londres.  
 
Vi o Gustav atirar o Georg para uma das camas, antes de se vir sentar nuns sofás de pele comigo e com o Bill. “Queres beber alguma coisa?” Perguntou-me ele com gentileza antes de se sentar.
 
“Não, deixa estar. Obrigada.” Recusei eu muito depressa, estava em pânico… Tinha passado a semana a magicar planos para a Emi encontrar o Tom que nem sequer tinha pensado que os ia conhecer! Muito menos que ia estar no quarto de hotel deles...
 
“Eu acho que é melhor eu ir andando…” Despedi-me levantando-me muito rapidamente, mas o Bill agarrou-me a mão e obrigou-me a sentar entre eles os dois.
 
“Não senhora, só te vais embora quando a Emi fôr!” Ordenou ele com um sorriso, ao que o Gustav apoiou dizendo que sim com a cabeça muito entusiasmado.
 
“Mas… Assim, posso ter de dormir cá… se a conversa deles correr bem…” Gaguejei sentindo-me corar novamente. A ideia de dormir no mesmo quarto que o Gustav dava-me arrepios… Acorda, Alana Laurie, mantém-te lúcida!
 
“Isso não tem problema nenhum, Alie.” Ouvir o Gustav dizer o meu nome fez-me derreter mais um pouco. Ficámos novamente com o olhar preso um no outro.
 
“Queremos conhecer-te!” A voz do Bill acordou-nos daquele transe, e eu vi que ele tinha um sorriso maroto nos lábios por ter percebido aquela troca de olhares. “Conta-nos tudo! Quem és, de onde vens, como conheceste a Emi, e como é que vocês as duas chegaram aqui hoje!”
 
Quando temos um Bill curioso à frente o melhor a fazer é desembuchar tudo, e foi o que eu fiz. Contei-lhes o essencial sobre as minhas origens, e detalhei tudo sobre a minha relação com a Emi, e ainda lhes contei um pouco da vida da Emi nestes últimos três anos.
 
Não pareceram surpreendidos quando lhes disse que nos tínhamos conhecido no Conservatório de Teatro e que ela estava a tirar um curso de Artes Dramáticas. Ficaram felicíssimos ao saber que a banda dela está a ter sucesso em Portugal, e que ela está satisfeita com a vida que está a levar agora.
 
Ainda nos rimos um bom bocado enquanto eu estava a tentar explicar-lhes como é que eu e a Emi tomámos banho e nos arranjámos na casa de banho na Tasca do Ti Mané antes de invadirmos o Corithia Alpha Hotel. E inevitavelmente, o que aconteceu connosco os três no elevador também veio à baila pouco tempo depois, trazendo ainda mais gargalhadas.
 
Quem falava mais era o Bill, mas eu já estava à espera disso. O que eu não estava à espera era que o Gustav não tirasse os olhos de mim nem por um minuto! E eu por vezes perdia o meu raciocínio só de ficar a olhar para ele tempo de mais… Alguém que me explique o que é que se está a passar aqui!!
 
À parte destes momentos, a conversa correu bastante bem, parecia até que já nos conhecíamos à anos! Entre muitas gargalhadas e boa disposição o tempo foi passando sem que déssemos conta dele. Quando o Bill olhou casualmente para o relógio que tinha no pulso ia-lhe dando uma coisinha menos boa.
 
“Eu não acredito! Já passa das quatro da manhã!” Quase berrou ele, saltando no sofá. Eu também fiquei chocadíssima e tive de olhar para o relógio dele para acreditar.
 
Só o Gustav é que não parecia surpreendido, pelo contrário, parecia felicíssimo, “Isto quer dizer que a conversa ali no quarto ao lado correu bem…” Disse ele com um sorriso brilhante.
 
Tive um breve segundo em que fiquei hipnotizada pelo sorriso dele e não respondi, mas logo a seguir senti uma onda gigante de felicidade, “A Emi e o Tom fizeram as pazes!!” Quase gritei soltando grunhidos fofinhos e fazendo uma dança vitoriosa sem sair do sofá.
Ambos, Gustav e Bill, ficaram a olhar para mim espantados, acho que ainda não tinham visto esta minha faceta… Fiquei da cor de um tomate logo a seguir.
 
O Gustav limitou-se a olhar para mim com aquele sorriso que me faz ficar sem ar, “Tu és tão querida, Alie.” Ui, o que é que ele foi dizer… Por dentro tinha vontade me lançar ao pescoço dele e já não o largar, mas controlei-me. Quer dizer, fiquei ainda mais corada…
 
Foi o Bill quem falou a seguir, com alguma tristeza no olhar, “Desculpa, Alie, estou a adorar a conversa, e estou a adorar conhecer-te, mas vou ter de ir dormir… Nós amanhã temos avião às dez da manhã, temos de nos levantar às oito… Convém dormir alguma coisa.”
 
Oh… Agora fiquei tristinha. Suponho que o que é bom não dura para sempre. “Não há problema, Bill, eu compreendo.” O Gustav não disse nada, senti o olhar dele em mim, mas não lhe correspondi… Ele amanhã ia-se embora e este sonho ia acabar. Sentia um aperto na garganta, mas reprimi aquele senitmento triste.
 
“Agora só tenho um problema!” Anunciou o Bill levantando-se do sofá, e colocado as mãos nas ancas, “Onde é que eu durmo? Não posso ir interromper os pombinhos no quarto ao lado!”
 
“Dormes aqui, Bill… Onde mais havias de dormir?” Ironizou o Gustav, soltando uma gargalhada, “A minha cama está livre, e fica para ti, Alie… Depois temos três sofás, mas como dois são individuais, só dá para uma pessoa dormir no que é maior, ou seja tu, Bill… E depois há muitos cobertores no armário, eu não me importo de os pôr no chão e dormir.”
 
Ele ia oferecer-me a sua cama e vai dormir para o chão? O Gustav é o meu cavalheiro preferido! Apesar de tudo sentia-me mal por aceitar o conforto dos lençóis enquanto ele ia dormir no chão, “Tu não podes dormir no chão…” Tentei começar eu, mas fui depressa interrompida por ele, que inclusivamente pousou a sua mão na minha, cortando-me a respiração:
 
“Não só posso, Alie, como vou dormir no chão… Até dizem que faz bem às costas.” Ele estava a brincar comigo, fazendo uma careta amorosa, e a mim só me apetecia cobri-lo de beijos… Senti o polegar dele acariciar a minha mão e o meu coração disparou. Não me consegui mexer, nem dizer o que quer que fosse... Apenas me deliciava com aquela doce caricia que ele me estava a fazer.
 
“Vá, casalinho fofinho, desopilem que eu quero dormir!” Tanto eu como o Gustav ficámos chocados a olhar para o Bill. Eu não acredito que ele nos chamou «casalinho fofinho»!! O Gustav largou a minha mão muito depressa, quase tentando esconder do Bill que tínhamos estado de mão dada por um momento… mas como é óbvio o Bill já tinha reparado.
 
“Não ouviram?” Perguntou o Bill levantando a voz, mas mantendo no rosto um sorriso de orelha a orelha, “Vão namorar para outro lado!”
 
Eu fiquei extremamente nervosa, mas levantei-me à mesma, assim como o Gustav. Ultrajada, comecei a tentar refilar com o Bill, “Nós não estávamos…”
 
Mas como é obvio o Bill não me deixou falar e empurrou-me a mim e ao pobre Gustav, que estava mais vermelho do que eu alguma vez o vira. “Shiu, menina Alie, eu já percebi tudo… Tenho olhinhos na cara!”
 
Ainda tentei argumentar, mas foi em vão, porque assim que o Bill nos deixou em frente à cama do Gustav, virou-nos costas e voltou para a sala, apenas gritando por cima do ombro, “Aproveitem a noite!”
 
* * *
 
Continua...
Que tal? Comentem e digam o que acharam!! x)
 
Ah, mais outro aviso, esta fic está a caminhar a passos largos para o final, mas descansem que eu aviso quando o final estiver bem bem perto ^^
 
Loads of Kisses to All of You!! xD

 

sinto-me: Com a cabeça a rebentar --'
música: Red Hot Chilli Peppers - Purple Stain
publicado por Dreamer às 21:23
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Terça-feira, 24 de Junho de 2008

An Deiner Seite - Cap 48

Olá meus amores! x)

 

É oficial, eu odeio o sapo, odeio o meu computador, e odeio a minha vida... É incrível, estou à uma hora a tentar postar isto e quando não dá erro a net vai abaixo --' Espero que seja desta!

 

Primeiro que tudo, peço mil desculpas por não ter postado mais cedo...  Mas como disse no outro blog, tive vários problemas este fim de semana e não consegui arranjar tempo para escrever... Depois também houve o problema da insegurança... Tenho medo que não gostem deste capitulo, se calhar exagerei um pouco... mas vocês dirão!

 

Outra coisa, mudei a musica do blog, devem ter percebido já xD Chama-se Falling Away With You e é de uma banda que eu adoro assim mesmo muiito, que são os Muse x) Aqueles que conhecem a música devem saber porque é que a escolhi para ser banda sonora destes capitulos... Aqueles que não conhecem, bem, oiçam, prestem atenção à letra e vão perceber ^^

 

Finalmente queria agradecer a todos os que comentaram, e ainda dar as boas vindas aos novos leitores x) É excelente saber as vossas opiniões!! Mas agora, sem mais demoras,

 

ENJOY!

[ este capitulo devia ter uma bolinha vermelha no canto superior direito do ecrã xD ]

 

* * *

 

[ Emily ]
 
“Foi por culpa das minhas acções que começaste a namorar com o Jared, Emi?” Perguntou-me o Tom com ar de gozo e desconfiança, como se não acreditasse no que eu lhe estava a dizer… Sendo muito sincera, apeteceu-me bater-lhe novamente. “Eu estava a milhas de ti! Como é que o que quer que seja que eu tenha feito afectou a tua vida se tu nem estavas comigo?”
 
Eu soltei uma risada incrédula, e depois cuspi-lhe com o maior dos desprezos enquanto sentia um gosto amargo na minha boca, “Claramente não tens mesmo noção no impacto dos teus actos… Sex Gott.”
 
Enfatizei de maneira rude a última parte, e pude ver pela expressão do Tom que ele tinha percebido exactamente aquilo que eu queria dizer. Vi que ele ficou perturbado enquanto avançava para mim e balbuciava, “Mas isso não significou nada…”
 
Eu fingi que não o estava ouvir nem a ver, e continuei no mesmo tom rude e frio, “Tu tens noção do que é que eu senti ao ver-te a dar uma entrevista, só seis meses depois de eu ter chegado a Portugal, onde tu dizias com o maior dos orgulhos que já tinhas comido mais de vinte e cinco raparigas?”

“E eu, pá!?” Gritou-me ele sem me deixar falar mais. “Como é que eu fiquei quando abri aquele myspace e descobri que não só tinhas uma banda, coisa que recusaste sempre que te oferecíamos um lugar a nosso lado… como descobri também que tinhas arranjado um namorado!”
 
Parece impossível… Como é que ele tem coragem de comparar? “O Jared era meu amigo! Eu desabafei a nossa história com ele… Chorei no ombro dele os desgostos que tu me davas todos os dias. E ele sempre me quis como mais do que uma amiga… Comecei a namorar com ele porque ele me dava apoio, conforto… Fazia-me sorrir, fazia-me feliz! E não me venhas com esse argumento da banda para te fazeres de vitima… Aquilo foi uma coisa que aconteceu e evoluiu para algo que eu nunca esperei… Tudo não passava de uma brincadeira quando me juntei a eles, e de repente tínhamos imenso sucesso e fãs por todo lado!”
                                                                                
Ele franziu o sobrolho e quis me responder, mas eu não deixei porque continuei o meu discurso, “E, por muita dor que tenhas sentido ao ver o myspace da minha banda… Tu não consegues ter a noção da dor, do desgosto, da desilusão e do nojo que foi ver-te dar essas e outras tantas entrevistas em que falavas das gajas que tinhas levado para a cama… Nem consegues sequer sonhar o sofrimento e o desalento que senti quando me apercebi da pessoa em que te tinhas tornado… Tu já não és o Tom Kaulitz que eu conheci… Já não és o mesmo Tom Kaulitz que eu amei!”
 
“Pois não, não sou o mesmo!” Berrou-me o Tom de volta com a mesma arrogância que eu tinha usado, e desta vez foi ele que não me deixou falar, “Eu sou o Tom Kaulitz que sobreviveu à tua partida, Emi… Sou o que restou depois da tua ausência ter dissolvido toda a esperança que eu tinha de ser feliz contigo!"
 
Fiquei sem palavras, com os meus olhos fixos nos dele. O meu coração acelerava novamente, será que eu podia acreditar naquilo que ele me estava a dizer?
 
“Durante todo este tempo procurei uma razão para te esquecer, Emily… Mas nunca consegui. Tudo porque nenhuma delas tinha o teu cheiro, o teu toque, o teu corpo, o teu olhar, a tua maneira de ser… Tudo porque nenhuma delas era quem tu és, e porque quando me deitava com elas era a ti que eu queria a meu lado.”
                                                                         
Seguiu-se um longo momento de silêncio, em que eu senti uma vontade enorme de me abraçar ao Tom. Eu já não estava a aguentar… Por mais mal que as atitudes dele me tivessem feito no passado, eu agora sabia que ele ainda me quer ao seu lado… E eu também sei que é ao lado dele que eu quero estar.
 
O Tom avançou para mim lentamente, e eu desta vez deixei que ele viesse. Os seus olhos estavam cheios de ternura e amor, mas ao mesmo tempo medo e culpa. Eu mantive-me quieta, baixando o meu olhar para o chão… Ficava cada vez mais nervosa à medida que via os seus ténis aproximarem-se de mim.
 
Ele parou mesmo à minha frente, de tal maneira perto que eu conseguia ouvir a sua respiração acelerada… mas continuava incapaz de o olhar nos olhos. Estremeci enquanto sentia a sua mão fazer-me uma carícia lenta no braço, e todo o meu corpo se arrepiou quando os seus braços me rodearam o corpo calmamente. Não vos sei explicar porquê, mas não me consegui mover.
 
Senti os lábios quentes do Tom aproximarem-se da minha orelha, e todo o meu corpo começou a tremer à medida que o meu ritmo cardíaco aumentava. Depois de um pequeno momento assim, que se pareceu mais com uma eternidade, ouvi-o murmurar muito baixo, enquanto os seus lábios roçavam levemente na minha orelha. “Eu amo-te Emily Wolff.”
 
Nesse mesmo momento os meus olhos prenderam-se nos dele, e eu fui incapaz de fugir com o olhar novamente. Senti as lágrimas a ameaçar cair, mas ao mesmo tempo tinha um sorriso distorcido a rasgar-se no meu rosto… O Tom sabia o quão importantes aquelas palavras eram, e não as disse levianamente, disse-as de maneira sentida e forte, tocando-me a alma.
 
Com muito cuidado, passei as minhas mãos à volta do pescoço dele, e aproximei-me do seu rosto… Reparei que os olhos do Tom estavam fixos nos meus lábios, e que ele quase sustinha a respiração de tão nervoso que estava, mas eu não me importei… Somente queria era que ele soubesse, “Eu também te amo, Tom Kaulitz.”
 
Vi-o soltar uma risada nervosa, enquanto recuperava o fôlego, muito mais aliviado. Também eu me estava a rir, nem acreditava como é que podíamos estar assim novamente, com as nossas desavenças vencidas e entregues aos braços um do outro. Agora não eram só os meus olhos a derramar lágrimas finas… Também no rosto do Tom escorria a prova da emoção que ele estava a sentir naquele momento.
 
Os nossos lábios começaram a aproximar-se e eu achei que fosse desmaiar… Tinha tantos sentimentos a explodirem-me no peito, e todos eles me faziam ter vontade de gritar bem alto todo o amor que sentia dentro de mim.
 
Os lábios dele tocaram os meus com delicadeza, saboreando cada segundo, e eu achei que só podia ser um sonho… O medo de que aquele beijo fosse uma ilusão fez-me abraçar o pescoço do Tom com força, puxando-o para mim, dizendo a mim mesma que era real o que estava a acontecer. Ele respondeu da mesma maneira, apertando bem a minha cintura e colando ainda mais o meu corpo ao dele.
 
Não vos consigo descrever a maravilha daquele beijo, a intensidade do sentimento que nos rebentava no peito, nem a adrenalina pura que nos dilatava as veias e fazia o nosso coração acelerar…
 
Estávamos em sintonia, beijando os lábios um do outro, primeiro com carinho e doçura, matando aquela penosa saudade… e depois, quando as nossas línguas se encontraram, o beijo tornou-se mais louco, cheio de um desejo reprimido à tanto tempo. Acabei por começar a brincar com aquele piercing do qual tinha sentido tanta falta. Isto fez o Tom lançar-me um sorriso perverso, ao qual eu respondi com um olhar maroto.
 
Afastei-me dele ligeiramente, apesar dele me continuar a tentar prender nos seus braços e encaminhei-o para a zona de dormir, parando somente em frente à cama que deduzi ser do Tom por ser a mais desarrumada.
 
O sorriso perverso desapareceu do rosto do Tom, e apenas ficou algo que eu nunca pensei ver: insegurança. “Tu tens a certeza…?” Perguntou-me ele em surdina
 
Eu não precisei de responder. As minhas mãos passaram imediatamente para debaixo da sua t-shirt, queria sentir o corpo dele, precisava de o sentir! Ele não esperou nem mais um segundo para dirigir as suas mãos ao fecho do meu vestido negro, abrindo-o lentamente como numa carícia.
 
As nossas bocas não se separaram nunca, procurando desesperadamente recuperar o tempo perdido. Não foi preciso muito para o meu vestido cair aos meus pés e eu ficar apenas de langerie em frente do Tom.
 
As suas mãos percorreram cada milímetro do meu corpo, como se procurasse diferenças de há três anos para cá, e descobriu rapidamente que, como era normal, agora as minhas curvas estavam mais pronunciadas… e pelos vistos, mais apetecíveis.
 
Lutei sozinha para lhe arrancar a camisola, porque ele recusou-se a ajudar-me, estava demasiado ocupado a beijar-me, primeiro o pescoço e depois o peito. Não precisei de desabotoar o botão das calças dele, estavam tão largas que bastou dar-lhes um pequeno puxão para baixo para elas caírem.
 
Beijamo-nos novamente, e quando eu dei conta, o Tom já me tinha deitado na cama, e deitava-se agora em cima de mim. “Tive tantas saudades…” Suspirou-me ele por entre beijos. Senti uma lágrima rolar pela minha face e fui incapaz de lhe responder, mas tinha a certeza que ele sabia que eu também sentira muito a sua falta.
 
A saudade deu lugar ao desejo, e o desejo trouxe consigo a loucura. Precisávamos de nos entregar um ao outro, era mais do que um desejo, era uma necessidade. Precisávamos de nos sentir completos, e isso só aconteceria quando, de facto, fossemos um só.
 
Os beijos cessaram por momentos, apenas restava o nosso olhar, para sempre hipnotizado um no outro. Como se de um ritual sagrado se tratasse, ele tirou pouca roupa que ainda me restava, e eu a dele, sem nunca deixarmos de nos olhar.
 
Foi então que ele entrou em mim, lenta e cuidadosamente, como se ele estivesse com medo de me magoar… como se fosse a nossa primeira vez. Um arrepio de prazer percorreu todo o meu corpo, fazendo-me soltar um pequeno gemido. As minhas mãos, que tinham estado no seu pescoço, desceram para as suas costas, obrigando-o a repetir. Voltei a sentir aquele arrepio, que desta vez não se desvaneceu… O meu corpo pedia por mais, e o dele também.
 
As nossas bocas entregaram-se uma à outra assim que os nossos movimentos aceleraram. Movemo-nos sincronizados numa dança só nossa que tínhamos aprendido juntos à três anos atrás, e da qual não nos esquemos. As nossas mãos exploravam os corpos suados um do outro de forma incansável, pedindo sempre mais. Quando estávamos quase a atingir o auge das nossas forças e do prazer, eu fiz os nossos corpos rolar para que fosse eu a ficar por cima, sabia o quanto ele gostava que eu fizesse isso.  
 
As mãos dele tomaram as minhas ancas, puxando-me ainda mais para ele nesse vai e vem contínuo, enquanto as minhas agarravam e arranhavam o seu tronco. Soltámos juntos um último gemido que ecoou no espaço à nossa volta, e por fim repousámos ainda arfando, com os nossos corações a bater a uma velocidade louca.
 
Deixei apenas que o meu corpo descansasse em cima do dele, como se não tivesse forças para me mover… a verdade é que sentia todo o meu corpo dormente.
 
Os braços do Tom envolveram-me com carinho, e depois de me ter beijado a testa, murmurou ao meu ouvido, “Não te quero perder nunca mais, Emi…”
 
Um sorriso sincero brotou nos meus lábios quando eu levantei a minha cabeça para encontrar o olhar dele. Naquele momento esquecemos todo o sofrimento de três anos de separação, tínhamos curado as nossas feridas. “Tu nunca me perdeste, Tom… Eu fui sempre tua.”
 
Vi-o sorrir também… Aquele sorriso lindo que me fazia sentir a rapariga mais feliz do mundo.
 
* * *
 
Plim!
Continua...
Espero sinceramente não vos ter chocado demasiado.. E espero sinceramente que tenham gostado do capitulo! xD
 
Por favor, dêem-me a vossa opinião, estou horrivelmente insegura...
Comentem por favor!
 
Loads of Kisses to All of You! x)

 

sinto-me: Insegura :\
música: Muse - Falling Away With You
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Sexta-feira, 20 de Junho de 2008

An Deiner Seite - Cap 47

Olá Amores!! xD

 

Cá está mais um capítulo! Que à semelhança do outro é assim para o grandinho... Acho que até ao final da fic (que nao está tão longe quanto isso) os capitulos vão ser sempre assim x)

 

Queria agradecer a todos os vocês pelos comentários amorosos! xD

Nem imaginam o bem que os vossos comentários me fazem...

 

Agora muito rápidamente passamos à fic porque eu tenho de sair de casa a correr para ir para o "arraial de final de ano" na escola primária da minha irmã --'

 

ENJOY!! x)

 

* * *

 

[ Emily ]
 
Estava ainda imóvel no corredor de entrada daquele quarto incrivelmente amplo, com a porta fechada atrás de mim. A única coisa que ouvia eram as vozes daqueles que eu tinha deixado no corredor, e um barulho contínuo que parecia vir de uma televisão.
Não havia sinal do Tom, e eu tive de me concentrar durante bastante tempo para conseguir dar o meu primeiro passo em frente. O nervosismo já se tinha apoderado de mim, mas desta vez eu não ia sucumbir aos seus caprichos. Respirei fundo, tentando ignorar todo o medo que sentia de ser rejeitada, e avancei finalmente, passo a passo, descobrindo aquele quarto que justificava cada uma das cinco estrelas daquele hotel.
 
Encontrei primeiro à minha esquerda o que parecia uma zona de estar, quase como uma sala de uma casa qualquer, mas extremamente luxuosa. Três grandes sofás de pele dispunham-se à volta de uma pequena mesinha e diante de uma grande televisão, a tal televisão que ainda estava ligada. Mas o Tom não estava ali.
 
À minha direita descobri o que parecia ser um acesso a uma zona de dormir, e foi para lá que eu me dirigi silenciosamente e extremamente tensa. Tinha o coração a bater a uma velocidade alucinante e a minha respiração a ficar ofegante… Eu sabia que iria encontrar o Tom na zona de dormir, até porque não havia outra opção.
 
Desta vez não foi preciso procurar muito para o encontrar. Assim que avistei as duas camas individuais, avistei-o a ele sentado no chão, com as costas apoiadas numa das camas.
 
Ele ainda não me tinha visto, portanto eu fiquei a observá-lo enquanto avançava o mais lentamente possível. Lágrimas começaram a cair do meu rosto… Parecia um sonho, eu não conseguia acreditar que estava novamente na presença dele. Sorri por entre lágrimas enquanto admirava a maneira como as suas rastas estavam soltas, caindo de forma desalinhada nos seus ombros… Queria correr para os seus braços!! Mas entre nós existia uma barreira invisível que não nos permitia aproximar demasiado.
 
Chegando-me mais perto do Tom, apercebi-me que ele estava com uma garrafa de vodka na mão, e que a estava a beber directamente do gargalo como de água se tratasse.
 
Tive medo… não queria falar com ele se ele estivesse embriagado. A conversa seria mais difícil, e provavelmente diríamos coisas das quais nos iríamos arrepender… Esperaria até amanhã de manhã, falaríamos aí... Virei-me para sair do quarto, mas ele apercebeu que eu estava ali e levantou a cabeça na minha direcção.
 
“O que é que estás aqui a fazer?” Cuspiu-me ele com desprezo e crueldade, e com a voz visivelmente arrastada. A maneira como ele me perguntou aquilo cravou-me uma lâmina afiada no meio das costas. Só não chorei mais porque estava a sentir a raiva a começar a correr-me nas veias.
 
“Nós precisamos de falar, Tom… Não podemos continuar assim.” Respondi com firmeza avançando para ele de braços cruzados e colocando-me à frente dele.
 
O Tom ainda estava sentado no chão agarrado à garrafa de vodka. Ele olhou para mim com um olhar baço, bebeu mais uns goles, e depois tentou levantar-se. Vi que ele estava cheio de tonturas e a desequilibrar-se, mas eu não o ajudei, simplesmente porque neste momento estava-lhe com demasiada raiva.
 
“Mas tu pensas que eu sou parvo?” Perguntou-me o Tom olhando-me com uma expressão de nojo, “Eu já percebi o teu joguinho, menina… e daqui não levas nada.”
 
Num impulso desmedido arranquei-lhe a garrafa das mãos e atirei-a ao chão, deixando que ela estilhaçasse em mil pedaços e derramasse o que restava na bebida no chão… Eu estava possuída pelo ódio. “Que merda é que estás para aí a dizer, Tom?! O que é que tu pensas que eu estou aqui a fazer?”
 
Ele ficou atónito por um momento a olhar para mim, percebi que os seus reflexos estavam bastante lentos. Apeteceu-me bater-lhe mas não o fiz… Como é que eu continuo a amar este estúpido que nunca se importou verdadeiramente comigo?
 
“Eu sei o que é que tu queres, Emily!” Berrou-me ele avançando para mim, e eu conseguia sentir o cheiro intenso a álcool. “O que tu queres é voltar para mim para me sugares o dinheiro! Quando eu era um Zé-ninguém tu fugiste de mim… mas agora que eu sou o guitarrista dos Tokio Hotel já vens a correr ter comigo e armas isto tudo para eu achar que ainda me amas!”
 
Não me perguntem como fui capaz porque eu não vos sei responder… Simplesmente serrei o meu pulso com força e projectei-o contra a cara do Tom, acertando-lhe em cheio no meio dos olhos.
 
Então é isto que ele pensa de mim!? Tudo bem… se é assim não tenho mais nada a fazer aqui. Com lágrimas de desgosto e raiva a escorrem-me pelo rosto. Ainda tive tempo de ver o Tom cobrir a cara dele com as mãos devido à dor, antes de lhe virar as costas para sair do quarto.
 
“Espera Emily!” Ouvi o Tom enquanto eu atravessava a zona de estar. Não lhe obedeci, estava demasiado magoada para o fazer… não quero mais nada com ele, nada!
 
Ele alcançou-me e agarrou-me o braço, obrigando-me a parar… Quando olhei para ele encontrei muito menos efeitos do álcool a afectar a sua expressão e os seus movimentos.
 
“Espera, Emily…” Repetiu ele, e eu reparei que ele estava a fazer um esforço enorme para ficar sóbrio. “Eu não queria dizer aquilo…”
 
Dei-lhe um safanão no braço e afastei-me dele, “Mas disseste, Tom.” Cuspi-lhe desta vez eu, com a maior das friezas. Por dentro eu estava a morrer de desgosto, sentia-me miserável, mas por fora tentava manter-me forte.
 
“Emi, eu não sei o que é que me deu… Desculpa-me.” Eu vi os olhos dele brilhar novamente, sabia que ele estava a ser sincero. Infelizmente isso não apagava da minha mente aquelas coisas horríveis que ele me disse.
 
“Eu só quero ter uma conversa civilizada contigo, Tom. Mais nada…” Suspirei exasperada. Ele soltou um pequeno sorriso e vez um gesto convidativo para eu me sentar num dos sofás.
 
Por um momento hesitei, mas depois aceitei o convite. Ele sentou-se mesmo a meu lado, e eu achei que fosse ficar sem ar. Já há tanto tempo que não estávamos assim os dois… simplesmente sentados em frente a um televisor, sem prestar atenção nenhuma ao que estava a dar e sem conseguir tirar os olhos um do outro.
 
“Por onde é que começamos?” Perguntou-me ele com um sorriso fraco nos lábios e eu fui obrigada a sorrir também.
 
“Não faço a menor ideia, Tom…” Ambos soltámos pequenas gargalhadas. Realmente era uma situação complicada decidir por onde começar… O ambiente estava muito mais leve agora.
 
Ele disse aquilo que eu também estava a sentir, “Tive tantas saudades de estar assim contigo…” Eu desviei os olhos dele, era de facto uma coisa tão simples… Rir. Eu também tinha sentido falta disso.
 
“Porque é que me deixaste, Emily?” Perguntou-me ele e eu vi sofrimento no olhar dele… mas ele estava errado.
 
“Foste tu que me deixaste Tom…” Disse-lhe serenamente, sentindo aquela dor antiga vir ao de cima, mas não me estava a apetecer discutir mais com ele.
 
Ele agitou-se e sorriu nervoso para mim, “Tu podias ter vindo connosco, tínhamos vivido estes três anos juntos…”
 
Eu interrompi-o, tive de o fazer, “E deixava todos os meus sonhos para trás para ser simplesmente «a namorada do famoso Tom Kaulitz»?”
 
Ele baixou os olhos com um sorriso triste, não me respondeu, por isso eu continuei, “Eu teria ficado na Alemanha à vossa espera se as coisas não tivessem acontecido daquela maneira… Vocês deixaram-me, só me disseram na véspera que se iam embora durante tempo indeterminado para Hamburgo! Eu fiquei sem chão… sem apoio… sem vontade de viver…”
 
Ele olhou-me novamente nos olhos com uma expressão de tristeza profunda, “Por isso é que te tentaste matar… Por causa de mim?”
 
“Não, Tom... Foi por estar sozinha num mundo que não me compreendia.” Corrigi-o e as lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto, mas o Tom começou carinhosamente a limpá-las. Olhei-o nos olhos e encontrei uma expressão de culpa por entre toda aquela tristeza. Lentamente fomo-nos aproximando, senti os braços dele envolverem o meu corpo muito devagar, num gesto cheio de ternura e amor.
 
O meu coração disparou quando o puxei para mim, abraçando-o com força. Ah, como eu tinha saudades daquele toque, daquele corpo, daquele cheiro… tinha saudades de me sentir assim, a rapariga mais segura do mundo… a mais amada do mundo. Tinha saudades de encostar a minha cabeça assim ao peito dele e de ouvir o seu coração bater… sentir a respiração dele…
 
Abri os olhos para encontrar o rosto do Tom a escassos centímetros do meu… Ele olhava fixamente nos meus olhos enquanto os nossos lábios se aproximavam. Tudo à nossa volta desapareceu, só ficámos nós, o nosso abraço e os nossos lábios que agora se tocavam num leve beijo cheiro de carinho.
 
Mas algo me atingiu o coração e eu fui obrigada a sair dos seus braços. Ainda com o coração a bater a uma velocidade louca, levantei-me do sofá, deixando o Tom surpreso a olhar para mim.
 
“Ainda não acabámos a conversa…” Disse-lhe num murmúrio fraco. Ele soltou um grunhido de compreensão e fitou o chão enquanto me disse:
 
“Tens um namorado, não é?” A ironia com que ele disse aquilo feriu-me, mas eu sabia que ele estava bem mais magoado que eu.
 
“Não, Tom, não tenho…” Respondi-lhe simplesmente, mas ele continuou a insistir.
 
“Eu sei que tens, Emi, eu encontrei o myspace da tua banda, está lá escrito isso…” Ele tinha-se levantado e estava de braços cruzados a olhar para mim, mas não me estava a repreender.
 
“Eu sei o que lá está escrito, mas o artigo está desactualizado,” Fiz uma pausa em que o Tom me fitou com a esperança no olhar, “Eu acabei tudo com o Jared a semana passada.”
 
Vi um leve sorriso nos seus lábios, “Quando tu me ligaste? No dia do teu concerto?”
 
“Acabei com ele depois de te ligar… e durante o concerto.” No olhar dele vi a pergunta «Tu acabaste com o gajo a meio do concerto?», mas não a chegou a fazer, limitou-se a sorrir para mim.
 
“Então não há problema nenhum… podemos ficar juntos.”
 
Esta agora teve piada, como se as coisas fossem assim tão simples, pensei para mim, “Claro que ainda já um problema…” O Tom ficou a olhar para mim surpreso, e então eu continuei, “Porque é que achas que eu comecei a namorar com Jared?”
 
Ele levantou as sobrancelhas, estava ainda mais surpreso que antes, “Como é que queres que eu saiba isso?”
 
“Porque foi por culpa tua e das tuas acções que comecei a namorar com ele…” Respondi-lhe o a maior simplicidade possível, sentindo aquela dor antiga a rasgar uma ferida nunca sarada no meu coração.
 

* * *

 

Continua...

Eu sei sou maléfica por  acabar o capitulo assim... mas já viram bem o tamanho dele? Tinha de parar xD O próximo também deve ser grande, e prometo que vou tentar acabá-lo de uma maneira mais decente xD

 

Comentem shim? Inspirem-me! Deem-me a vossa opinião!

Loads of Kisses to All of You! xD

música: Os meus vizinhos a fazerem "SPLASH!" na piscina deles --'
sinto-me: NÃO QUERO IR AO ARRAIAL!! xD
publicado por Dreamer às 15:15
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Dreamer @ 02-04-2008

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